InícioSérie OuroSão ClementeFreddy Ferreira analisa a bateria da São Clemente no desfile

Freddy Ferreira analisa a bateria da São Clemente no desfile

A “Fiel Bateria” da São Clemente, regida por mestre Caliquinho, fez um desfile excelente. Um ritmo que mesclou o aspecto tradicional e paradinhas de nítido bom gosto. Mesmo sendo somente duas bossas, a construção e concepção musical dos arranjos merece exaltação. Paradinhas plenamente integradas ao irreverente samba clementiano.

Na cabeça da bateria, um trabalho de destaque musical foi evidenciado nas peças leves. Uma ala de cuícas de alta qualidade preencheu a sonoridade com eficácia. Um naipe de chocalhos de inegável técnica musical deu valor sonoro à parte da frente do ritmo. Bem como a ala de tamborins acima da média executou um desenho rítmico pautado pela melodia do samba com precisão e firmeza, agregando imensamente a “Fiel Bateria”.

A cozinha da bateria teve uma afinação de surdos levemente grave, além de marcadores de primeira e segunda firmes e seguros. Caixas de guerra ressonantes e seguras auxiliaram na musicalidade, assim como repiques coesos complementaram a sonoridade. Surdos de terceira proporcionaram um balanço de qualidade tanto no ritmo, quanto nos arranjos musicais.

A tradicional subida de quatro dos surdos transcorreu de forma segura durante todo o cortejo, dando uma invariável pressão ao ritmo clementiano. Após o movimento rítmico, inclusive, foi possível notar uma boa fluência entre os mais diversos naipes.

A bossa do refrão do meio deu um molho envolvente junto ao impacto sonoro. Na primeira parte da convenção, uma pegada de Afoxé com um toque moderno dos surdos de terceiras foi realizado de forma bem genuína, principalmente para uma escola que tem na própria subida tradicional uma finalização com levada remetendo ao Afoxé. Na segunda parte da bossa, os repiques chamam o ritmo pra voltar num momento musical marcado pelo balanço irrepreensível do desenho rítmico do surdos de terceira no arranjo. Vale mencionar que a conclusão da convenção tem uma pitada de ousadia, já nos primeiros versos da segunda.

A paradinha de maior destaque musical foi a que começa em ritmo de Funk, conforme pede a música, no refrão principal. Uma integração musical enxuta, que além de dar ao samba o que ele solicita, se aproveita das nuances melódicas da obra clementiana. O arranjo musical possui em sua totalidade os surdos consolidando o ritmo, com precisão e principalmente com o balanço vindo das terceiras. Nos dois versos finais do estribilho possuía uma frase rítmica plenamente integrada ao samba-enredo, numa construção musical que deixou explícito bom gosto.

As apresentações nos dois primeiros módulos foram seguras e consistentes, sem problemas a serem evidenciados pela pista. Já na última cabine, infelizmente o tempo de apresentação foi limitado, dando para apresentar somente uma única bossa. Nada que tire o brilho de uma exibição da “Fiel Bateria” da São Clemente de mestre Caliquinho marcada pela leveza, fluidez e um ritmo totalmente conectado ao samba-enredo da escola preta e amarela de Botafogo.

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