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‘Ê kabecile kaô’: Bangu se destaca pelas performances da comissão de frente e do casal, referências diretas ao orixá Xangô

Escola foi a segunda a ensaiar no sábado e causou boa impressão

Com o objetivo de trazer o orixá Xangô Aganjú para a Avenida, a Unidos de Bangu foi a segunda escola a fazer o seu ensaio técnico na Série Ouro, na noite de sábado. A vermelho e branco da Zona Oeste entrou com a promessa do presidente Leandro Augusto de que seria o ensaio de uma agremiação que vai brigar pelo título. Os principais destaques de Bangu foram a comissão de frente, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira e a bateria do mestre Laion. A comunidade mostrou conexão com o enredo ‘Aganjú: a visão do fogo, a voz do trovão no reino de Oyó’, cantando alto partes marcantes do samba. O engajamento demonstrado hoje é o que deve ser levado para a Passarela, podendo ainda ser aprimorado até o dia 18 de fevereiro, quando será a terceira escola a desfilar. * VEJA FOTOS DO ENSAIO 

“Realizamos um ótimo ensaio. A Unidos de Bangu vem numa evolução e isso foi bem nítido
na pista. A comunidade está feliz, temos um dos melhores sambas do ano e a gente vem
com bastante força para este carnaval. Saio daqui bem satisfeito com o rendimento da
escola. Trouxemos cerca de 1100 componentes, que cantaram e evoluíram bem. Teremos
os últimos ensaios em Bangu para melhorar ainda mais em busca de um grande desfile”, disse Marcelo do Rap, diretor de carnaval.

Comissão de frente

A comissão de frente trouxe todos os seus integrantes com uma pintura corporal vermelha com purpurina dourada e uma saia que lembrava os tons das chamas, isso tudo em referência à qualidade do orixá homenageado. Em uma apresentação que durava cerca de dois minutos, os bailarinos faziam movimentos firmes e combativos, enquanto alguns gritos em uníssono marcavam a potência da dança. Claramente, não faltaram passos que lembravam movimentos característicos de terreiro.

Fotos de Nelson Malfacini/Site CARNAVALESCO

Mestre-sala e Porta-bandeira

Anderson Abreu e Eliza Xavier tinham em sua coreografia muitos traços da originalidade do casal, contrastando e complementando o bailado clássico. A performance, assim como a comissão de frente, foi marcada pelos gestos de terreiro e movimentos mais rígidos que lembram poses mais combativas. O casal também se encarava entre si e encarava o público, como se não quisessem perder contato visual com ninguém. Um destaque para Eliza que adaptou para si bandeiradas que Lucinha Nobre costuma fazer na Portela.

“O samba já ajuda no andamento, o samba é maravilhoso. A bateria do mestre Laion foi maravilhosa, incrível, nos fez vibrar o tempo inteiro e deu um andamento muito bom. O balanço já está na essência da comunidade de Bangu, juntou com essa bateria maravilhosa, um samba maravilhoso… Foi incrível hoje. A gente sempre dá uma atenção especial para o andamento. Toda escola entra focada nessa coisa de não atrasar, de não vir correndo. A gente sempre pode melhorar. Não correr, mas também não ficar muito parado. Nosso foco agora é esse: o andamento. As fantasias já estão bem encaminhadas, coreografia, comissão de frente, está tudo ótimo. Agora é focar no andamento”, disse o mestre-sala.

“Energia pura, muita força, muito fogo. Bangu é quente, é caldeirão, tem tudo a ver. Enredo maravilhoso e uma energia incrível. A gente sempre pode melhorar. Dedicação até o final, e muito ensaio. Ela (Lucinha Nobre) é a inspiração, ela é a precursora desse movimento. Eu treinei bastante, porque não é fácil, e ela faz plenamente. Não sei se eu chego a altura do movimento dela, mas eu consegui colocar o meu jeitinho também. Com certeza ela é a inspiração total desse movimento”, completou a porta-bandeira.

Harmonia

A Unidos de Bangu está com um samba com passagens marcantes que se fixaram bem na cabeça dos componentes e quase toda cantou junto. Faz-se importante que a agremiação busque aprimorar o canto, para que ele seja ouvido em sua integralidade pelos desfilantes. A ala de compositores veio próxima ao final e mostrou empolgação com o ensaio técnico.

“Tudo positivo. O ensaio técnico é para isso: acertar o que está errado. Um negócio ou outro, mas, com certeza, no desfile vai estar tudo nos conformes. Tudo de boa. Eu e o mestre Laion falamos a mesma língua. Temos uma química muito boa um com outro”, disse Pixulé.

Evolução

A vermelho e branco da Zona Oeste fluiu bem na Marquês de Sapucaí. Não houve lentidão. A bateria não parou no segundo recuo e seguiu direto até a Apoteose, mas isso não significa que houve correria para fechar o desfile. Interessante notar que a escola trouxe algumas alas coreografadas apoiadas por adereços como fitas, lenços, balões e a representação do machado de Xangô.

Samba-Enredo

Pixulé prova que comanda muito bem o carro de som. O samba-enredo da Bangu traz versos que são fáceis de serem decorados o que ajuda no seu desenvolvimento pela Avenida. Trechos como os refrões “Ê, kabecilè, caô/ A maldade vira cinzas/ Na fogueira de Xangô” e “Quem quer paz, não faz a guerra/ Não atiça o meu Xangô” conquistaram o público e levavam a escola a cantar alto.

Outros destaques

A bateria Caldeirão da Zona Oeste foi um ponto alto do ensaio da Unidos de Bangu. A maior ousadia foi a paradinha com o ritmo de música de festas juninas, para referenciar o sincretismo religioso que conecta o orixá Xangô com santos católicos juninos. Além disso, mestre Laion arriscou um efeito pirotécnico, em que faíscas saíam do meio da bateria. À frente da bateria, estava a rainha Wenny Isa.

“Para mim que não fiz ensaio no setor 11 e fiz apenas dois ensaios de rua, estou muito satisfeito. Hoje aqui foi um jogo treino para mim, sei que o trabalho ainda está em construção para o grande dia, mas a bateria teve um desempenho muito bom, acredito se hoje fosse o dia do desfile a bateria sairia daqui com as quatro notas 10 e até o carnaval vai ter muita coisa para acontecer nessa bateria ‘Caldeirão da Zona Oeste’. Ainda tem muita coisa para melhorar, vamos conversar ver o que foi bom e ruim, e ajeitar isso e com certeza, com mais ensaios a bateria vai chegar além da perfeição. Hoje aqui apresentamos duas, temos mais uma e uma coreografia que vamos realizar junto com a nossa rainha Wenny Isa. Acho que a galera vai surpreender vou deixar logo aqui: Teremos um tripé para nossa rainha e uma verdadeira festa junina. Juntando a ala de passista e a bateria e animando bastante as pessoas”, revelou mestre Laion.

Colaboraram Augusto Werneck, Cristiano Martins e Raphael Lacerda

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