Martelo batido! A Vila Isabel vai reeditar o samba-enredo “Gbala – Viagem ao templo da criação”, desenvolvido em 1993. A obra é de Martinho da Vila. O enredo é de Oswaldo Jardim (faleceu em 2003) e terá uma releitura feita por Paulo Barros.
“Estamos muito felizes em levar novamente ‘Gbalá’ à Sapucaí! Isso é, acima de tudo, um grande presente à comunidade da Vila Isabel, que tem um carinho enorme por esse samba e pelo enredo, que permanece atual, dentro do contexto em que vivemos. Além disso, é uma homenagem aos profissionais que defenderam as cores do nosso pavilhão em 1993 e imortalizaram esse desfile”, destaca o presidente Luizinho Guimarães.
A azul e branco preparou um vídeo especial para apresentar o enredo que será novamente desenvolvido no Carnaval 2024. Martinho da Vila narra detalhes do enredo. As entrevistas foram feitas com Olício Alves dos Santos (presidente em 1993), Cristiano Moratto (assistente de Oswaldo Jardim), Carlinhos Brilhante (mestre-sala do desfile de 1993), Ana Beatriz Genuncio (rainha de bateria em 1993), os filhos de Martinho (Mart´nália, Pinduca e Analimar) e Gera (intérprete principal).
No desfile de 1993, a Vila Isabel enfrentou muita chuva na Avenida. A escola terminou na oitava colocação. O samba-enredo ficou para sempre na memória dos torcedores e sambistas apaixonados por carnaval. Agora, a missão de conduzir a obra está com o intérprete Tinga.
Confira a carta aberta da Vila Isabel aos torcedores
Para o ano de 2024, levaremos para a avenida “Gbalá – Viagem ao Templo da Criação”, reeditando o enredo do nosso desfile de 1993, do saudoso carnavalesco Oswaldo Jardim. Partindo de uma narrativa fictícia, criada à época, utilizando a cultura Yorubá como base criativa, não só prestaremos uma homenagem ao artista como também visitaremos nosso baú de memórias, propondo uma reflexão sobre nosso planeta, as mazelas que os humanos fazem à Terra e a possibilidade de nos salvarmos através das crianças e sua candura.
Em nosso enredo, o mundo em que vivemos se encontra corrompido de seus propósitos iniciais, tendo o homem se perdido de sua missão inicial, designada por Oxalá: ajudar a cuidar e manter o planeta Terra em plena harmonia. Tomado pela ganância, a humanidade envenenou o planeta fazendo, assim, com que o seu criador também adoecesse. A única alternativa para salvá-lo seria levar crianças, de todo o mundo, ao Templo da Criação para que, conhecendo o mundo tal qual foi concebido, curassem Oxalá dos males e salvassem a humanidade.
Ao chegarem, conheceram a criação do mundo, as profundezas do mar, o esplendor e colorido da natureza e logo aprenderam como o planeta se estabeleceu. Viram, também, a criação do homem e o corpo humano além de sua materialidade, observando suas diferentes formas, usos e relações culturais. Enxergaram sobre a evolução, aprendendo sobre os avanços que deveriam ser usados para que a vida humana tenha o sentido da bondade, paz e amor. Ao fim, rebatizadas nas sete águas sagradas, aprenderam o mais importante dos valores, aquele que carregavam dentro de si: a esperança! Voltaram da sua jornada carregando a certeza de que nelas reside a possibilidade de salvar nosso mundo e o caminho para um lugar melhor.
O mundo precisa de mudanças e a “criança é esperança de Oxalá” para que a humanidade se salve de sua própria ganância. Gbalá! Resgatar! Salvar! Avante, Vila Isabel!