Um desfile sublime da bateria da Unidos da Tijuca, comandada por mestre Casagrande. Uma conjunção sonora equilibrada foi produzida, permitida graças a excelente equalização de timbres da “Pura Cadência”. Incrível como a postura tradicional de mestre Casão de não “gastar bossa a toa”, somente em cabines de jurados produz um ritmo em que há um nítido respeito musical pela canção. A bateria da Tijuca brilhou enquanto acompanhava o samba de modo exemplar, além de realizar bossas intuitivas, que deram a obra exatamente o que ela pedia.

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Na parte de trás do ritmo da “Pura Cadência”, uma afinação privilegiada de surdos foi notada. Marcadores de primeira e de segunda foram precisos durante todo o cortejo. Surdos de terceira contribuíram com um balanço acima da média, complementando com categoria a sonoridade dos médios. Repiques sólidos e coesos tocaram integrados a um naipe de caixas de guerra de imensa técnica musical. É possível dizer que o trabalho estupendo das caixas tijucanas serviu de base e plataforma sólida, amparando os demais naipes da bateria.

Na cabeça da bateria da Tijuca, uma ala de cuícas potente se exibiu com segurança. Um naipe de chocalhos profundamente técnico tocou entrelaçado com uma ala de tamborins de qualidade musical. Tamborins e Chocalhos tijucanos foram, juntos, o ponto alto das peças leves.

Bossas simples e funcionais, mas plenamente integradas ao samba-enredo da escola do morro do Borel foram exibidas com precisão. O ritmo nos arranjos era consolidado se aproveitando das nuances melódicas da obra do Pavão e contribuindo com impacto sonoro das marcações.
Destaque para a paradinha dançante do refrão do meio, que ajudou a impulsionar tanto o samba, quanto auxiliou na evolução dos componentes.

Na primeira cabine (módulo duplo) uma apresentação simplesmente exuberante foi realizada. Com todas as bossas bem encaixadas e uma boa fluência entre os naipes, arrancou aplausos dos julgadores. Na segunda cabine (terceiro módulo) mais uma apresentação extremamente potente e consistente foi produzida. Já na última cabine, uma apresentação com contornos apoteóticos encerrou com chave de ouro o grande sacode dado pela “Pura Cadência” da Tijuca, regida por mestre Casagrande.