InícioSão PauloÉ brasilidade! Em festa das campeãs, Mocidade Alegre anuncia o seu enredo

É brasilidade! Em festa das campeãs, Mocidade Alegre anuncia o seu enredo

Escola irá desbravar o Brasil na figura de Mário de Andrade

A atual campeã do Grupo Especial de São Paulo, Mocidade Alegre, promoveu na noite de spabado o evento “Festa das Campeãs”, onde houve apresentações das coirmãs Vai-Vai, que ganhou o Grupo de Acesso I e a escola carioca vencedora, Imperatriz Leopoldinense. Porém, o objetivo principal da festa era apresentar o enredo que a agremiação contará no Anhembi em 2024. Era madrugada, por volta das 4h e, após vários shows, a ansiedade já tomava conta. O tema foi apresentado com um longo vídeo e encenações feitas pelo Grupo Miscigenação. Logo após o enredo foi revelado, a presidente Solange Cruz e o carnavalesco Jorge Silveira discursaram e a comunidade presente mostrou uma grande aceitação com o que está por vir. O enredo se trata de: “Brasiléia Desvairada: A busca de Mário de Andrade por um país”.

Enredo e a confiança de um carnavalesco

O carnavalesco Jorge Silveira conversou com o CARNAVALESCO e falou brevemente sobre como pretende contar o tema na avenida. “A gente vem de um campeonato, a responsabilidade aumenta e vamos falar de brasilidade. A gente usa como referência uma viagem do poeta Mário de Andrade, que ele fez exatamente há 100 anos atrás. Mário é um dos principais nomes da poesia nacional e da literatura paulistana. É um ícone da cidade de São Paulo e, a partir de 1924 ele vai explorar o território nacional buscando conhecer, entender a identidade brasileira através da cultura nacional”

O enredista Leonardo Antan, está em parceria com Jorge Silveira e é responsável pela pesquisa do enredo. O profissional falou sobre o tema. “A gente desenvolveu alguns enredos para a Mocidade depois do carnaval. A gente sabia da dificuldade de fazer um enredo da altura do “Yasuke”, que foi campeão. Primeiro tentamos enredos parecidos com esses que a Mocidade tinha feito e depois fomos para esse enredo cultural, artístico e que celebra de alguma maneira a Semana do Modernismo, que começou em 1922. Investiga também como é ser brasileiro nesses momentos de crise. Isso era pauta também há 100 anos atrás. Com isso a gente vai olhar para o Mário e ver com ele quem é esse povo brasileiro”, completou.

São poucas as escolas que depositam confiança em um carnavalesco. No âmbito do carnaval se vê muitas agremiações propondo enredos para os artistas desenvolverem. Na Mocidade Alegre tem acontecido o contrário. É o segundo ano consecutivo em que a diretoria irá apostar todas as suas fichas em Jorge Silveira, visto que deu tudo certo no último desfile. Pelo discurso do profissional, ambos se encontraram e a sinergia tem dado certo. “Acho que isso tem muito a ver com trabalho. Temos que procurar desenvolver com responsabilidade e com uma narrativa que o carnaval precisa. A presidente entendeu o que estávamos trazendo para agregar com a comunidade. O carnaval é um discurso popular que precisa falar com as pessoas e a Solange tem uma responsabilidade muito grande com a sua comunidade. Ela entende que artisticamente a gente tem autoridade para fazer isso. Ela nos dá essa liberdade e nos estimula para que a gente possa criativamente conduzir essa narrativa. Para nós é um cenário perfeito e a gente pode fazer tudo que a gente acredita com o apoio da instituição. Acho que é o ideal”, disse.

Foi o primeiro título de Silveira em sua carreira, contando São Paulo e Rio de Janeiro. O carnavalesco se disse muito feliz e que a ficha ainda está caindo, além da confiança para buscar mais uma taça para a escola. “A ficha está caindo gradativamente porque eu nunca tinha sido campeão de nada na vida. Nunca ganhei nem rifa. É a primeira vez. É maravilhoso pelo carinho das pessoas. Há um ano atrás tudo era desconfiança. Agora o sarrafo aumentou, a responsabilidade aumenta, mas a confiança aumenta também. Agora eu conheço esse brinquedo e quero fazê-lo girar na máxima potência”, finalizou.

Enredo e o futuro da escola

A presidente Solange Cruz contou o processo de escolha do enredo. De acordo com ela, havia outras possibilidades, mas o último apresentado agradou, até por fazer um paralelo com o título conquistado em 2004 homenageando a cidade de São Paulo. “A Mocidade tinha dois enredos. O Jorge tinha apresentado para nós e a gente achava que ainda não era aquilo, mas ele voltou na semana seguinte com uma narrativa, explicação e todo um consenso que convenceu todo mundo porque nos emocionou. Acho que estamos carentes desses enredos. A Mocidade foi campeã com o enredo de 450 anos de São Paulo e 20 anos depois temos a Semana de Arte Moderna, todas essas viagens que Mário de Andrade fez. Eu acho que a Mocidade Alegre vai ser muito feliz com esse enredo. Eu queria demais esse resgate, convenceu a comissão de carnaval na hora da apresentação. Estamos muito felizes com essa “Brasiléia Desvairada”, disse.

Solange revelou os próximos passos de planejamento que a escola vai dar para o próximo carnaval. “Vamos ter a explanação do enredo para os compositores, até porque o Jorge já desenhou quase tudo. Ele tem pouquíssimas coisas para nos entregar. Muito bacana, ele se identificou com a escola e é incrível o trabalho que ele vem desenvolvendo aqui no nosso carnaval de São Paulo. Ele é oriundo do Rio e veio ganhar o carnaval aqui”, declarou.

Com esse campeonato a Mocidade Alegre conseguiu o seu décimo primeiro título e empatou com a Nenê de Vila Matilde se tornando oficialmente a segunda maior campeã do carnaval paulistano. Perguntada sobre a ambição de buscar a maior detentora de taças, que é o Vai-Vai, a presidente mostrou ambição. “Claro, até porque a gente fala que a Vai-Vai é uma senhora idosa que merece todo o nosso respeito. É uma escola que abrange mais de 90 anos e com todos esses títulos. Eu estou na metade ainda, mas ‘Tadeuzinho eu vou te alcançar’”.

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