A equipe do site CARNAVALESCO esteve na noite de quinta-feira, na quadra da Unidos da Tijuca, para acompanhar a eliminatória de samba-enredo para o Carnaval 2024. Onze parcerias estão na disputa. Veja abaixo os vídeos das apresentações e a análise.
Parceria de Léo de Souza: A primeira parceria foi composta pelos compositores Léo de Souza, Almir, Domin Moreno, Duda Ascensão, Milton Carvalho e Diego do Caju. O samba não contou com a presença de torcedores. A parceria teve Tiganá para conduzir a obra e se saiu bem. O samba é muito longo e foi possível notar ele se arrastando em alguns momentos. Ele cai um pouco ao longo da primeira parte e segunda parte. O grande destaque é o início do refrão de cabeça com o verso ” A Tijuca vem em Romaria” . O samba até tem boas sacadas na letra, mas o fato dele ser bem longo e sem grandes momentos fez com que a apresentação fosse apenas morna. Não teve adesão por parte dos segmentos.
Parceria de Beto do Pandeiro: O segundo samba foi composto pelos compositores Beto do Pandeiro, Henrique Bada, LC D’Avenida e Dario Lima. O samba 17 contou com apenas quatro torcedores e foi defendido muito bem por Dowglas Diniz, mantendo o canto potente e consistente do início ao fim. Os cantores de apoio estavam bem animados junto com o Dowglas e sem dúvida foram uma das atrações. O samba começa em maior com os versos “Pra falar de encantos e poesias, tem que ser Tijuca, vem mergulhar no mundo de magia” fazendo com que comece com força. Uma outra parte de destaque da apresentação foi na virada melódica “O mar é palco dessa história” na segunda parte do samba. O verso “numa só pátria brincar Carnaval” é um bis, mas não teve nenhum efeito. O refrão principal termina muito bem com “proteja meu azul pavão, a razão da minha vida”. O samba também não obteve adesão dos segmentos que estavam acompanhando.
Parceria de Gilmar L Silva: O terceiro samba foi composto pelos compositores Gilmar L Silva, Mauro Gaguinho de Araruama, Marquinho Bombeiro, Sérgio Pires, Fernando Gogo de Ouro e Pires de Praia Seca. A parceria levou um contingente pequeno de torcedores, mas que estavam empolgados. Serginho do Porto foi o intérprete e teve uma atuação segura e boa do início ao fim. Uma parte de destaque na apresentação foi a cabeça do samba “No oceano bordei, os versos que me encantou, me levando a fantasia”, mas logo depois da cabeça do samba, tem uma queda de rendimento. A segunda parte do samba, embora seja bem elaborada na letra, a melodia é apenas razoável sem quebras. O samba não obteve adesão dos segmentos, assim como os que se apresentaram antes.
Parceria de Eduardo Medrado: O quarto samba da noite foi composto pelos compositores Eduardo Medrado, Kleber Rodrigues, Adolpho Konder, Sandro Nery, André Braga e Luiz Pavarotti. A torcida da parceria marcou presença, veio grande fazendo muito barulho e agitando bandeiras. O intérprete do Império Serrano, Tem-Tem Jr, conduziu com maestria o samba. A melodia na primeira parte é muito boa e correta. O segundo refrão é simples e sem muito impacto. O grande destaque vai para o refrão de cabeça que é todo bom. Apesar da letra ser muito boa em sua totalidade, a melodia derrapa na segunda parte do samba, como por exemplo no verso “saberes de Alá fizeram ganhar o mundo”. Foi apenas uma apresentação regular, mas que tem potencial para passar bem melhor nas próximas apresentações. Seguindo a mesma linha dos sambas anteriores, nenhum segmento cantou o samba.
Parceria de Júlio Alves: A quinta apresentação foi dos compositores Júlio Alves, Cláudio Russo, Jorge Arthur, Silas Augusto, Chico Alves e D’ Sousa. Antes mesmo de começar a apresentação do samba, a torcida estava cantando sem parar o refrão de cabeça. A torcida foi um show a parte sem dúvida alguma. Tinga deu mais um show, contando com um ótimo time de apoio, como por exemplo o intérprete Charles Silva, da Estácio de Sá. O melhor segundo refrão da disputa pertence a essa parceria, e foi um dos pontos altos da apresentação. Outro ponto de destaque é na virada melódica “Portugal das glórias que revelam o passado” e logo depois em outra virada melódica “e veio aportar no mar”. O refrão de cabeça também passou muito bem. Foi uma das grandes apresentações da noite, potente a todo momento sem cair o ritmo. Era possível notar algumas pessoas da bateria cantando o samba.
Parceria de Alexandre Valle: A sexta apresentação foi composta pelos compositores Alexandre Valle, Phabbio Salvat, Gerson Prn, Luis Rangel, Maneco e Gilberto Esquina da Águia. O samba contou com uma torcida pequena e foi interpretado por Paulo Bispo. Apesar dos cantores de apoio terem se esforçado muito, o samba não conseguiu empolgar, nem nos refrãos e nem na primeira e segunda partes. Caso esse samba permaneça terá que melhorar o seu desempenho na próxima apresentação. Nenhum segmento cantou o samba da parceria.
Parceria de Márcio André: Sétimo samba a se apresentar foi composto por Márcio André, Igor Federal, Daniel Katar, Bello, Diogo Nogueira e Igor Leal. A torcida estava repleta de bandeiras e estava fazendo um barulho antes da apresentação começar e depois também. Nêgo conduziu de forma correta e contou com os apoios de Thiago Brito e Silas Leléu. A melodia desse samba é a mais diferenciada da safra, sendo difícil de assimilar e acostumar em algumas partes, como por exemplo logo apoia cabeça do samba. O samba não foi potente durante toda a apresentação, caindo principalmente na segunda parte. Um destaque grande foi o refrão de cabeça. A parceria também optou por trazer “ô ô” logo após o primeiro verso e o segundo refrão do segundo refrão “Sincretismo fez Portugal” dando uma fluidez maior ao refrão. Não foi possível notar os segmentos cantando o samba.
Parceria de Leandro Gaúcho: Oitava parceria a se apresentar foi composta por Leandro Gaúcho, Gustavinho Oliveira, Marcus Lopes, Josemar Manfredini, Aldir Senna e Alexandre Cabeça. A torcida trouxe bandeiras do Brasil e Portugal e estava tendo uma troca bacana com os intérpretes, cantandomuito do início ao fim. Os intérpretes Emerson Dias e Bruno Ribas foram muito bem na condução do samba. Rafael Tinguinha e Tuninho Junior completaram o grande time no palco. O refrão de cabeça é um dos melhores da safra e confirmou isso na apresentação, sendo muito cantado pela torcida e empolgando a galera. Um outro grande destaque da apresentação foi na variação melódica na segunda parte do samba “Em trovas, sonetos”. Apesar do segundo refrão ser difícil para o canto, o samba se manteve forte nessa parte também. Alguns integrantes da velha-guarda estavam cantando com entusiasmo o samba.
Parceria de Totonho: O nono samba foi composto pelos compositores Totonho, Marcelo Adnet, Fadico, Dudu, Gabriel Machado e Rodrigo Alves. A torcida estava muito empolgada e numerosa. Pitty de Menezes, intérprete da Imperatriz, deu um show e foi para a torcida no início da apresentação. Os cantores de apoio também foram muito bem, sendo firmes e consistentes. Foi a arrancada mais forte, arrepiando a galera que estava assistindo. O refrão de cabeça é muito forte e foi muito cantado pela galera. Outro destaque vai para a melodia do samba, sendo perceptível as inúmeras variações principalmente na segunda parte do samba. Destaco também o verso que traz “Portugal! Uma virada melódica sensacional. Uma observação para a parceria é tomar cuidado com as entradas dos dois refrãos que confunde um pouco quanto a melodia.
Parceria de Sereno: O penúltimo samba foi composto por Sereno, Danny da Vila, JB Oliveira, Camila Lúcio, Deiny, Mano Kleber. Mais uma torcida que estava com um número considerável e bem animada trazendo diversas bandeiras. Wander Pires conduziu o samba muito bem. Os compositores foram muito felizes com a construção melódica desse samba, pois ele vai te levando, principalmente, a cabeça do samba. Um dos grandes destaques da apresentação foi o refrão de cabeça que foi muito cantado pela torcida. A levada tanto no começo da primeira parte quanto no começo da segunda parte do samba foram bem satisfatórias. Foi uma apresentação que arrancou muitos aplausos, assim como as parcerias do Júlio Alves, Leandro Gaúcho e Totonho. Não foi possível notar os segmentos cantando o samba.
Parceria de Luciano Fogaça: A última apresentação foi da parceria de Luciano Fogaça, Cecília Cruz, Digão Audaz, Júlio Pagé e Rafael Almada. A torcida estava reduzida, mas muito animada, tremulando as bandeiras. Pixulé comandou a rapaziada do palco com o mesmo êxito de sempre. Um dos grandes destaques da apresentação foi a chamada para o refrão de cabeça “Fátima, vejo no espelho sua aparição, Tijuca é o segredo do seu coração, milagre que ilumina o pavão”. O refrão de cabeça é bom também, impulsionando a apresentação. A melodia do samba não é fácil mas conseguiram ter êxito na apresentação de um modo geral. Não foi possível notar os segmentos cantando o samba.