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Canto da comunidade se destaca em último ensaio técnico do Camisa Verde e Branco

Escola da Barra Funda contou com a presença de Adriano Imperador e conseguiu aproveitar bem a oportunidade final de se preparar para abrir os desfiles do Grupo Especial

Por Lucas Sampaio e fotos de Fábio Martins

O Camisa Verde e Branco realizou seu terceiro ensaio técnico na última sexta-feira no Sambódromo do Anhembi em preparação para o carnaval de 2024. A comunidade se fez presente e foi o destaque do treinamento encerrado após 60 minutos e que contou com a presença do ex-jogador Adriano Imperador, que será homenageado no desfile. O Trevo da Barra Funda será a primeira escola a se apresentar no dia 9 de fevereiro pelo Grupo Especial de São Paulo com o enredo “Adenla – O Imperador nas terras do Rei”, assinado pelos carnavalescos Renan Ribeiro e Leonardo Catta Preta.

Apenas o Camisa Verde e Branco e o Rosas de Ouro tiveram a oportunidade de ensaiar três vezes na Passarela do Samba, e a ascendente apresentada pelo Trevo mostra que a escola soube aproveitar as oportunidades que teve para se preparar para a missão de permanecer na elite da folia paulistana após 12 anos no Grupo de Acesso.

Comissão de frente

A coreografia da comissão de frente do Camisa esteve dividida em dois atos marcados por passagens do samba, com protagonistas distintos que contracenaram com os demais atores. Na primeira parte, o personagem identificado como o orixá Exu interage com um dos coadjuvantes ao longo da dança, e a transição dos atos ocorre quando ele troca de lugar com o ator que interpreta Oxóssi, que passa a comandar a dança.

Uma coreografia que ficará mais clara quando todos os componentes estiverem fantasiados, que segue um estilo de comissões mais tradicionais e garante uma abertura clara e leve do desfile e cumprir o seu papel. Os atores tiveram uma boa performance no geral, sem apresentar irregularidades ao longo dos módulos em que foram observados.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Apesar do vento que resolveu incomodar ao longo do ensaio, Alex Malbec e Jessika Barbosa tiveram um bom desempenho em todos os módulos em que foram observados. Uma dança segura dentro das exigências do quesito, onde o mestre-sala chamou atenção pela sua expressividade e a porta-bandeira por lidar bem com a incômoda situação adversa.

O casal falou a respeito da preparação para dançar diante do frio presente ao longo de toda a noite de ensaios.

“A gente se aquece para não ter uma lesão muscular, e o aquecimento não é só quando está frio, mas também quando está calor. Por vezes, fazemos movimentos de extensão, o que pode causar uma lesão, mas a gente forma um casal que enfrenta tudo que vem. Se está ventando, a Jessika não desce o pavilhão. Não deixamos de economizar o que temos que fazer mesmo com todas as dificuldades. Óbvio que é ruim, mas usamos o que tivemos de imprevisto para nos adaptarmos para uma outra situação. Não deixamos de fazer nada, seja na chuva, no vento, estamos sempre ligados. Se ela não dança, qualquer problema com ela também é comigo. Estamos juntos e estamos trabalhando juntos para resolver tudo. O importante é o pavilhão”, disse Alex.

“Sendo bem sincera, quando a gente passa a faixa amarela, eu não sinto mais nada e o braço incluso. Eu volto a sentir o braço quando já estamos mais próximos do último módulo. Só nessa hora eu sinto porque cai a adrenalina, mas fora isso, para mim, é tranquilo”, apontou Jessika.

Harmonia

A comunidade da Barra Funda emocionou quem anseia por uma performance digna da escola nove vezes campeã do Grupo Especial. O desempenho da harmonia no ensaio foi impactante, com todos os segmentos apresentando canto claro e elevado ao longo de todos os módulos observados. A confiança ficou clara nos diferentes momentos em que a ala musical jogou para os demais desfilantes, que deram conta e formaram um intenso coral.

O diretor de carnaval João Victor fez uma análise do desempenho da harmonia do Camisa no treinamento, apontando as melhorias observadas após três ensaios técnicos.

“Teve uma crescente, foi o melhor ensaio dos três. Achei que a escola cantou muito mais que no último ensaio. Vamos analisar agora após ensaio, mas achei que a escola estava muito mais organizada, cantando muito mais, contingente maior. É o caminho, estamos trabalhando e hoje foi o último treino aqui. Vamos resolver algumas coisas dentro da quadra para dia 9 estarmos afinadinhos, passarmos redondos”, declarou.

A presença de Adriano Imperador no ensaio, na opinião de João Victor, foi positiva para o desempenho da escola.

“Vocês sentiram aí a escola vibrando demais. É muito importante ele estar aqui para as pessoas verem o que de fato ele está sentindo, e vocês puderam ver que ele estava solto, tirando onda, na frente da bateria e cantando o samba”, afirmou.

Evolução

O Camisa Verde e Branco evoluiu com fluidez ao longo de toda a Avenida, cumprindo as exigências do quesito mesmo com a presença de um contingente maior de componentes participando do ensaio. A tranquilidade com a qual o Trevo realizou seu cortejo foi tanta que poderiam ter fechado os portões aos 57 minutos, mas encerraram com uma hora cravada após os diretores formarem uma linha para saírem da pista com o pé direito juntos. A escola demonstrou estar pronta para realizar um desfile sem preocupações tecnicamente.

Samba-enredo

O bom samba do Camisa Verde e Branco foi defendido por uma ala musical empenhada, liderada pelo intérprete Igor Vianna. Ao longo do ensaio era notável que algo não estava correto com a voz principal do Trevo, que em diferentes momentos cessou o canto sem motivo aparente. Ao avaliar o desempenho do quesito no ensaio, o artista revelou que sentiu um incômodo antes de entrar na Avenida e fez questão de exaltar seus colegas de carro de som.

“A nossa ala musical vem trabalhando incansavelmente junto com a minha diretoria musical, Marquinho, que tem o apoio do Fabiano Sorriso e dos parceiros dele. A gente vem trabalhando incansavelmente, cobrando a rapaziada, a rapaziada vindo forte. Logo que eu entrei na Avenida eu tomei um golpe de ar, e isso deu uma esfriada na minha cabeça. Eu fiquei igual o carro velho para voltar a pegar, e eu não parei de cantar em nenhum momento, porém, a potência da minha voz sim, deu uma baixada, e a potência dos cacos também, não estava com a potência que tem. Só voltou quando a gente saiu do segundo recuo da bateria para cá. Eu vou te falar a realidade, se não tem esses caras aqui comigo, se não tivesse cada um deles aqui comigo eu estaria encrencado, de verdade. Eu tenho muito que exaltar as vozes da minha aula musical”, declarou.

Faltando duas semanas para o desfile da escola, Igor Vianna deixou uma mensagem para a comunidade do Camisa Verde e Branco.

“Alô Camisa Verde! Alô Barra Funda! Meu Trevo querido! Eu só tenho a pedir a cada um dos componentes do Camisa, a cada torcedor do Camisa Verde e Branco, para que acreditem no nosso trabalho. Semana passada eu fui ao barracão e está digno do Camisa Verde e Branco, está um trabalho feliz dentro do barracão. As fantasias prontas, as alegorias. No domingo passado eu posso dizer que eu vi 90% das alegorias prontas e essa semana com certeza já estará com 100. Se não está com 100, está com 97, 98%. Vou pedir para a comunidade da Barra Funda acreditar no trabalho que estamos fazendo, que a nossa presidente está fazendo, que a nossa diretoria está fazendo porque está sendo feito com muito amor. E a você, torcedor do Camisa Verde e Branco que está afastado, o carnaval está aí, está feliz, está lindo. A escola está de volta com as bênçãos de Oxóssi! A escola está de volta ao Grupo Especial, e para a escola permanecer e voltar a brigar só depende dos torcedores do Camisa Verde e Branco. O Camisa Verde e Branco está junto, vai brigar para quê? A escola já sofreu tanto tempo no Grupo de Acesso. Para que é que vai brigar? Eu estou fazendo um apelo, e o meu apelo é esse. Voltem, vem, cai para dentro que a escola precisa da comunidade, essa é a verdade”, clamou.

Outros destaques

A bateria “Furiosa da Barra” chamou atenção não apenas por causa da ilustre presença de Adriano Imperador à frente dos ritmistas, cantando e aproveitando o ensaio com irreverência e simpatia. Foi também uma atuação de alto nível, com bossas criativas que levantaram o público que esperou até o último instante para ver o Camisa Verde e Branco passar. Mestre Jeyson, líder dos ritmistas do Trevo, avaliou positivamente o desempenho da bateria no ensaio.

“Graças a Deus tivemos e esse tempo para acertar os detalhes que a gente viu que estavam faltando. A gente conversa com a rapaziada da bateria para fazer ensaios, a diretoria autoriza e a gente vem aqui, na rua e na quadra. De todos os ensaios, hoje sem sombras de dúvidas foi o melhor”, disse.

O mestre fez um balanço geral após os três ensaios do Camisa, demonstrando otimismo para o desfile.

“No primeiro ensaio a escola veio pequena. Muita gente queria um comparativo porque estamos retornando para o Especial. O que eu tiro de exemplo é que já deu certo, e o melhor ensaio de fato vai ser o desfile botando para quebrar”, completou Jeyson.

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