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Bateria da Imperatriz se destaca e colabora com alto rendimento do canto em ensaio de rua fresco no clima, mas quente no samba

Segundo ensaio de rua mostra uma escola buscando excelência em seus quesitos com mais uma pitada de alegria e leveza

Em um fim de semana bastante atípico no Rio de Janeiro, com diversos eventos e uma situação de calor extremo no sábado e previsões de tempestade, a Imperatriz lavou a alma e se viu abençoada com um segundo ensaio de rua realizado no final da tarde do último domingo em Ramos que pela qualidade confirma a intenção da escola em brigar para continuar no topo em 2024. Se havia o temor com a possibilidade de um volume intenso de chuva para o domingo, que poderia até ameaçar o treino, a Imperatriz iniciou seu treino ainda no seco e com a temperatura bastante agradável que ajudou na evolução. A chuva mais intensa no final foi mais um ingrediente para temperar um ensaio alegre, com o samba mais uma vez dando o recado e a “Swing da Leopoldina”, de mestre Lolo, apresentando todo o seu arsenal de bossas e convenções e convocando a comunidade e componentes a aproveitar o clima de samba e seresta cigana.

Em uma das convenções, os ritmistas tocavam em uma pulsação mais parecida com seresta, destacando bastante os surdos, depois a bateria secava justo no trecho “ao som do violão e violino”, com o cavaquinho fazendo a intenção do violino, a bateria secava para valorizar o canto e voltava em alguma chamada que algumas vezes era de repique já com muita força e potência. Sobre o trabalho realizado para este treino, mestre Lolo revelou que a Swing da Leopoldina ainda tem alguma surpresa para levar para a Sapucaí, mas que procurou trazer para o ensaio já o grosso do trabalhado baseado no que pede o enredo para o samba deste ano.

Fotos: Lucas Santos/CARNAVALESCO

“Tudo o que vocês puderam acompanhar aí é o que vai para a Avenida, mas tem uma surpresinha que eu vou botar só na Avenida mesmo, mas o ensaio é isso aí mesmo, sem tirar nem pôr essas paradinha que colocamos hoje. Tem a bossa da seresta, é o que pede o enredo, trabalhamos dentro do tema, ano passado colocamos a zabumba, em 2022 teve o pagode, e esse ano tínhamos que inventar alguma coisa. A gente já está estudando e vai fazer. Não adianta a gente só fazer por fazer. tem que ter relação com o enredo”, explica o comandante dos ritmistas da Leopoldina.

André Bonatte, diretor de carnaval ao lado de Mauro Amorim, analisou mais um treino da Imperatriz Leopoldinense e elogiou o teste em comparação com o primeiro, considerando a Rainha de Ramos em uma condição de trabalho mais evoluída do que a própria escola estava neste período na preparação para o carnaval passado.

“Eu acho que o processo é crescente, acho que a gente fez um bom ensaio inicial , acho que com a partida inclusive melhor que em 2023, foi uma boa largada na semana passada, e hoje acho que isso se consolidou. Mesmo com a chuva que a gente sempre fica apreensivo porque poderia ser um temporal e essas questões que sempre preocupam, mas acho que a comunidade se fez presente, gostei mais do canto que na semana passada, mas eu sempre acho que tudo pode melhorar, são condições de trabalho que a gente vai a cada semana acrescentando um ou outro elemento, mas eu vejo a escola pronta para ir para a Avenida hoje, tranquilamente”.

Em 2024, a Imperatriz vai levar para a Sapucaí o enredo “Com a sorte virada pra lua segundo o testamento da cigana Esmeralda”, do carnavalesco Leandro Vieira. Buscando o bicampeonato, a Verde e Branca de Ramos irá encerrar a primeira noite dos desfiles do Grupo Especial. No próximo domingo, 26 de novembro, a escola vai realizar mais um treino na rua.

Comissão de frente

O coreógrafo Marcelo Misailidis levou para este novo treino na rua seis casais de bailarinos com as mulheres tipicamente portando uma saia e um lenço na cabeça que remete às roupas das ciganas. O grupo apresentava passos típicos das danças ciganas e apresentou uma coreografia de deslocamento já bastante interessante. Na representação da apresentação para a cabine, os dançarinos optaram de forma mais intensa por uma coreografia mais dançante, sem entregar muito das surpresas preparadas, mas com sincronia, beleza e intensidade, alternando entre passos mais de casais e outros mais coletivos. O efeito das saias e um momento em que as bailarinas eram erguidas no alto pelo par foram os pontos altos e de maior destaque da exibição.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Phelipe Lemos e Rafaela Theodoro formam um casal que com certeza experimentam o tempo todo uma intensa troca a partir das características de cada um. No ensaio de hoje havia a intensidade de Phelipe com a delicadeza nos movimentos de Rafaela, mas que acompanhavam a velocidade do mestre-sala sem perder sua originalidade. Logo no início de uma apresentação no lugares onde estavam representados as cabines, Rafaela entrava na coreografia com muita potência em suas giradas, mas ao mesmo tempo com muita eficiência nos movimentos. Phelipe com sua intensidade e técnica nos passos, cortejava a porta-bandeira sempre com muita elegância, representando como a dupla faz bem um para o outro e formam um grande time que só fortalece o quesito. Importante destacar que o casal não pareceu em nenhum momento ter a intenção de se poupar na rua, entregando tudo e sendo bastante aplaudidos nos movimentos.

Harmonia

O canto mais uma vez foi um dos destaques do treino. Se o samba juntado, de forma inédita na escola, poderia gerar alguma apreensão, até mesmo tem termos de aprendizado, pois aconteceram alterações para que as duas obras se unissem de forma eficiente, neste segundo treino mais uma vez a comunidade cantou de forma satisfatória, com alegria, com espontaneidade e pode-se perceber também uma boa resposta do público que acompanhava o treino. Um destaque era o mestre-sala Phelipe Lemos que além de cantar bastante a música também a todo momento inflamava os componentes com gritos de incentivo, principalmente nos deslocamento entre os pontos que representavam as cabines. O carro de som também foi um destaque com o equilíbrio e a eficiência no trabalho de cavaquinho dando a intenção do violino nas bossas que chamavam o verso do samba “ao som do violão e violino”. Pitty mais uma vez mostrou bastante domínio da situação e trouxe vozes de apoio bem afinadas, ensaiadas e sabendo tirar o melhor da obra. O diretor geral de harmonia da Imperatriz Leopoldinense, Thiago Santos, avaliou que o canto da escola teve um bom rendimento mais uma vez e que isso corrobora a decisão da escola de fazer a junção da obra de duas parcerias na final.

“A gente sempre acreditou que ia dar certo, são muitos profissionais de excelência, a gente ficou muito tempo no estúdio, fizemos muitas reuniões, e a gente sabia que isso ia dar certo, que o samba ia ser muito popular porque os dois pedaços que se juntaram e hoje são um samba só, a gente sabia que eram as partes mais incríveis dos samba e elas se encaixavam. Eram obras do mesmo tom, então muita coisa estava caminhando para chegar nisso, e a confirmação está aí. O samba está sendo muito bem cantado, já foi muito bem cantado ontem no evento Guardiões da Favela, e aqui, até por gente que não é da escola, e a gente está muito feliz, tem muita coisa para vir ainda, acho que a gente vai melhorar mais ainda, e a gente começou esse ano da mesma forma que terminamos o ano passado, a gente já conseguiu botar muita gente na rua já no início do processo, e a tendência é isso melhorar”.

Evolução

Em um ritmo bem fluido, sem correria, e com as alas bem definidas, a Imperatriz evoluiu com muita alegria pela Rua Euclides Faria até a altura da esquina com a Rua Doutor Miguel Vieira Ferreira. Pode-se perceber, principalmente nas primeiras alas, alguma propensão para as coreografias, mas tudo acontecia de forma bastante espontânea, porém organizada e com algum sincronismo traduzindo uma verdadeira festa cigana pelo bairro. As saias de algumas alas produziam um bonito efeito e traziam colorido. Aliás, o colorido não se viu só na saia mas em outros adereços pelos componentes como balões, leques e alguns panos. O sincronismo também se via em uma bossa nas palmas muitas vezes puxada desde a comissão de frente no ritmo de seresta bem cigana mesmo. A comunidade vinha junto neste momento. No geral, não se viu buracos e nem alas se chocando ou embolando, a escola manteve seu padrão alto no quesito trazido desde o último carnaval. Alguns trechos da letra eram pontuadas por pequenas coreografias como no verso “Olhei o céu” em que os componentes olhavam para cima com os braços abertos ou no trecho “Vai clarear” em que os foliões levantavam e mexiam os braços.

Samba-enredo

Como citado em harmonia, o samba mais uma vez passou muito bem no canto e não só sendo importante para o quesito harmonia e para o próprio quesito samba-enredo, mas claramente puxando também a evolução dos componentes que se mostraram bastante entrosados com a obra e felizes no ensaio. Um ponto importante a se destacar mais uma vez foi o trabalho desenvolvido pela bateria de mestre Lolo em cima da obra, respeitando a melodia e colocando um molho na música que deixou ela muito confortável e agradável de cantar, gostosa de se brincar, mas mantendo a força nos trechos necessários. Destaque, claro para o refrão “Vai Clarear…”, mas também pelo trecho final da segunda estrofe nos quatro últimos versos “Prenúncio da sina da minha escola/O sol beija a lua no espelho do mar/já está marcado no meu calendário/Verde-esmeralda é vitória que virá”. Sobre o rendimento do samba, o que ele já vem proporcionando para a escola e o trabalho da bateria em cima da obra, André Bonatte afirma estar surpreso com a fácil assimilação da música pela comunidade.

“Eu achei que esse ano ia ser o maior desafio da minha história na Imperatriz porque pela primeira vez a escola fez uma junção de sambas e uma boa surpresa é que o samba foi muito facilmente assimilado pela comunidade. Eu acho que esse é inclusive um dos pontos fortes deste samba, porque consegue ser uma obra de fácil assimilação e ao mesmo tempo sendo uma composição bonita e poética. Acho que a comunidade consegue cantar ele com bastante facilidade, e sem dúvida nenhuma, um dos motivos principais pela junção do samba também foi essa condição harmônica que essa união poderia proporcionar junto a bateria. Quando se pensou nessa junção, o Lolo que participou do processo também já tinha os desenhos rítmicos pensados. É uma coisa que vem sendo pensada ao longo do tempo e hoje a gente só está consolidando um trabalho que já vinha sendo feito”, explica Bonatte.

Outros destaques

Antes da arrancada, em seu discurso, o diretor executivo da Imperatriz João Drumond prestou homenagem a Soninha, colaboradora e responsável pela boutique da quadra, e pelo ritmista da Swing da Leopoldina, Jefão, que faleceram esta semana. A rainha Maria Mariá, mais uma vez, veio acompanhada de crianças, esbanjando simpatia e samba no pé trajada bem a vontade com um top verde e um short jeans. Na bateria de mestre Lolo pode-se notar a presença de Caliquinho, ex-mestre da São Clemente, entre os diretores.

Outra que mostrou muito samba no pé foi a musa Tati Rosa, recém promovida ao cargo este ano depois de representar a escola no concurso da corte do carnaval carioca. A beldade que já foi coordenadora da ala de passistas foi uma das mais festejadas pelo público, por onde passava neste desfile da escola. No esquenta deste ensaio foi a vez da comunidade relembrar o samba de 2022 em homenagem ao carnavalesco Arlindo Rodrigues, obra que marcou a volta da agremiação ao Grupo Especial, após passar e ser campeã pelo Grupo de Acesso em 2020, importante etapa desse momento de reestruturação da Rainha de Ramos que tem até agora no seu clímax o título do carnaval passado.

O ensaio teve pouco mais de 1h de duração, com bom contingente, bom público e com a participação da maioria dos segmentos, além da diretoria representada principalmente pela presidente Cátia Drumond e o diretor executivo João Drumond.

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