A categoria “Representatividade” foi muito disputada no Destaques do Ano de 2022. Houve um empate triplo entre a intérprete da Unidos da Tijuca, Wic Tavares, a rainha de bateria da Mangueira, Evelyn Bastos, e a rainha de bateria da Viradouro, Erika Januza, que não pôde comparecer ao evento, mas enviou um vídeo de agradecimento pela premiação. Wic fez questão de relembrar sua história e expressar a felicidade que sente de poder viver esse momento ao lado do pai Wantuir. * VEJA AQUI FOTOS DA PREMIAÇÃO
“Todo mundo que está aqui eu acho que me conheceu muito pequena, acompanhando meu pai, graças a Deus a cada prêmio a gente está sempre juntos. Tem muita importância poder levar mais esse prêmio para casa. Obrigado mundo do samba por sempre estar militando com esses prêmios, eu sendo uma mulher preta, cantando samba-enredo, mas da melhor forma. O meu maior presente é poder cantar ao lado do meu pai. Eu nunca imaginei algo parecido. Todo filho que se inspira no pai e na mãe, e sonha em realizar esse sonho, eu nunca imaginei, eu tenho um pai cantor, mãe cantora, minha casa é de músicos, e eu poder estar realizando este sonho, dar continuidade lá em casa, o segmento do samba que me ensinou muito coisa, me levou para outros países, é a maior fonte de renda dentro da minha família, e de outras pessoas, a gente pode ajudar muita gente através do samba, é uma vitória ser intérprete da Unidos da Tijuca por mais um ano”, afirma a cantora da Unidos da Tijuca.
Já Evelyn fez um apelo aos gestores do carnaval para que cada vez mais possam ter um olhar especial para as meninas da comunidade que sonham em chegar a posições de destaque no carnaval.
“É uma felicidade imensa quando a nossa agremiação nos faz sustentar a coroa maior. Normalmente mulheres como a gente tem as portas fechadas na rua. Então, a gente se sente completamente abraçada quando a nossa agremiação promove este trabalho. Eu não poderia deixar de aproveitar esse trabalho para dizer que eu cumprimento todas as gestões de escolas de samba e deixar um pedido aos gestores, que ainda é majoritariamente branco e masculino, a dar essa oportunidade a meninas do seu lugar, porque eu acredito que vocês querem ser instrumentos de transformação. E o universo do samba é revolucionário. E a gente quer sempre vencer, e a gente precisa da ajuda de todos vocês como uma família, e a gente precisa sempre evoluir. O universo do samba é revolucionário”, finalizou a rainha de bateria da “Tem Que Respeitar Meu Tamborim”.