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Rafaela Bastos, diretora de marketing da Liesa, revela objetivo: ‘estabelecer relação próxima com as escolas e comunidades’

Rafaela Bastos assumiu a diretoria de marketing da Liesa dando continuidade ao trabalho consistente de Gabriel David. Sua ancestralidade desempenha um papel importante na conquista desse espaço, enquanto sua estratégia visa impulsionar a marca do carnaval nas comunidades e entre os sambistas

Com uma trajetória marcada por 23 anos de brilho como passista e musa da Estação Primeira de Mangueira, Rafaela Bastos, geógrafa e gestora pública, agora assume um papel de destaque como diretora de marketing da Liesa. Para ela, essa transição representa não apenas orgulho e honra, mas também um compromisso profundo com o avanço do carnaval carioca. Em uma entrevista ao site CARNAVALESCO, Rafaela compartilhou suas visões sobre esse momento histórico, a importância de sua ancestralidade na conquista desse espaço e sua estratégia para impulsionar a marca do Carnaval nas comunidades e entre os sambistas.

Foto: Site CARNAVALESCO

Para Rafaela, assumir o cargo de diretora de marketing representa um misto de orgulho, honra e responsabilidade. É uma missão que carrega consigo um compromisso profundo e também significa continuidade, pois foi convidada pelo Gabriel David para dar seguimento ao trabalho consistente que ele já vinha realizando, buscando avançar ainda mais. Portanto, ela está comprometida em manter essa mesma proposta de consistência e avanço dentro do carnaval do Rio. Ela comentou que esse momento tem uma conexão forte com a ancestralidade, pois uma mulher negra está sendo reconhecida e convidada para ocupar esse espaço exclusivamente por seu capital intelectual.

“Representa orgulho, honra, é tudo muito carregado de compromisso, de responsabilidade, é uma missão para mim. Também significa continuidade porque fui convidada pelo Gabriel para continuar o que ele já entregou de maneira consistente, de maneira com avanço. A gente continua com essa mesma proposta de fazer algo consistente e avançando dentro do Carnaval do Rio, e isso para mim tem muito a ver com a ancestralidade, uma mulher negra sendo convidada a estar no lugar exclusivamente pelo seu capital intelectual, também tendo um espaço dentro do carnaval para fazer parte de processos decisórios importantes para não só o evento, mas a própria manifestação cultural, porque essa instituição também tem condição de promover novas perspectivas sobre essa manifestação cultural, envolvendo também os territórios das escolas de samba, envolvendo as crianças das escolas de samba. O meu papel aqui é muito carregado de responsabilidade,
compromisso e orgulho, felicidade, mas principalmente é um investimento em como as pessoas vão perceber cada coisa que é feita atualmente e isso impactar a marca Rio Carnaval”, citou Rafaela.

Em relação a ser mulher preta e ocupar um lugar tão importante no mundo do samba, Rafaela compartilhou com o site CARNAVALESCO como isso impacta na mudança do carnaval: “É um avanço, eu acho que a gente não resolve problemas complexos com um episódio, mas hoje é um momento histórico, mas ele ainda é episódico. Precisa de mais Rafaelas, mais Natálias e mais Evelyns em outros lugares, não só nessa instituição, mas nas escolas de samba também. A gente hoje tem a presidente Guanayra Firmino, mulher negra numa escola de samba do Grupo Especial. Quantas mais serão, quantas virão e quantas serão convidadas? Acho que é um avanço, não resolve as questões complexas e estruturais, mas é parte do processo de resolvê-las”.

Rafaela citou que o processo para assumir o cargo de diretora de marketing foi como encontrar uma combinação perfeita, como se ela e Gabriel dessem um “match”. Eles têm formas de pensamento bastante parecidas e se admiram mutuamente. Quando Gabriel a convidou, tudo fez muito sentido para ela. Desde 2011, Rafaela estuda economia, sustentabilidade e outras formas de pensar o carnaval e criar novas possibilidades tanto para a instituição quanto para as escolas de samba. Portanto, quando Gabriel compartilhou seus sonhos, eles perceberam que estavam conectando seus propósitos.

“Eu e o Gabriel, a gente deu um match, a gente tem a forma de pensamento bastante parecida, a admiração mútua. Quando o Gabriel me convidou fez muito sentido porque desde 2011 que eu estudo economia, sustentabilidade, outras formas de se pensar o Carnaval e de se produzir novas possibilidades tanto para a instituição Liesa, quanto para as escolas de samba. Quando Gabriel me fala dos sonhos dele, uma coisa que a gente conversou é que eu não estava aceitando estar em uma função, eu estava conectando o meu propósito ao dele. E foi assim que eu aceitei o convite”.

A nova diretora de marketing também expressou um profundo sentimento de orgulho por fazer parte da Mangueira e por carregar o DNA do samba. Para ela, a Mangueira é mais do que uma escola de samba, é uma escola de vida e acadêmica. Ela destaca a importância de figuras como Marquinhos, mestre-sala da Mangueira, que é como um professor para ela, fornecendo aprendizados valiosos. Como alguém que é da Zona Sul da cidade, Rafaela foi para a Mangueira por laços familiares e pela sociabilidade que o samba proporciona. Ela reconhece que a Mangueira a desenvolveu e a educou, sendo uma parte fundamental de sua formação: “A Mangueira para mim é uma escola, escola de vida, escola acadêmica. Eu sento para conversar com o Marquinhos, que foi mestre-sala, e ele é como se fosse um professor para mim, como se fosse não, é um professor. Eu venho carregada de aprendizados, a Mangueira me desenvolveu, eu sou da Zona Sul da cidade, e eu fui
para lá por elo familiar e por essa sociabilidade que o samba tem e que às vezes as pessoas não sabem. E com esses encontros familiares e com toda essa história desenvolvida eu fico sendo educada pela Estação Primeira de Mangueira, por isso eu falo que eu sou formada pela UERJ, pela FGV, pela ESPM, pelo Instituto Europeu de Design e pela Estação Primeira de Mangueira”.

Rafaela revelou sua estratégia para fazer o marketing da Liesa atuar nas comunidades e com os sambistas, concentrando-se em dois principais aspectos: territórios do carnaval e as áreas de marketing digital e ativações. Uma das principais estratégias é entender as escolas de samba e seu relacionamento com o território do carnaval. Ela busca explorar como a Liesa pode contribuir para que essas experiências nas comunidades revelem a marca do carnaval e sua potência, conforme percebida pelos sambistas. Rafaela acredita que é importante entender o carnaval a partir da visão daqueles que o fazem, e não apenas dos espectadores. Por isso, ela planeja estabelecer uma relação próxima com as escolas de samba, usando a estratégia dos territórios do carnaval. Além disso, a área de marketing terá um olhar de gestão e projeção. Rafaela buscará entender como os projetos executivos serão percebidos e como outras marcas podem se associar a eles. Ela será responsável por gerenciar toda essa arquitetura de marcas que têm como base a instituição Liesa.

“Eu vou ter uma relação muito direta com a diretoria de comunicação, com a Natália Louise, e a forma que o marketing vai desenvolver as estratégias passa pela forma que a diretoria de comunicação entende que essas mensagens devem ser transmitidas ao usuário e aos sambistas de uma maneira geral. Vai ser uma relação de muita transversalidade, como eu falei, a área de marketing hoje ela está aqui com o olhar de gestão e também com o olhar de projeção, o que esses projetos executivos que vão ser feitos, como eles vão ser percebidos, como outras marcas vão se associar a essas marcas desses projetos e eu gerenciar toda essa arquitetura de marcas que tem como como base a instituição Liesa. E uma das principais estratégias são os territórios do carnaval, então a gente quer entender as escolas de samba com essa extensão relacional com esse capital simbólico ali dentro do seu território e como a instituição Liesa pode contribuir para que essa experiência desses lugares possa revelar essa marca carnaval, essa potência carnaval como ele é percebido, tal como o sambista percebe. Porque eu acho que a grande diferença, a virada de chave, é um pouco isso. As pessoas que gostam do carnaval, que são simpatizantes, e até quem não gosta, mas entender o que a gente faz a partir da visão de quem faz. Então por isso vai ser muito importante a gente ter essa relação com as escolas de samba, com essa estratégia de territórios do carnaval”, comentou Rafaela.

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