A Unidos da Tijuca embarcou em uma viagem a uma Portugal mítica e mística, repleta de fábulas. Seu enredo contou, em clima de encantamento, fatos, mistérios e lendas populares sobre a formação dessa nação. Nessa narrativa, um dos protagonistas foi o “Fado”, que em seus múltiplos significados, além de representar o gênero musical típico lusitano, traz consigo a ideia de destino e fabulação. Nesse jogo de palavras, o “Conto de Fada” se tornou “Conto de Fado”, onde o lúdico e o imaginário interagiram com as histórias narradas, inventadas e repaginadas.

A Bateria da Unidos da Tijuca trouxe, em sua fantasia, um legado mouro repleto de histórias: a arte da azulejaria. Os azulejos mouriscos, caracterizados, a princípio, por utilizar elementos decorativos geométricos e florais, foram introduzidos na Península Ibérica, durante a ocupação moura. Muito utilizado na arte islâmica, para decorar mesquitas e palácios, na Península Ibérica, a técnica passou a ser utilizada também para revestir paredes e para ornamentar, mais tarde, igrejas, mosteiros e palácios reais.

Luiz de 42 anos deixou sua opinião sobre a fantasia da bateria e o que esperar do resultado desse desfile: “Essa fantasia é muito bonita, não é muito pesada, que é uma demanda sempre do ritmista, porque como a gente toca e garante o show, então é leve, mas é muito, muito bonita, muito caprichada. Eu acho que está em linha mais ou menos com o padrão da escola desse ano, que foi muito alto. A gente tem ótimas expectativas e vamos que vamos, pelo visto, o trabalho desse ano foi feito muito bem. As fantasias são boas, alegoria também. Então a gente tem sempre a expectativa de voltar, pelo menos nas campeões, mas agora, depende, o carnaval é nesses 800 metros. Falar antes não adianta muito, mas a gente está muito confiante e bem positivo”.

“A fantasia está ótima, ela está bem confortável, só que como está muito calor, qualquer coisa que você coloque de manga muito comprida, no caso aqui nós, sempre sofre um pouquinho, mas a fantasia está linda, minhas expectativas para esse resultado são as melhores possíveis, estamos aí com garra, desfilamos com sangue nos olhos e vamos em frente”, pontuou José Mauro Sampaio de 72 anos.

Mais do que uma simples decoração, a peça passou, como um livro de cerâmica, a contar histórias das invasões e da reconquista. A cor azul – a mais comum nos azulejos – era usada por ser mais fácil e barata de produzir, bastava adicionar óxido de cobalto à mistura de argila usada para fazer os azulejos.

“O figurinho da bateria é muito bonito, é muito bem acabado, muito detalhista. As minhas expectativas para esse desfile é que a bateria consiga a nota 40, de preferência. A Bateria vai dar o nome”, comentou Jose Souza e Silva de 40 anos.