Talvez você não saiba, mas Marcos Rezende é um dos grandes nomes da história do carnaval de São Paulo. Conhecido como mestre Sombra, ele está desde 1994 à frente da bateria da “Ritmo Puro”, bateria da Mocidade Alegre – naquele ano, dividiu o comando com mestre Coca, assumindo em definitivo de maneira individual em 1995.

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Foto; Fábio Martins/Site CARNAVALESCO

De lá para cá, foram sete títulos (a Morada do Samba tem onze) e vinte e uma vezes entre as cinco primeiras colocadas no carnaval de São Paulo. Em 2023, após mais uma taça conquistada com o enredo “Yasuke”, os ritmistas, mais uma vez, gabaritaram o quesito. Com a tranquilidade de quem, mais uma vez, cumpriu muito bem o papel proposto, o diretor de bateria da escola do Limão concedeu entrevista ao CARNAVALESCO logo após o desfile das Campeãs, realizado na noite de 26 de fevereiro.

Sem depender de descartes

Em 2022, mesmo garantindo 30 pontos para a agremiação, a “Ritmo Puro” deixou escapar um décimo na apuração. No ano em que voltou a conquistar um troféu após oito anos, a Mocidade Alegre também não teve decréscimos no quesito. Sem grandes exaltações ou desesperos, Sombra contou com a experiência para falar do tema.

“É tranquilo, faz parte perder ou ganhar campeonatos ou décimos. Estamos um pouco calejados já, são quase trinta anos de trabalho. Não tem desespero com nota perdida, não. É parar, trabalhar de novo e correr atrás do prejuízo sempre”, destacou.

A tranquilidade, mais uma vez, se fez presente ao falar sobre as variações que ensaia a cada temporada. “A gente vai trabalhando ano a ano, e cada ano é um ano. Já tivemos anos em que não fizemos coreografia nenhuma, por exemplo. Nós vamos adequando as bossas ao samba. Aí é um misto: temos que ter a felicidade e a sorte de dar certo ou que foi planejado”, pontuou.

Espinha dorsal forte

Perguntado sobre eventuais mudanças na “Ritmo Puro” para 2024, Sombra preferiu exaltar o que foi construído durante quase trinta anos de trabalho da parte dele. “A gente não faz esse tipo de planejamento, não. Tem gente que entra, tem gente que sai… é lógico que temos uma base e, por algum motivo, quando alguém sai, vem uma pessoa nova, mas não são grandes mudanças. Quando você tem uma estrutura montada, você não pode mudar muito”, finalizou.