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Alegoria do Arranco ressalta que “voz do samba é alforria”

O Arranco do Engenho de Dentro retornou ao segundo grupo das escolas de samba neste carnaval carioca, depois de 15 anos. O enredo “Zé Espinguela – Chão do Meu Terreiro” foi desenvolvido pelo estreante carnavalesco Antônio Gonzaga, e dialoga diretamente com a história do território onde são feitos os ensaios da escola. A agremiação abordou o legado deste sambista que é fundamental para a formação da cultura das escolas de samba.

A terceira alegoria do Arranco foi denominada “Onde a voz do Samba é Alforria” e representa uma espécie de quilombo do samba. As paredes do carro foram cobertas como se fossem barracos multicoloridos em tecidos africanos. Ao centro, uma grande escadaria com vários casais de mestre-sala e porta-bandeira trazendo pavilhões estilizados com as cores das escolas do grupo Especial e da Série Ouro.

O carro trazia, nas laterais, diversas esculturas de atabaques cobertos com palha. No alto do terceiro carro, Zé Espinguela coroa o seu legado. As frases “Toda escola é um quilombo” e “Salve o meu Brasil Terreiro” estampavam a alegoria. Na parte frontal da alegoria, havia um grande surdo que serviu de palco para o bailado de Lucinha Nobre que empunhava a bandeira do Brasil de Abdias do Nascimento, com a fantasia “A Bandeira do Samba”.

“Zé Espinguela teve a incrível ideia de promover um concurso de escola de samba, só por isso já vale que o nome dele seja lembrado, respeitado e falado. É um personagem que é pouco falado”, comentou Lucinha.

Lucinha Nobre, de 47 anos, depois de cinco anos comentando os desfiles durante a transmissão da Série Ouro, desfilou no Arranco à convite do carnavalesco Antônio Gonzaga. “Eu tô muito feliz de estar aqui representando esse novo Brasil, essa nova representação da bandeira do Brasil, que é a bandeira que a gente realmente acredita. Que é o Brasil que a gente quer, que é o Brasil que a gente merece. O Brasil dos pretos, dos sambistas e de quem gosta de carnaval”.

Lucas Guedes, de 25 anos, desfilou pelo segundo ano no Arranco e declarou: “O Arranco está reavivando uma memória que muitas pessoas já esqueceram, e a gente não pode deixar que a nossa cultura seja esquecida”. Ele ainda pontua: “Principalmente nos momentos atuais, em que a gente está tendo muita intolerância religiosa em todo país, e um enredo assim traz um resgate da nossa história”.

Luís Gustavo, de 43 anos, desfilou pela primeira vez no Arranco, representando um mestre-sala. Ele comenta: “Pra mim, particularmente, que estou desfilando pela primeira vez, acho que é um momento único para quem pode vivenciar isso”.

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