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Freddy Ferreira: Checklist do ritmo em busca da nota 10 e do sacode em bateria

O intuito da última coluna antes dos desfiles oficiais é elencar algumas sugestões, visando acarretar em passagens de baterias sólidas e consistentes, que permitam a briga pela nota máxima. Claro que todos os cuidados e precauções já foram tomados, tanto por diretores, quanto por mestres. Mas ainda assim, vale a contribuição.

A conferência de afinações é um trabalho importante antes, mas principalmente durante os desfiles. Surdos podem simplesmente desafinar e em caso de pancada de chuva isso tende a virar uma constante, devido ao material utilizado. É imprescindível, portanto, estar atento as afinações de marcações antes de cada módulo de julgamento. Outra peça cujo impacto fica notório quando perde a afinação é o tamborim. Em caso de chuva, vale aquela andada do diretor por toda a ala, garantindo que a coletividade sonora não está sendo prejudicada.

Estar com um ritmo organizado e com lugar marcado é o sonho dos mundos, mas a realidade de um grupo de Acesso, muitas vezes impede tal fato. Gente de qualidade técnica e virtude musical tende a chegar em cima da hora para agregar à musicalidade da bateria. O ideal é que sejam espalhados pelo ritmo, de modo que preencham a lacuna existente no toque de alguns ritmistas em desenvolvimento, já que em tese produzirão som de maneira consistente e principalmente com volume elevado. Outro fato que cabe atenção é com a parte traseira do ritmo, que é conhecida como o rabo da bateria. É importante que os ritmistas dessa região toquem com firmeza e consistência e que os mestres escolham com carinho, levando em conta a capacidade musical de cada selecionado.

Aqui a instrução vale mais para diretores de peças leves do que para os mestres, em si. Na mínima sensação que um naipe agudo, como tamborim ou chocalho, está tocando de modo acelerado se faz necessário uma intervenção imediata, para que não se prejudique o conjunto. Basta pedir para toda a galera “segurar a onda”, garantindo a firmeza do toque e suas acentuações sem correria, diminuindo aos poucos a intensidade da batida. O conjunto mais equilibrado sempre será aquele com pulsações rítmicas semelhantes, propiciando uma unidade de frequência sonora.

Não existe receita de bolo em bateria de Escola de Samba. Ainda não inventaram qualquer tipo de fórmula mágica. Todas trabalharam muito na busca por arrebentar na Avenida. Mas também não é só de disciplina musical que se trata o ritmo. Jamais pode ser esquecida a capacidade de entrega energética em cada samba-enredo. A capacidade de destinar, de forma orgânica, o melhor possível para a música, graças a soluções rítmicas intuitivas e um clima propício para o sacode. E clima aqui se encontra intimamente ligado à ambiente. Gerar um ambiente de concentração pacato, divertido e que permita que a energia musical flua pode ajudar a manter o clima de todo o ritmo lá no alto.

Em momentos de estresse é fundamental lembrar que o pavilhão está acima de tudo e de todos. E que estar ali, no coração da escola, além de honra é uma autêntica dádiva. Um coração unido, pulsando em conjunto, tem um ritmo que sustenta a vida. Usem esses estresses para produzir abraços e como forma de conciliação. Ser ritmista é uma questão, sobretudo, de afeto. De querer tanto o bem da agremiação, que se dispõe a ensaiar semanalmente, lotar uma agenda com compromissos rítmicos, usar a frase “não posso, tenho ensaio” mais do que qualquer outra. Claro que as tensões daquele momento podem gerar conflitos, mas se apeguem mais a quantidade de sorrisos encantados que serão produzidos. Quanto fascínio um ritmo de uma bateria é capaz de provocar em qualquer ser humano.

Não se deixem abalar por erros. Principalmente os que ocorrem fora de cabines onde estão julgadores e não são motivos para perdas de décimos. Isso prejudica o índice anímico, contribuindo com a sensação de desânimo. Errar faz parte da vida. Tratem de levantar a poeira e darem a volta por cima em cada adversidade que se depararem pela Avenida. Já vi e participei de apresentações que começaram preocupantes e terminaram simplesmente triunfantes. A bateria subiu mal no primeiro recuo? Tudo que importa acontece da linha de início de desfile para dentro da pista.

Mesmo havendo muita responsabilidade envolvida, já que uma quantidade considerável de tempo foi fornecida, ainda assim é necessário curtir o momento. Se entregar energeticamente e musicalmente a experiência que está sendo vivenciada é a melhor forma de garantir que todo o esforço valeu à pena e não foi em vão. Participem de cada catarse guardando um momento eterno dentro do coração. Toquem e se divirtam, mas não esqueçam que um Sacode é bem mais que um ritmo maravilhoso. Um Sacode é um conjunto de sensações indescritíveis e inestimáveis, captadas no fundo da alma de cada ritmista que participou de um desfile épico de uma bateria.

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