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Independente Tricolor mostra que está pronta para conquistar a Avenida em seu segundo ensaio técnico

A Independente Tricolor realizou seu segundo ensaio técnico na noite desta quarta-feira, feriado municipal na cidade de São Paulo. Com destaque para a grande melhoria geral no desempenho, a escola mostrou que está praticamente pronta para o desfile oficial ao realizar um belo espetáculo no Sambódromo do Anhembi, com seu treinamento finalizado sem preocupações com uma hora e quatro minutos. A Tricolor será a primeira escola a desfilar na sexta-feira, dia 17 de fevereiro, com o enredo “Samba no pé, lança na mão, isso é uma invasão!”.

Comissão de Frente

Uma dança valente como os povos retratados pelo enredo da Independente. A comissão de frente se destaca por componentes fazendo movimentos rápidos e cruzando entre si, algo que exige muito ensaio e confiança nos seus parceiros. Ao menos nesse ensaio, tudo funcionou bem ao alcance do que foi visto. A dança aparenta passar entre duas passagens do samba, mas de acordo com o coreógrafo Arthur Rosas, a cada ensaio os dançarinos representarão um povo diferente. Hoje foram os troianos. Até o momento, excelente. Bela maneira de apresentar a agremiação.

Fotos de Fábio Martins/Site CARNAVALESCO

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

O casal da Independente, formado por Jeff Antony e Thais Paraguassu, apresentou uma dança digna do clima apresentado pelo ensaio da escola. Sincronia ótima de movimentos, confiança nos olhares de um para o outro. Nem o vento que fazia no primeiro módulo impediu o pavilhão Tricolor de ostentar sua beleza. Nos últimos jurados, parece até que os deuses resolveram se render, abrilhantando ainda mais a apresentação da dupla, que falou a respeito ao analisar o próprio desempenho no ensaio.

“Hoje a gente conseguiu cumprir todos os quesitos obrigatórios na frente dos quatro jurados, graças a Deus. O vento hoje foi cruel, muito forte. Foram rajadas e rajadas. Mas é assim que funciona, não sabemos como será no dia. Deu para contornar, e agora é esperar o momento”, disse Thais.

“Não me atrapalha diretamente, mas se atrapalha a minha porta-bandeira, é um conjunto. Eu tenho que ter todo um jogo de cintura, uma preocupação para com ela, para que possamos juntos conseguir driblar essa crise do vento. Não contamos com fenômenos naturais, mas nos preparamos para qualquer coisa. Por mais que a gente se prepare, ela molha o pavilhão para ter um peso maior, mesmo assim o vento ainda sempre é uma questão de ficarmos de olho. Mas nada que atrapalhe o nosso desempenho. Hoje fizemos um ótimo ensaio, e já nos sentimos preparados às vésperas do Carnaval. Por mais que tenhamos feito um bom trabalho, sempre vamos nos cobrar. Eu e a Thaís temos isso. No próximo ensaio vamos querer dar o máximo da gente ainda, mas estamos aqui firmes e fortes, rumo à vitória”, afirmou Jeff.

Após a dura batalha travada contra o vento, Thais saiu vitoriosa. Mesmo assim, a dançarina acredita que é preciso sempre estarem atentos a todas as situações.

“Sempre tem. Até no dia tem. Nós ensaiamos no dia do desfile, e às vezes alteramos algum detalhezinho. Sempre pensamos: se chover, vamos alterar tal coisa. E se ventar, vamos alterar tal coisa. No dia do desfile, ensaiamos também na parte da manhã, e se a gente ver que o clima está meio estranho, nós fazemos alterações também”, explicou.

Com o encerramento do ensaio, Jeff e Thais comemoraram com os demais componentes e dedicaram a eles os créditos pelo sucesso neste segundo ensaio técnico da Independente Tricolor.

“Eu falo que é sempre uma emoção muito grande cada ensaio, porque é uma comunidade muito aguerrida. Uma comunidade que parece que guarda todo o fôlego para jogar na Avenida. É demais essa sensação de ver o canto ecoar. Parece que os Independentes são aquele povo que querem mostrar que a escola realmente é uma escola forte e aguerrida, que não fica devendo nada para nenhuma coirmã”, declarou Jeff.

“Para nós é sempre uma alegria finalizarmos o nosso ensaio e parar ali perto do portão para admirar a comunidade, porque eles cantam muito, muito, muito. É um orgulho tão grande de pertencer a essa escola, de defender o pavilhão dessas pessoas que estão aqui. O canto realmente é sempre o diferencial”, acrescentou Thais.

“E isso puxa a gente. Eu e a Thais ficamos “Nossa Senhora! A escola está nesse gás, temos que ficar com o gás em dobro para compensar e estar junto!”, porque não adianta virmos desanimados e olhar para trás e ver eles. Esse canto é o gás que nos faz entrar com tudo. É bem bacana”, finalizou o Mestre-Sala.

Harmonia

O canto da escola cresceu significantemente em relação ao primeiro ensaio. A vontade de batalhar está evidente no olhar da maioria dos componentes, e ajudaram a dar beleza e vida ao samba da Independente. A ala ABC, apesar de um pouco menor em tamanho, mandou muito bem nesse quesito.

Mas ainda há o que ser corrigido. É difícil entender, mas a ala coreografada que virá na frente do segundo carro só canta alguns versos intercalados enquanto se apresenta. Isso atrapalhou o ritmo de canto das alas que vem depois da alegoria, que atravessou em momentos-chave, como no primeiro apagão que a bateria experimentou. A direção de harmonia parece conseguir lidar com isso rapidamente, mas o ideal é não correr esse tipo de risco.

Evolução

A Independente desfilou pela Avenida sem apresentar o menor sinal de preocupação com o tempo. Ajustes precisam ser feitos no alinhamento entre algumas alas, mas em questão de ritmo de desfile a escola está bem ajustada. Os componentes puderam curtir o espetáculo, o que é fundamental para a magia do Carnaval acontecer. Ponto para a Tricolor.

Douglas Pinto, um dos diretores de harmonia da Independente, fez sua análise do desempenho dos quesitos técnicos no ensaio.

“O ensaio foi muito bom. Deu para ver que a escola canta demais, está cantando muito. Usamos o ensaio para tirar algumas divergências que ocorreram no primeiro. Tivemos algumas melhorias e apareceram outras correções para fazer, por isso é ensaio. Esperamos no último, o terceiro, sanar todas essas últimas falhas, mas no geral o ensaio foi muito bom. A escola evoluiu bem, cumprimos todo espaço, fizemos no tempo certinho, não aceleramos o andamento, nem retardamos o andamento, não precisamos segurar. Foi muito bom ensaio”, declarou Douglas.

Em relação a melhorias percebidas em relação ao primeiro ensaio, Douglas destacou os elementos de dança apresentados pela Independente.

“Alguns quesitos, como o módulo dança, tem que andar em conjunto, por isso é módulo. São casal e evolução, só que a gente teve que ajustar para um quesito ajudar o outro, e isso deu muito certo. Tínhamos encontrado algumas dificuldades, divergências. Quando você faz o primeiro ensaio, você junta a evolução da comissão, do casal, com evolução da escola, e daí muitas vezes tem os ajustes, e esses foram bem resolvidos neste ensaio. Foi bom, a ênfase maior foi o módulo dança”, explicou.

Por fim, o diretor exaltou a presença da comunidade, apesar do horário no qual a Tricolor realizou seu ensaio. “Foi a comunidade vir esse horário, onze horas da noite em peso, e cantar desse jeito, foi o ponto forte”, concluiu.

Samba-Enredo

Um pouco irregular no primeiro ensaio, o samba desta vez mostrou que pode ser protagonista na grande epopeia que a Independente apresentará na Avenida. É sempre bom ver a comunidade cantando animada, e a obra da Tricolor estava mais viva na voz da maioria dos presentes na pista. Pode melhorar. Pessoas em algumas alas ainda precisavam de uma colinha para ajudar, mas vejo isso como um esforço positivo na meta de fazer parte desse grande time.

O intérprete Pe Santana foi mais um a exaltar o canto da comunidade como fundamental para o grande ensaio realizado pela Independente.

“Falar do canto da nossa comunidade é chover no molhado. Como eu sempre digo nos bate-papos, o grande forte da Independente sempre foi o chão. É um chão muito forte, aguerrido e vem provando isso no ensaio de quadra a cada tempo que passa, nos ensaios de rua e agora nesse segundo ensaio que a gente teve a oportunidade de realizar hoje. Acredito que ainda temos muitas coisas pra ajustar. É normal, ensaio é pra isso, porém tenho certeza de que pela cara da imprensa, dos presidentes e dos amigos que ficam na arquibancada, foi extremamente positivo”, celebrou.

Quanto ao desempenho do time de canto no ensaio, o cantor acredita que estão no caminho certo.

“Hoje já estamos sincronizados. Conseguimos dissecar mais para deixar o samba mais valente. Fizemos ensaios no meio da semana e fio positivo hoje. Vamos tentar fazer algumas correções para o próximo ensaio técnico que está por vir”, concluiu Pe Santana.

Outros destaques

A ala das baianas é uma das que mais cantou até o momento nessa temporada de ensaios técnicos e foi curioso destaque do ensaio da Independente. Os giros das senhoras podem ser belos, mas com o vigor e a alegria nos olhos percebidos foram fatores que engrandeceram ainda mais o espetáculo apresentado pela escola.

A bateria “Ritmo Forte”, comandada pelo mestre Cassiano de Andrade, mostrou ousadia nas bossas e coragem nos apagões, provando a grande confiança que tem na comunidade. O mestre aprovou o desempenho da escola neste segundo ensaio técnico.

“A gente teve uma evolução bacana do primeiro ensaio para esse. Não teve muito tempo de um ensaio para outro, mas tivemos evolução. Gostei bastante da evolução da escola e o canto, deu pra ficar nítido. Agora é trabalhar e peneirar bastante para corrigir alguns erros que podem ter passado despercebidos. Vamos atrás para fazer o melhor para a bateria”, afirmou.

Quanto a novidades em preparação por ele e sua equipe, como bossas ou paradinhas, Cassiano explicou o trabalho realizado com os ritmistas da escola.

“É trabalhar para o samba, escola e bateria. Não quer dizer que ao fazer isso, você está fazendo apenas pela bateria. Você consegue um meio termo. Trabalhar pela bateria, um pouco do ego do ritmista e trabalhar pela escola, sendo bem firme para todo mundo cantar”, explicou.

A Independente Tricolor encerrou seu segundo ensaio técnico dando a sensação de que está praticamente pronta para o desfile. A melhora geral da escola em relação ao primeiro treinamento na Passarela do Samba foi explícita, e a ascendente do Grupo de Acesso surpreendeu pela grande coesão de seu conjunto. Os pequenos problemas apontados têm tudo para serem ajustados até o terceiro ensaio, mas com base no que o público que compareceu ao Sambódromo do Anhembi presenciou na noite desta quarta-feira, estamos diante de um exército pronto para encarar a mais importante batalha da sua história.

Colaboraram Gustavo Lima e Will Ferreira

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