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Beija-Flor prepara para o desfile de 2023 um novo olhar e abre discussão sobre os 200 anos da independência do Brasil

Para dar continuidade ao grito por igualdade feito no desfile de 2022, no qual a Beija-Flor exaltou o povo preto e pediu empretecimento da forma de pensar, o desfile de 2023 também terá o viés de busca por direitos básicos. Dessa vez exaltando aquelas pessoas que lutaram e lutam pela liberdade, o novo grito dos excluídos vai buscar na Bahia de 1823 o seu fio condutor, em referência à Independência do Brasil na Bahia, que se deu em 2 de julho daquele ano.

Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação

“A Beija-Flor sempre veio em prol do povo e já seguimos essa linha há muito tempo. Nós damos espaço para o povo gritar e clamar pelo que ele necessita. Nós estamos em um bicentenário que, até hoje, me pergunto, será que nós somos independentes? Essa é a pergunta que fica no ar: independência com fome, sem trabalho, com preconceito… É isso que nós estamos clamando: cadê essa independência que está sendo comemorada?”, questionou o presidente Almir Reis.

O bicentenário que a Beija-Flor está celebrando

O carnaval de 2022 não deu espaço para que se tratasse dos 200 anos do tal grito de independência dado por D. Pedro I, em 1822. Isso porque todos os enredos já estavam definidos, quando o carnaval de 2021 foi adiado para 22. Sobrou para abril deste ano, aquilo que havia sido planejado em meados de 2020. Embora existam muitas histórias acerca do “independência ou morte”, a Beija-Flor traz outro olhar sobre esse acontecimento histórico. Segundo os livros, mesmo com a separação de Portugal assinada, os brasileiros não estavam tão livres dos portugueses assim.

No primeiro recorte, o bicentenário celebrado pela azul e branca de Nilópolis é a independência da Bahia. Um movimento praticamente popular que resultou na expulsão dos portugueses, que resistiam ao documento assinado pelo proclamado imperador. A revolta por lá foi sangrenta, em uma guerra que durou quase um ano e meio, ainda que os rumores por libertação do país tivesse começado na Bahia mesmo, muito antes das discussões no Rio de Janeiro.

Por lá, o povo lutou pelo que acreditava e se uniu para expulsar os portugueses da cidade, que tentavam a todo custo manter a Bahia sobre o controle de Portugal. Um dos grandes atos de resistência foi quando brasileiros, que ainda não haviam fugido para o interior responderam a ataques violentos das tropas portuguesas. Conta a história que uma multidão de maioria negra atacou a pedradas soldados portugueses. Tal ação brasileira resultou em chegada de mais soldados lusitanos, o que gerou uma fuga em massa para o interior da Bahia.

Com muita gente no interior, que havia fugido da capital, o movimento brasileiro pela independência baiana ganhou força ali mesmo e iniciou-se a resistência. Gente humilde, entre negros, pobres e muitas mulheres, a população não se abateu e participou das ações com protestos e pedindo mais apoio aos que estavam indiferentes ao movimento. Com a proclamação da independência, por parte de D. Pedro I, tropas brasileiras se juntaram aos resistentes na Bahia, o que causou a derrota da tropa portuguesa, que embarcou de volta a Portugal

Os tidos como soldados brasileiros, se é que poderiam ser chamados assim, voltaram a Salvador e foram recebidos com festa. Descalços, maltrapilhos e exaustos, eles entraram para os livros de historia como libertadores do povo da Bahia e a festa é lembrada e celebrada até hoje.

Essa volta dos libertadores se deu no dia 2 de julho de 1823. Não à toa a Beija-Flor escolheu a data para anunciar o enredo. O bicentenário então é explicado pelo historiador e pesquisador do enredo, Mauro Cordeiro.

“A Beija-Flor, cumprindo o seu papel histórico e social de grande porta-voz dos anseios das camadas populares, propõe essa discussão: primeiro o marco foi do exército patriótico na Bahia, com forte presença de mulheres, negros e indígenas, que expulsaram os portugueses do Brasil. A partir desse novo marco, o que a gente faz é uma discussão desses duzentos anos, pensando que, na realidade, existem muitos brasis que precisam ser ouvidos nas suas demandas por cidadania e por direitos. Um conjunto de questões sociais para que, de fato, exista um estado independente, o qual esse povo, que é protagonista da história do país, tenha a centralidade e condição de ser independente”, explicou Mauro.

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