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Comissão de frente e conjunto musical se destacam no primeiro ensaio técnico do Tucuruvi

Mestre Serginho e Hudson Luiz se mostraram entrosados. Comissão de frente apresentou um teatro

Por Gustavo Lima e fotos de Fábio Martins

O Acadêmicos do Tucuruvi realizou na noite do último domingo o seu primeiro ensaio técnico visando o Carnaval 2024. O treino foi marcado pela forte presença da comissão de frente e conjunto musical. A escola da Cantareira apresentou uma coreografia complexa e com muita energia, além do criativo conjunto musical, liderado por mestre Serginho e pelo intérprete Hudson Luiz, que potencializaram ainda mais o grande samba do ‘Zaca’. A agremiação terá outro ensaio, no próximo domingo – O dia que será marcado pelo encerramento da temporada de ensaios técnicos. “Ifá” é o enredo do Tucuruvi para 2024, assinado pelos carnavalescos Dione Leite e Yago Duarte.

“É o primeiro ensaio técnico. Nós já estávamos fazendo outros ensaios técnicos na rua, mas agora chegar aqui no solo sagrado do Anhembi é para nós uma novidade do ano. Acho que a escola vem se preparando cada vez mais. Eu gostei, tem algumas coisas para ajustar, a gente vai voltar para casa agora, organizar os pensamentos e discutir o que será feito”, opinou o vice-presidente e diretor de carnaval Rodrigo Delduque.

Comissão de frente

Comandada por Renan Banov, ela mostrou uma extensa coreografia para apresentar o enredo. Apesar de ser bem complexa, a comissão contou muito bem o que é “Ifá”. A dança foi teatralizada por componentes onde a maioria usava saias laranjas. Esses dançarinos iam pelo chão, faziam danças afro e se jogavam no chão.

Como dito antes, a ala explica o tema. Isso se vê no tripé que a comissão levou. Não se sabe ao certo o significado do elemento alegórico, mas o fato é que ali estava Exú como figura principal com seu amigo Ifá, pois a coreografia terminava com o componente de Ifá no alto do tripé.

Após, todos saudavam o público em cima do próprio elemento alegórico. Contudo, é uma comissão de frente muito complexa, precisa de uma consulta, mas de ‘bate-pronto’ já via Ifá lá dentro.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Luan Caliel e Beatriz Teixeira, executou o ensaio de forma satisfatória. O jovem mestre-sala com a experiente porta-bandeira conseguiu se safar da pista molhada e da garoa. A dupla priorizou a mescla entre coreografia dentro do samba e giros.

“Para mim está no caminho certo, mesmo com a chuva e o vento. A gente já esperava isso, ensaiamos na chuva, ensaiamos com o vento, ensaiamos no sol, então a gente vem ensaiando para tudo dar certo. Hoje foi uma continuação dos ensaios que a gente já estava tendo, e por enquanto está dando tudo certo. Graças a Deus o nosso jurado está caminhando, a gente está conseguindo respirar bem, conseguindo desempenhar o desenho da pista conforme a gente gostaria que ficasse”, disse a porta-bandeira.

“O ensaio técnico eu falo que é para nós entendermos primeiramente o andamento da escola, porque quando vem só eu e a Bia nós fazemos um trabalho com harmonia, mas nunca é como no dia. Nós temos mesmo que sentir a escola e ver se a coreografia do jurado está dentro do andamento da escola, se está correndo certo, e hoje pudemos ver que está dando tudo certo, graças a Deus. O andamento está praticamente muito perfeito junto com a nossa coreografia, só um detalhezinho que sempre tem que ter, então eu posso falar que foi muito produtivo hoje. Cumprimos todo o regulamento novo, que é o desenho de pista, a sonoridade, fazer pausas na dança. Eu acho que foi um ensaio muito produtivo tanto para nós quanto para a escola”, completou o mestre-sala.

Harmonia

O canto do Tucuruvi foi linear durante todo o ensaio. Muito se tinha dúvida de como o samba-enredo com palavras iorubás seguidas renderia no Anhembi – A comunidade do ‘Zaca’ deu o tom e mostrou que todos os componentes estão com a trilha-sonora na ponta da língua. Entretanto, faltou mais força e vigor no canto. A vibração aconteceu em momentos esporádicos, como na bossa dos últimos versos do “Respeite a minha ancestralidade” – Essa parte, antes e depois da paradinha, empolgou bastante os componentes.

O vice-presidente e diretor Rodrigo Delduque disse que vai analisar o desempenho da escola no quesito, pois o Tucuruvi terá outro ensaio. “Vamos voltar para casa e analisar alguns vídeos com a equipe toda do que cada viu de seu setor. Nunca estamos satisfeitos. Só ficaremos depois que Exú e Orunmilá nos presentear com o troféu”, disse.

Evolução

A pista molhada claramente prejudicou o andamento entre as alas. Os componentes se movimentavam de um lado para o outro, mas de uma forma menor. Não havia uma coreografia específica entre as alas, somente, novamente na bossa do “Respeite minha ancestralidade”, onde todos levantaram o punho até o ritmo da bateria voltar.

Sambas-enredo

Se o samba é uma das sensações do carnaval, o intérprete Hudson Luiz vem fazendo o papel de defendê-lo muito bem. O cantor conduz um carro de som bem elaborado com vozes femininas que tem destaques em certos momentos. É uma ala musical diferente, cada um tem o seu espaço. Não é somente a voz de Hudson que aparece no carro.

As duas mulheres que fazem parte do time, estão fazendo um trabalho de canto incrível e é de uma grande criatividade que elas tenham um papel fundamental dentro de um dos melhores sambas-enredo do Carnaval 2024.

O intérprete Hudson Luiz analisou o ensaio. “Fizemos o que temos feito em todos os ensaios. Nada diferente. A gente vem em um trabalho constante de alguns meses, nos encontramos duas vezes na semana, desenvolvemos, trocamos ideias e o resultado hoje foi esse que trabalhamos. No início do ensaio eu chamei o pessoal e disse que era para tirar onda, só cantar. Todos nós somos cantores, temos uma ala musical reduzida e essa é uma ideia minha. Queria uma ala musical com qualidade e não com quantidade. Hoje o resultado foi muito positivo”, declarou.

De acordo com o cantor, a parceria com mestre Serginho vem dando muito certo. “O mestre Serginho foi o primeiro cara da parte musical do Tucuruvi que eu tive contato. Até os dias de hoje a gente sempre se fala todas as semanas. Sempre fomos amigos e posso até dizer que somos irmãos. Quando existe um entrosamento entre carro de som e bateria, esse é o resultado que vocês viram”, afirmou.

A vozes de Helen Cristina e Carol Oliver, aparecem principalmente no refrão do meio, sendo na palavra ‘irukerê’

Outros destaques

A “Bateria do Zaca”, regida por mestre Serginho, mostrou uma cadência dentro do samba e se destacou pela bossa nos últimos versos, onde fazia o apagão e depois retornava com os atabaques no refrão principal.

Mestre Serginho avaliou o ensaio. “O começo deu aquela chuva que foi difícil para montar, mas depois acho que rolou legal. Algumas coisas nós podemos ajustar em relação à ala musical. Acho que lá na frente deu uma distanciada. Foi positivo, a afinação estava boa. Depois eu vou chegar em casa, escutar muito, mas acho que foi bem produtivo. A bateria melhorou o rendimento em relação ao específico, porque o canto ajuda”, disse.

O diretor de bateria contou sobre as bossas. “O que eu estou tentando me achar é em relação às cabines. No passado a gente tinha o contato de ângulo direto com os caras, mas nessa parte acho que rolou. Eu vi a galera cantando bastante. A gente tinha combinado de fazer umas quatro vezes, e esse é o melhor teste”, completou.

A ala das baianas estava vestida nas cores da escola e também cantavam o samba. A roupa era branca e havia mescla de saiotes azuis e amarelos.

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