A Imperatriz apresentou no Carnaval 2024 o enredo “Com a sorte virada para a lua, segundo o testamento da cigana Esmeralda” que foi mais uma aposta do carnavalesco Leandro Vieira, assim como foi o enredo de 2023 campeão sobre o pós morte de Lampião. O artista produziu em 2024 uma ficção carnavalesca, que assim como no ano passado se construiu com a inspiração a partir da literatura de cordel. O povo da região da Leopoldina está obcecado pelo bicampeonato, com um time estrelado com nomes como Pitty de Menezes, mestre Lolo, Marcelo Misailidis, entre outros.

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Em entrevista concedida ao site CARNAVALESCO após o desfile da ainda atual campeã do carnaval carioca, Leandro Vieira comentou: “Eu me diverti a beça nesse desfile, eu vim para me distrair, para curtir com a minha comunidade alegre, eu estou achando lindo, eu estou achando bonito, as pessoas alegres e isso eu acho que é o resultado do trabalho que todo mundo quer e todo mundo faz, eu acho que a Imperatriz está feliz e isso é bom para mim”.

O primeiro casal, Phelipe Lemos e Rafaela Theodoro, demonstrou muito entrosamento, segurança e tranquilidade em seus movimentos. Rafaela estava deslumbrante em uma fantasia que abusava dos tons de dourado e das joias características da cultura cigana. Com o traje intitulado “A cigana Esmeralda e o príncipe da França”, a porta-bandeira representava a personagem do enredo e não mediu palavras ao expressar como estava se sentindo depois do desfile: “A emoção é única, eu acho que a gente conseguiu cumprir o papel que a gente fez no nosso ensaio técnico, vim leve, brincando, com muita alegria, acho que isso é o mais importante”. Phelipe também revelou sua emoção ao finalizar o desfile: “Foi maravilhoso, acho que a gente conseguiu brincar como a gente brinca lá em Ramos, acho que nós trouxemos para avenida um pouquinho de Ramos, espero que todo mundo saia daqui apaixonado, ciganizado e feliz, independente do resultado, seja feita a vontade da cigana”.

O coreógrafo Marcelo Misailidis levou o fogo como elemento central para representar o povo cigano com a apresentação. “Eu achei muito bem a escola, assim, super empolgada, o que tem a ver com esse espírito do enredo cigano. A Comissão de Frente acho que cumpriu muito bem a sua função e o resto agora é contar com as expectativas melhores possíveis. A ideia da fogueira foi porque na cigana tem que ter fogueira e a última vez que eu passei uma escola aqui, ela teve fogueira. E a fogueira é o que abre todo o ritual, toda a comemoração, toda a festa cigana. A fogueira é que abre para exorcizar o mal e, enfim, trazer essas energias boas. A gente escolheu a fogueira pra abrir o desfile”.

O diretor de carnaval, André Bonatte, compartilhou sua percepção do desfile e o que espera do resultado na quarta de cinzas: “Eu estou ali na frente da escola, o que eu tenho é um feedback de rádio, mas na minha opinião a escola fez um desfile foda, acho que foi um desfile perfeito, de forma técnica e eu acho que empolgado. Acho que com harmonia e evolução, com cara de uma escola que tem muita sede de ser campeã”.

Mestre Lolo, mais uma vez, teve uma avassaladora apresentação que confirmou que o samba da Imperatriz, criado a partir de uma junção de duas obras, se transformou em um belíssimo príncipe cigano, cantado, até nos momentos da bossa de seresta da “Swing da Leopoldina” pela comunidade e pelos foliões que cantaram o “Vai clarear” a plenos pulmões.

“É maravilhoso para gente, ensaio legal para chegar aqui e fazer um trabalho de excelência e graças a Deus tudo correu bem. Fizemos o nosso trabalho, agora é aguardar aí, mas se Deus quiser acho que a gente está na briga”, pontuou Lolo.