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Com a águia simbolizando a união entre madrinha e afilhada, terceira alegoria da Ilha encerrou o desfile em homenagem à Portela

Com o carro “Obrigado, madrinha Portela!”, a União da Ilha do Governador encerrou o desfile que homenageia o centenário da Portela com a mistura de insulanos e portelenses, destacando o encontro das águias – a união entre as duas escolas de samba. Com uma grande águia no topo, a alegoria foi marcada por grandes e históricos nomes da escola de Madureira. Na frente do carro, Noca da Portela, Vilma Nascimento e Jerônimo. No lado direito, velha guarda e convidados portelenses, como a porta-bandeira Lucinha Nobre e, no lado direito, velha guarda e convidados da Ilha.

Em entrevista ao site CARNAVALESCO, os componentes do terceiro carro alegórico falaram sobre a homenagem e a mensagem passada pelo carro alegórico que atravessou a Passarela do samba repleto de histórias vivas do carnaval carioca.

Wesley Teixeira, servidor público de 47 anos, foi um dos destaques da alegoria que encerrou o desfile da União da Ilha do Governador. Ele explicou o papel do carro dentro do enredo e contou o que acha da homenagem da escola à madrinha.

“No carro eu sou o guardião da águia. Eu acho essa homenagem muito merecida, porque a Portela está fazendo cem anos. É uma escola histórica, tradicional e amada pelos fãs do carnaval. Essa alegoria aqui (terceiro carro) representa essa homenagem, em si, à Portela. Trazemos a águia da Portela, além de personalidades da escola. Aqui é a síntese do enredo. O carro está lindo e perfeito”, disse o destaque do terceiro carro.

Wesley também falou da importância da mensagem de que as crianças são os guardiões da nova geração de sambistas.

“Temos que fortalecer todas as escolas de base, desde mestre-sala e porta-bandeira e bateria a todos os outros segmentos. É de pequeno que se faz o sucesso lá no futuro”, completou Wesley Silva.

Parte da velha guarda da escola insulana, dona Roseli Vagner, de 59 anos, desfila há 13 na agremiação. Segundo ela, a Portela apoia, de fato, Ilha nesta luta em busca do acesso ao Grupo Especial.

“A homenagem é maravilhosa, porque a Portela realmente é uma madrinha e abraça a Ilha. Mesmo com a gente na Série Ouro, ela sempre nos incentiva a estar melhor e melhor para voltar ao Grupo Especial. Madrinha é isso aí: segurar no colo e querer que fique bem. Hoje é isso que está acontecendo”, contou a componente da velha guarda.

Roseli acredita que o terceiro carro representa a relação da águia com a velha guarda da escola, fundamental para representar sabedoria e fornecer ensinamentos em qualquer agremiação. Ela também ressaltou a relação da velha guarda com as crianças da escola – futuro do samba.

“Para mim, esse carro representa o encontro da águia da Portela com a velha guarda. Isso é uma coisa muito profunda, porque a velha guarda é a sabedoria de uma escola. O que eu vi no clipe do enredo foi a Portela querendo que a gente volte. Um apoio da madrinha para a gente voltar ao Grupo Especial. As crianças são o futuro do samba e o nosso samba não pode morrer. A nossa velha guarda passa isso para as crianças e isso vai se perpetuando”, enfatizou dona Roseli.

Um dos grandes nomes da Portela, a porta-bandeira Lucinha Nobre desfilou no último carro da União da Ilha. Mesmo com a correria e os preparativos para o desfile da Portela na próxima segunda-feira, ela não pôde deixar de prestigiar a afilhada.

“Essa homenagem representa o encontro das águias. A Ilha é sempre uma escola querida, eu tenho grandes amigos aqui e não tinha como não estar aqui hoje prestigiando a Portela. É o centenário da Portela e tem que ser muito comemorado. Eu dei uma ‘fugida’ entre os ensaios, a troca de roupa e todos os detalhes finais – que não são fáceis – para fazer questão de vir prestigiar a Ilha e a Série Ouro também, porque eu acho muito importante que o sambista que ama carnaval esteja aqui na Série Ouro”, contou Lucinha.

Para ela, o centenário da escola reforça a homenagem recebida. Lucinha lembrou que outras escolas também estão homenageando a agremiação de Madureira e Oswaldo Cruz, como a Caprichosos de Pilares, na Série Prata do carnaval carioca.

“Com certeza o centenário reforça essa homenagem. Na verdade é a primeira comemoração do centenário e segunda-feira tem mais. Além de outras escolas que também estão homenageando o centenário da nossa escola, como a Caprichosos. A gente procura estar presente em todas que nos convidam”, ressaltou.

‘Uma amiga e a nossa afilhada querida’. Para Lucinha, isso que a União da Ilha do Governador representa para a Portela. Ela contou que a relação com a agremiação insulana começou desde pequena, por influência de seus pais. Com esta conexão, a porta-bandeira não poderia deixar de prestigiar a Ilha.

“A Ilha é uma escola amiga. Ela é a nossa afilhada querida e eu torço sempre pela Ilha. Adoro os sambas da Ilha. Quando eu era criança, meus pais eram muito amigos do Franco (compositor da escola). Então, na verdade, a minha primeira relação com a Ilha do Governador começa lá atrás, quando eu ainda era criança e o Franco era o meu médico. Ele foi o cara que eu conheci que mais amava a Ilha. A relação é antiga,mas é a primeira vez que eu desfilo na Ilha. A águia está linda. Se é águia não tem como ficar feia, meu filho (risos)”, revelou a porta-bandeira da Portela.

Com a homenagem à madrinha, a União da Ilha do Governador foi a sexta escola a desfilar no sábado de carnaval da Marquês de Sapucaí.

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