Por Gabriel Gomes e Rhyan de Meira

A Unidos do Viradouro realizou seu último ensaio de rua, na Avenida Amaral Peixoto, Centro de Niterói, na noite de domingo. O forte canto da comunidade e o espetáculo proporcionado pela bateria “Furacão Vermelho e Branco” de Mestre Ciça, foram os grandes destaques da apresentação da escola. Nem mesmo a falta de energia do meio para o final da Avenida foi capaz de conter a empolgação dos niteroienses e gonçalenses. Agora, a Vermelha e Branca mira sua atenção no ensaio técnico a ser realizado no próximo sábado. No carnaval 2023, a Unidos do Viradouro terá a missão de encerrar os desfiles do Grupo Especial com o enredo “Rosa Maria Egipcíaca”, do carnavalesco Tarcísio Zanon.

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Fotos de Gabriel Gomes e Rhyan de Meira/Site CARNAVALESCO

A comunidade da Viradouro mostrou logo no esquenta a garra que iria apresentar durante todo o ensaio, com os sambas de 2019, 2020 e o exaltação da escola. Após o terceiro lugar do último carnaval, a Vermelha e Branca provou, além do chão e da bateria, que tem fortes trunfos na busca pelo campeonato em 2024, como o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Julinho e Rute, e um bom samba-enredo. A comissão de frente não se apresentou no ensaio de rua do último domingo. O coreógrafo Rodrigo Negri, porém, estava presente na Amaral Peixoto.

“A gente finda esse ciclo na Amaral Peixoto da melhor maneira, com um ensaio arrebatador, tecnicamente em alto nível e, mais do que isso, emoção, escola, comunidade, sentimento. A gente chegou nessa reta final no ápice, que é o desejo e o que a gente programa no trabalho durante o ano inteiro. Agora é confirmar isso no próximo sábado e, consequentemente, no desfile oficial também. Quanto à preparação, a escola está pronta para disputar mais um título”, afirmou o presidente da Viradouro, Marcelinho Calil.

Harmonia

O quesito harmonia, sem sombra de dúvida, foi um dos principais destaques da Unidos do Viradouro no ensaio de rua. Com muita garra, os componentes da escola cantavam uniformemente o samba-enredo. O desempenho do carro de som comandado pelo intérprete Zé Paulo, completamente entrosado à “Furação Vermelho e Branco”, de mestre Ciçam contribuíram para a fluidez e animação no canto da escola. Em certos momentos, a bateria realizava um apagão no “Eu sou a Santa que o povo aclamou” do samba, o que era perfeitamente sustentado pelo chão da Viradouro.

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Com a forte chuva e ventania ocorrida em Niterói horas antes, parte da Avenida Amaral Peixoto, do meio para o final, ficou às escuras, sem energia elétrica, durante a passagem da escola. Porém, nenhum obstáculo foi capaz de contar o canto e força da comunidade niteroiense e gonçalense, que não deixou o desempenho cair em nenhum momento.

“Balanço é o melhor possível. Estamos desde outubro/novembro ensaiando. Hoje é aquele ensaio que a gente se despede da nossa comunidade e da nossa avenida. O que a gente fez aqui, nós vamos fazer lá (no ensaio técnico da Sapucaí) com um tesão a mais. Seria ignorância nossa achar que não há nada para melhorar. Sempre buscamos dentro da gente e dentro do nosso trabalho melhorar para não chegar acomodado. É claro, se chegar a 10/15 dias de um desfile e falar que tem muita coisa para ajustar é um problema. Nós não temos muita coisa para ajustar. Agora é só lapidar, chegar lá e fazer o melhor desfile das nossas vidas”, ressaltou o Diretor de Carnaval da escola, Dudu Falcão.

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Evolução

Em evolução, a Unidos do Viradouro manteve o alto nível de desempenho apresentado em harmonia. Os componentes da escola evoluíram de maneira fluída e correta por toda a extensão da Amaral Peixoto. As alas das escolas estavam perfeitamente distribuídas, sem apresentar espaçamentos. A ala de passistas da Vermelha e Branca, comandados por Valcir Pelé e vestidos nas cores da escola, foram destaque positivo no quesito, com muita animação, simpatia e samba no pé. A primeira ala coreografada da escola, sob os comandados do consagrado coreógrafo Márcio Moura, também se apresentou bem e recebeu aplausos na pista.

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Samba-Enredo

Composto por Claudio Mattos, Dan Passos, Deco, El Toro, Jefferson Oliveira, Lucas Neves, Luis Anderson, Marco Moreno, Thiago Meiners e Victor Rangel, o samba-enredo da Unidos do Viradouro confirmou no ensaio porque foi eleito o melhor de 2023 pelos leitores do site CARNAVALESCO. Com característica melodiosa, o que casou perfeitamente com a voz do intérprete Zé Paulo, a obra demonstrou muita valentia ao ser cantada pela comunidade da Vermelha e Branca. O refrão principal do samba e o trecho “Eu sou a santa que o povo aclamou” foram cantados a plenos pulmões pela comunidade niteroiense e gonçalense.

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“A gente tem um baita local de ensaio que se aproxima muito com o que a gente tem na Sapucaí. O público compareceu bastante e a gente tem a chance de ter o contingente da escola quase 100% aqui. Hoje foi mais um passo e sábado que vem tem nosso ensaio técnico valendo. No desfile, acontecem coisas que no ensaio não acontecem. A escola por si só já sabe o que tem que fazer. É só pedir para que os deuses do carnaval estejam ao nosso lado para que a gente possa fazer um grande trabalho”, comentou o intérprete Zé Paulo.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Sempre bem vestidos, dessa vez no vermelho e branco da escola, o experiente casal da Viradouro, Julinho e Rute, provou, mais uma vez, porque é considerado um dos principais do carnaval carioca. No ensaio de rua, o casal se apresentou de maneira correta e esbanjou sincronia na dança. Além dos fortes giros de Rute, o casal apostou em momentos de alusão direta ao samba-enredo da escola, como na parte do “Senti a alma daqueles, os mais oprimidos” e do “Meu samba é manifesto”, no qual ambos erguiam os punhos.

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“Balanço super positivo, vai ser mais um carnaval diferenciado. O último carnaval foi pós pandemia e este ano está sendo um carnaval diferente. Está sendo um carnaval onde a escola sabia o que ia acontecer e todo mundo se preparou. Sempre tem o que aprimorar”, afirmou Julinho Nascimento.

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“Por conta do último carnaval ter sido em abril, o nosso tempo de descanso foi menor. A gente também teve uma ânsia de voltar a ensaiar mais cedo e a gente voltou mais cedo. Hoje estamos no ritmo final, mas com muita ânsia porque o carnaval realmente voltou. Vamos pra avenida e trazer o campeonato de novo pra Niterói”, completou Rute Alves.

Outros Destaques

Show à parte, a bateria “Furacão Vermelho e Branco”, de mestre Ciça, proporcionou um verdadeiro espetáculo ao público presente na Avenida Amaral Peixoto. Durante a apresentação no ensaio, a bateria apresentou diversas bossas e novidades, o que sugere surpresas para o desfile oficial. A principal delas, ocorria no refrão do meio do samba-enredo da Vermelha e Branca, com a presença de atabaques: Em certo momento, ritmistas da escola se abaixavam e só permaneciam em pé os que tocavam atabaques; Em outro momento, a ala de chocalhos, juntamente com os atabaques, iam para frente da bateria e se apresentavam junto a rainha de bateria, Érika Januza.

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Por falar na rainha de bateria da escola, Érika Januza seguiu a sua linha de homenagens na fantasia. Dessa vez, o homenageado foi o mestre de bateria da escola, Ciça, um ícone do carnaval e da Vermelha e Branca. A rainha se fantasiou de “caveira”, apelido dado a Ciça pelos ritmistas e como o mestre ficou conhecido no mundo do samba.

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“Choveu muito aqui em Niterói, várias árvores caíram aqui no entorno da Amaral Peixoto. É nosso ensaio de encerramento de rua e semana que vem esperamos fazer um grande ensaio técnico na Sapucaí, no campo de jogo, com certeza estará todo mundo lá. A Viradouro vem para disputar título, respeito às coirmãs, mas é uma escola que está sempre pronta para disputar o título. Temos pequenos ajustes para fazer, terça-feira antes do ensaio técnico, faremos alguns ajustes. Ajustar é sempre bom, até no dia do desfile mesmo, na concentração”, comentou mestre Ciça.

A Unidos do Viradouro será a sexta e última escola a desfilar na Segunda-Feira de carnaval do Grupo Especial. A Vermelha e Branca levará para avenida o enredo “Rosa Maria Egipiciáca”, do carnavalesco Tarcísio Zanon. No próximo domingo, a escola realizará seu ensaio técnico na Marquês de Sapucaí.