A Independente Tricolor abriu a primeira noite de desfiles do Grupo Especial do carnaval paulistano. O desfile da agremiação foi marcado pela regularidade. Uma escola bem organizada e sem erros notórios. O destaque principal vai para as alegorias, que levaram esculturas fenomenais. O carnavalesco Amauri Santos trabalhou com um realismo impressionante. Destaque também para o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Jeff Antony e Thais Paraguassu, além de fantasias bem acabadas. A comissão de frente mostrou uma grande riqueza em sua coreografia, com um entendimento muito fácil do quesito após a visualização. A Independente Tricolor fechou o desfile com 1h04. O enredo da escola é intitulado como “Samba no pé, lança na mão, isso é uma invasão!”. * VEJA AQUI FOTOS DO DESFILE

Comissão de frente

A ala mostrou personagens na espécie de soldados gregos. A comissão era muito bem encenada, visto que apresentou lutas cativantes dentro da apresentação. Como era a representação de uma guerra, vale destacar o semblante que os componentes faziam. Era tudo muito intenso e esse combate era feito com espadas. Dentro da ala haviam três personagens principais, onde um duelava contra o outro e, este terceiro, carregando dois martelos era o responsável por tentar intermediar e separar o duelo.

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Em determinado momento da dança, os personagens se separaram para saudar o público. Portanto, a coreografia encenada por Arthur Rozas, cumpriu todos os requisitos dentro do manual do jogador. Soldados vestidos nas cores dourada, vermelho e azul.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Vestidos de ‘Guardiões do Reino’, o casal Jeff Antony e Thais Paraguassu, tiveram um desempenho satisfatório. Analisando a dupla em frente à cabine do recuo de bateria, notou-se alta sinergia entre ambos. Realizaram os passo dentro do samba, toques de mãos e sorriso no rosto. Cumpriram a proposta de forma válida. A fantasia do casal era muito luxuosa, trabalhada no preto e uma cor clara (quase branca).

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Harmonia

O canto da comunidade fluiu de forma satisfatória. É fato que não repetiram a mesma dose dos três ensaios técnicos, mas a harmonia se encontrou com o canto e a bateria da escola. Vale destacar que o início do desfile foi grandioso, mas teve uma queda com o passar da apresentação. Principalmente após o recuo de bateria.

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Enredo

O quesito segue o que é proposto. Dá para notar nas fantasias e alegorias muitos deuses, reis e príncipes. Isso é o que realmente aconteceu na Guerra de Tróia. Houve também muitos soldados, guerreiros, lanças, espadas e demais armas usadas em conflitos dessa intensidade.

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O que chamou atenção é que o carro de Tróia foi o terceiro a passar pela pista. Em tese, esperava ser o primeiro, visto que é o centro do enredo.

Evolução

Foi um dos pontos principais do desfile. A escola se preocupou em montar uma escola compacta e não deixar nenhum vestígio. Uma prova disso foi a estratégia de colocar guardiões na frente e atrás do casal em linha reta. Tal efeito permitiu que não deixasse buraco entre a comissão de frente e o casal de mestre-sala e porta-bandeira.

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O recuo de bateria, apesar de uma pequena lentidão para o abre-alas evoluir, a manobra foi feita de maneira correta e saiu como esperado.

Samba-Enredo

É uma obra cujo a melodia faz a comunidade cantar forte. Bem como o enredo, os componentes bravejaram e entoaram com muita força. Realmente foi como se eles fossem um guerreiro valente lutando pela escola na pista. Isso também se deve pelo fato de voltar ao Grupo Especial e abrir os desfiles, porém, como dito anteriormente, isso se perdeu ao decorrer do desfile. O intérprete Pe Santana teve um desempenho e se destacou nos ‘cacos’, onde colocou a comunidade para cima.

 

Fantasias

O acabamento das fantasias não deixou a desejar. Vale destacar que cada setor levou uma paleta de cores diferente e caprichou no luxo. A Independente apostou em costeiros volumosos e altos para preencher as alas e a pista. Como dito anteriormente, a tonalidade foi variada, mas o dourado predominou em várias partes. Vestidas de Afrodite, a deusa do amor, as baianas esbanjaram simpatia na cor dourada.

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Alegorias

O abre-alas, que representa os guerreiros espartanos, teve como principal destaque a escultura de Ares, que ficava no alto do carro alegórico. Tal figura representa o Deus da guerra. A alegoria também tinha outras esculturas de guerreiros na parte lateral do carro. Vale destacar o incrível realismo que o carnavalesco Amauri Santos trabalhou nessas esculturas. As feições dos personagens eram bastante reais.

Um carro bem acabado e trabalhado no luxo. As cores branco e dourado predominaram quase que inteiramente a alegoria.

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O segundo carro foi representando “Mistérios do mar de Poisedon”. Esta alegoria foi o destaque da agremiação na noite, visto que foi toda trabalhada em azul. Nas esculturas, havia quatro dragões se movimentando, sendo dois na parte de trás e dois na frente e, na parte alta, uma escultura de Poisedon, que é o deus dos mares e dos rios na mitologia grega.

A terceira alegoria levou “Tróia – O Reino de Príamo”. Este carro simbolizou uma espécie de castelo ou muralha. No desenho forrado havia formatos de tijolos.

Por fim, o último carro alegórico representou “A Invasão”. Esta alegoria simbolizou inteiramente o “Cavalo de Tróia”. Era um carro todo trabalhado no marrom no formato do animal. Na frente da alegoria também haviam encenações.

Outros destaques

A bateria ‘Ritmo Forte’, regida pelo mestre Cassiano Andrade foi representando o exército grego. A batucada se destacou por marcar muito bem o andamento do samba. Os surdos se destacaram perante aos outros naipes. As bossas foram realizadas de maneira estratégica e, na cabine de jurados, o repertório foi mostrado corretamente. Casal de mestre-sala e porta-bandeira foram cortejados por guardiões.