Os compositores da Grande Rio vieram fantasiados de cancioneiros populares pantaneiros que contam e, principalmente, cantam os causos e histórias sobre as onças, revelando assim os “cruzos culturais” afro-ameríndios. Com o nome “Ponteio caipira e causos cantados”, pescadores, cordelistas, violeiros e repentistas são alguns dos cancioneiros representados pela indumentária.
De cavaco estampado de onça, os compositores vieram com uma capa verde e estampada por dentro, com algumas flores amarelas por fora, com camisas laranja, colares, um colete e calças verdes, evocando essa figura cancioneira que mora no interior do Brasil.
O presidente da ala, Licinho Jr., falou sobre essa representação da figura dos pescadores da floresta que contam causos, dentro do enredo, estando bem posicionados como esses pescadores: “A nossa figura está bem destacado dentro do enredo, como diz, a gente sabe que é uma história mística”.
Sobre a fantasia ele comentou: “É uma fantasia leve, que tem como a gente fazer um grande desfile, e toda contextualizada dentro do enredo”. Ele ainda citou o compositor Paulo Onça, integrante da ala, que por questões de saúde não pôde comparecer ao desfile deste ano: “Ele teria uma boa história sobre onças para contar”.
A diretora Lúcia estava muito animada com a preparação da ala, e destacou o que mais chamou atenção da fantasia: “Adorei o chapéu, adorei esses colares aqui maravilhosos. O nosso cavaco vem grandemente representando quem realmente somos”, falou citando o instrumento que veio como adereço de mão da roupa.
Já duas compositoras, Cecília, de sessenta e um, e Mary, de sessenta e nove, que desfilaram, acharam a fantasia quente e com muito volume e tecidos: “O colete poderia ser costurado na camisa, e não precisava das costas assim. Sei disso pois sou costureira também”, comentou Cecília, que continuou: “É uma fantasia grande e pesada, atrapalha a evolução da gente, a capa pesa, então pra gente cantar e evoluir é difícil”.
Mary, integrante da ala há quinze anos, citou a quantidade de roupa e o calor do verão como complicadores para o desfile: “É veludo com terê, com esse verão, botar essa roupa para quem é velho de idade. Vai passar mal na avenida”.