InícioSérie OuroIlhaDandara Ventapane defende o legado raiz no samba

Dandara Ventapane defende o legado raiz no samba

Porta-bandeira da União da Ilha, ela é neta de Martinho da Vila e atua em diversas frentes, comprovando que a mulher pode ser o que quiser. Veja abaixo a entrevista para a coluna “Espaço do Sambista”, publicada toda sexta-feira, no jornal MEIA HORA.

Qual é o maior desafio para ser porta-bandeira?

Dandara: “É representar um pavilhão com dedicação, beleza e paixão. Lidar com os contratempos do momento na Avenida (roupa, vento, atraso, ajuste), além de como mulher, ser a representante de tantas outras”.

O que ajudou e o que dificultou em ser neta do Martinho e trabalhar no carnaval?

Dandara: “Tive abertura na Unidos de Vila Isabel para mostrar minha vontade de compor o quadro de casais. Se eu não fosse “de casa”, pois sempre fui presente e desfilante, o caminho seria outro. Pedi para ser a 3ª porta-bandeira, o que não havia na escola. Não tirei o lugar de ninguém. A dificuldade foi exatamente desligar essa conexão: ‘Só está lá porque é neta do Martinho’. Precisou de tempo, e, talvez, que eu saísse da Vila Isabel para mostrar o valor da minha dança e arte”.

Como as escolas de samba podem trabalhar mais com meninas e meninos das comunidades?

Dandara: “É preciso ter ações de trazer o componente com sua família para as escolas mirins e para o convívio cultural do carnaval. Isso vai ser reafirmar, através dos projetos sociais, dentro das escolas de samba, e, assim as crianças vão ter o reflexo cultural em suas vidas. Falando da engrenagem como um todo, é a valorização do artista em diversos níveis dentro da estrutura”.

Você foi recentemente mãe, é porta-bandeira e cantora. Qual é o segredo dessa “super Dandara-Maravilha” para dar conta de tudo?

Dandara: “Está entre ancestralidade e contemporaneidade (risos). Minha mãe, Analimar, é meu espelho de mulher maravilha, ser mãe de três, trabalhar com a música e o que for necessário pra agregar financeiramente em casa. Ter uma rede de apoio é fundamental. Nós, mulheres, queremos ter o poder de decidir o que nos é necessário. Ser “Dandara-Maravilha”, mãe solo, não ser mãe, ter filho e profissão ou só se dedicar a família”.

A Ilha acabou sendo rebaixada e você seguiu. Qual é o tamanho do desafiou em desfilar na Série A?

Dandara: “O tamanho é grande. É uma missão. Colaborar com a escola para se reerguer e voltar ao Grupo Especial. Toda a comunidade e a direção da escola confiou em mim e no meu trabalho, independente da colocação. Isso foi o que me fez continuar na União”.

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