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Beija-Flor impressiona com canto forte no ‘Encontro de Bandeiras’, em Madureira

Império Serrano recebeu todos os segmentos da 'Soberana' na Estrada do Portela para um ensaio de rua empolgante

A Estrada do Portela ganhou as cores azul e branca nilopolitanas na noite de terça-feira. O “Encontro de Bandeiras” organizado pelo Império Serrano trouxe a Beija-Flor para ensaiar em Madureira e contagiar o público presente. A “Soberana” abriu a noite com sambas-enredo marcantes de sua história, como o “Ratos e urubus, larguem minha fantasia”, de 1989, e com os mais recentes – 2019, 2020 e 2022.

O que chamou muita atenção é que mesmo longe de seu habitat natural, na Baixada Fluminense, a Beija-Flor deixou a sua marca de canto forte que contagia os foliões que estão assistindo. O carisma do casal, Claudinho e Selminha Sorriso, também é um ponto altíssimo do ensaio, assim como a bateria dos mestres Rodney e Plínio.

Foto de Cristiano Martins/Site CARNAVALESCO

“A gente faz valer a ideia do presidente Almir [Reis] de fazer o ‘Encontro do Samba’. Tivemos lá em Nilópolis e agora ensaiamos na Estrada do Portela, onde ensaia a Portela e o Império. Que recepção que o Império fez para gente! Nós só desejamos um belo Carnaval para o Império. Viemos com uma escola quase que completa, tivemos bastante felicidade em trazer todos os segmentos. E ver todo mundo cantando na rua. É legal jogar fora. O primeiro ensaio fora de casa foi muito legal. Daqui a pouco, a gente está chegando na Marquês de Sapucaí e vimos que o time está firme. [Eu gostei] daquele início, daquele calor do povo. Carnaval é Madureira! E gostei de ver que o samba está correspondendo. Lá em Nilópolis, a gente berra o samba e quem vai assistir berra junto com a gente. A gente saiu de Nilópolis e Madureira cantou com o povo preto da Baixada. Até o desfile, a gente vai chegar bem próximo do 100% e, na Sapucaí, a magia da Avenida, vai fazer chegar no 100%. Sabemos que estamos no caminho certo”, disse Dudu Azevedo.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Claudinho e Selminha Sorriso mostraram seus 30 anos de cumplicidade na Estrada do Portela. Levaram uma coreografia com poucos detalhes da oficial para o desfile e preferiram performar um bailado clássico muito bonito com uma leveza boa de se observar. Um destaque é o carisma com a comunidade imperiana. O casal deu o privilégio a algumas pessoas que o acompanhavam de beijar a bandeira, saudou a ala da velha-guarda, que vinha logo atrás no desfile, e se exibiu para as câmeras que filmavam. Vale lembrar que a porta-bandeira começou sua carreira no Império Serrano e fez essa volta a este território.

“O ‘Encontro de Bandeiras’ mostra que o samba não tem fronteiras, principalmente, o nosso carnaval carioca que passa para o mundo inteiro. O maior espetáculo da Terra. Entre o samba não tem rivalidade. A gente veio visitar a coirmã, que foi na nossa escola, como a Portela e o Império foram na nossa escola. E hoje viemos aqui para Madureira fazer essa troca de quilombos com o Império. É a primeira vez que a gente faz esse ensaio técnico em Madureira. Para a gente, serve de teste, serve para o condicionamento físico. Vamos aproveitando os ensaios que tem dos ‘Encontros do Quilombos’ das co-irmãs para poder manter nosso condicionamento físico. Foi maravilhoso! Só em estar com a tua escola ensaiando, quanto mais ensaia menos você erra. O ensaio serve para testar várias coisas, corrigir algumas e acertar outras. Eu gosto de estar perto do público porque o público faz o Carnaval, é o público que manda na Sapucaí. No dia do desfile, eu amo a tensão de fazer a disputa, de fazer o melhor pela sua escola, mas estar nos braços do povo conforme o ensaio técnico e na rua vendo o povo te aclamar, levantando a bandeira e povo cantando vibrando junto com você não tem preço”, afirmou Claudinho.

“Particularmente, eu estou muito lisonjeada e muito agradecida pelo universo porque a minha história começou aqui no Império Serrano em 1989. Foi o ano que a Beija-Flor fez o maior desfile de todos os tempos – ‘Ratos e urubus, larguem minha fantasia’ – e aqui no Império foi ‘Jorge Amado, Axé Brasil’. Foi um mix de sentimentos de poder relembrar e reviver aquela menina começando seu sonho de ser porta-bandeira com mais de 30 anos de carreira. A importância desse ‘Encontro de Quilombos’ é essa integração das comunidades, dos sonhos e das culturas. O samba é uma única bandeira. Essa história começou com a Beija-Flor com o presidente Almir Reis e espero que todas se sintam nessa missão de integração ao longo do ano e por muitos anos. Dizem que antigamente era assim, as escolas se visitavam, confraternizavam. Unidas somos mais fortes, a gente alegra o povão, troca figurinhas, um canta o samba do outro e mostramos para o Universo que não existem rivalidades, somos todas co-irmãs que disputam o título nos 700 metros do Sambódromo. O ano inteiro somos família. Eu sou uma pessoa que ama ensaiar. Como eu me cobro muito, quanto mais ensaio melhor. Sempre acho que não está bom até entrar na Avenida e falar ‘Agora sim, agora está bom’. Para mim, o método repetição é o caminho para acertar mais, se aprimorar e ter mais confiança no que você faz, seja na dança, no canto ou no ritmo. Eu gostei mais do carinho do povo. Como eles estavam felizes vendo a Beija-Flor. Ver as pessoas felizes, ver o povo nilopolitano da Baixada vindo às terras de Madureira dá um pouco de alento, de amor fazendo essa integração. Eu revi senhoras que eram jovens quando eu saí daqui, senhoras que eram passistas e hoje estão na ala das baianas e na velha-guarda, se passaram 30 anos. Sempre tem o que melhorar. A gente escondeu, nós não mostramos aqui a nossa coreografia oficial. Pontuamos em alguns momentos, mas não mostramos. Demos um pouquinho do nosso amor, do nosso bailado para o povão que veio aqui assistir a Beija-Flor de Nilópolis”, se emocionou Selminha.

Harmonia

A comunidade nilopolitana não parou de cantar em nenhum momento enquanto se exibiam em Madureira. Tão impecáveis que a bateria parou de tocar durante uma volta do samba e o povo azul e branco cantou em uníssono integralmente. O carro veio sem Neguinho da Beija-Flor, mas não faltou conexão com a bateria e foi um canto claro com poucos ou nenhum caco.

Evolução

A escola fez sua passagem na quadra do Império Serrano até o Shopping Madureira no tempo de 1 hora. O ensaio permitiu que alas coreografadas evoluíssem bem e que os componentes se mantivessem animados. Não houve correria, a escola veio coesa. As baianas deram um show: confortáveis, com canto forte e giro bonito.

Samba-Enredo

Apesar de parecer difícil à primeira vista, o samba da Beija-Flor de 2023 foi decorado e caiu nas graças do público presente. O carro de som cantou o samba com clareza a todo tempo. O refrão do meio (“Eh! vim cobrar igualdade…”) e o trecho “Deixa Nilópolis cantar!” são as partes mais fortes do canto da comunidade.

Outros destaques

Desde o esquenta, os mestres Rodney e Plínio mostraram a versatilidade e a potência da bateria “Soberana”. O samba deste ano tem bossas interessantes e que animam os desfilantes. Outro fator positivo é o carisma da rainha de bateria Lorena Raíssa. A jovem está no seu primeiro carnaval neste posto, entende a responsabilidade e o peso de sua função e esbanja talento.

Enquanto o anfitrião Império Serrano é a agremiação que vai abrir os desfiles do Grupo Especial no domingo, a visitante Beija-Flor será a penúltima a desfilar, na segunda-feira, 20 de fevereiro. A escola levará 3500 componentes, segundo o diretor Dudu Azevedo.

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