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Carnavalesco do Vai-Vai afirma identificação da escola com o enredo do Carnaval 2024: ‘É de rua e do povo’

Escola apresentará no desfile do enredo que vem o enredo 'Capítulo 4, Versículo 3 – Da Rua e do Povo, o Hip Hop: Um Manifesto Paulistano'

De volta ao Grupo Especial em 2024, o Vai-Vai levará para o Anhembi o enredo “Capítulo 4, Versículo 3 – Da Rua e do Povo, o Hip Hop: Um Manifesto Paulistano”, com assinatura do carnavalesco Sidney França. De fato, é um tema que tem a cara da comunidade. O Vai-Vai é uma escola formada historicamente nas ruas e tem todo o potencial e direito de viajar por esse meio.

Almejando resultados maiores

Após o acesso em 2020, a volta para o Grupo Especial em 2022 foi marcada pelo fato de o Vai-Vai ter feito um carnaval ‘barato’ com o intuito de se manter. A estratégia era declarada. Porém, desta vez, o presidente Clarício Gonçalves prometeu um desfile maior nessa volta à elite do carnaval paulistano.

“Sobre esse enredo, a gente realmente tem que fazer algo que tem a ver com a cara da escola. Após uma pesquisa legal, a única cultura que não foi dita acabou sendo a do hip-hop. Tinha opções de outros enredos, sendo dois patrocinados e esse. Graças a Deus eu contratei um profissional que às vezes o dinheiro não é tudo. Eu joguei na mão dele e ele acertou a ideia que a gente queria. Estamos prontos, querendo trabalhar e esse é o nosso caminho. Respeitando as coirmãs, com os pés no chão para tentar chegar ficar entre as três no próximo carnaval e quem sabe o título”, declarou.

Segundo o presidente, o hino para o próximo desfile será escolhido em formato de eliminatórias. “Vamos fazer eliminatórias em um processo normal. Vai ser tudo aberto. Com esse enredo nós temos que ter um samba pancada e por isso que nós vamos abrir e começar as eliminatórias o mais rápido que se possa imaginar”, completou.

Elaboração do enredo e a crítica social

O carnavalesco Sidney França esteve presente no desfile do Vai-Vai de 2023. Porém, esta situação será diferente, pois agora ele assinará como carnavalesco oficial da entidade.

“Em 2023 eu estive na escola de outra maneira, mas é diferente conduzir o Vai-Vai no Grupo Especial, ver que sua escola se reencontra com sua vocação e vanguarda. O pessoal está gostando da ideia do enredo, até porque o Vai-Vai é uma escola de rua e do povo. Falar do hip-hop é falar disso e também de uma expressão cultural colocada à elite social da sociedade de São Paulo”, disse.

O artista se encontrou totalmente com o enredo. De acordo com França, o tema era pensado pelo próprio, além de uma vontade da escola também. As ideias casaram e nasceu essa homenagem ao hip-hop. “É interessante falar desse enredo, porque eu sempre tive a intenção de falar da rua e do hip-hop. Eu cheguei no Vai-Vai e eles também queriam. E aí cruzou, se encontrou as coisas e tem sido um encontro muito feliz. Estou até emocionado. É a minha história e essa escola forjada na rua que é o Vai-Vai e que vêm buscando se reencontrar. A gente vai conseguir pôr onde ela merece”, comentou.

Segundo Sidney, além das homenagens e representatividade, o enredo também tem um teor crítico. “O que eu reparei nos rostos das pessoas é que algumas pessoas ficaram assustadas, porque o carnaval de São Paulo desaprendeu a criticar o sistema. E aí o Vai-Vai volta com essa vocação da escola de samba como uma embaixada popular do povo preto para colocar o dedo na ferida”, finalizou.

Reconhecimento da área

Um dos maiores nomes do movimento rap e hip-hop, Thaíde, comentou sobre a tal união entre os dois estilos musicais, sobretudo dentro do carnaval. “A primeira vez que eu ouvi sobre a possibilidade de ter rap com o Vai-Vai, escola de samba ou carnaval, eu me perguntei se iria dar certo. E deu muito certo. Dessa vez, não fiquei tão surpreso. Mas é a primeira vez que o Vai-Vai ou uma escola de samba falarão exclusivamente sobre a cultura hip hop. Isso sim é algo surpreendente. Eu esperava que iria acontecer, mas não tão cedo. Quanto a isso, de fato, estou surpreso até agora. Eu fico muito feliz em ver esse sincretismo, já que toda a mistura que vemos nos desfiles e nas escolas de sambas em geral (que, inclusive, é uma das coisas que eu mais gosto, porque mostra a resistência da religião e da cultura), a gente também tem no hip hop. A minha primeira música, inclusive, diz ‘me atira uma pedra que eu te atiro uma granada, sou filho de Ogum e Iemanjá’, nós nunca deixamos o nosso sincretismo de lado. Juntar um com o outro é perfeito, é unir o útil ao agradável”.

Por ser músico, o cantor também falou do provável sucesso que a comunidade do Bixiga terá como samba-enredo. “Quem faz e desenvolve o samba-enredo e quem desenvolve o carnaval do Vai-Vai tem toda a competência pra fazer as pessoas cantarem o refrão e desenvolver um ótimo desfile. Eu não sou a pessoa mais indicada para falar como vai ser, porque são os carnavalescos que têm a manha de fazer a coisa, os compositores é que sabem cantar aquela história detalhadamente. Acredito muito na competência deles. Se depender disso, vamos ter todo mundo cantando o refrão do Vai-Vai. É o hip hop na veia de todo mundo, pode ter certeza”, completou.

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