Quarta escola da noite de sábado, e atual campeã do Grupo Especial, o Águia de Ouro entrou na avenida com um ritmo cadenciado, e precisou acelerar pra encerrar o desfile dentro do tempo permitido. A escola pode se prejudicar no quesito Evolução, e em outros que possam ser afetados pela correria. * VEJA FOTOS DO DESFILE

Evolução

O quesito sofreu algumas falhas durante o desfile. Na entrada da bateria no recuo, o abre-alas parou pouco antes do momento certo, e os ritmistas precisaram desviar pra entrar no recuo.

No minuto 52, quando o último setor passava pelo setor B, a escola precisou aumentar o seu ritmo de andar. Conforme o tempo ia passando, a velocidade ia aumentando. Mesmo com o tempo apertado, a escola conseguiu fechar os portões com 63 minutos.

Samba

O carro de som da escola teve um desempenho sem complicações, mas as cordas chamaram a atenção. Momentos antes de realizar o apagão do trecho “Senhor”, os surdos param de tocar, enquanto as caixas e repiques seguram o andamento. Nesse momento o vilão 7 cordas aproveita pra fazer um dedilhado. Aliás, a variação do violão foi notado em mais trechos diferentes.

Os cavacos também apresentaram variações criativas dentro do samba. No trecho: Awurê, Awurê, Awurê os cavacos fazem um solinho seguindo a melodia. Os cavacos também solam e arpejam no “Epa Babá… Xeu Epa Babá”.

Comissão de Frente

A comissão, nomeada como “Evocação… O Clamor na Fé em Oxalá na Busca Pela Misericórdia”, mostrou Exu Yanguí evocando a paz em nome da humanidade. Os bailarinos estavam divididos entre dois grupos: Ebomis (Título de Quem Já Fez a Obrigação de 7 Anos) e Emis (Elemento Ar – Força Elementar Sob Domínio de Oxalá). Os personagens principais eram Exu Yangui e Oxalufã.

Coreografada pelo Roberto Mafra, a comissão teve uma apresentação na segunda torre segura e sem complicações.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Foi através da luz de Obatalá que a humanidade surgiu, e Exu Yangui designou a liberdade dos seres vivos. Através disso, o primeiro casal da agremiação, João Camargo e Ana, pisou na avenida com a fantasia nomeada: “A Luz de Obatalá e os Desígnios de Exu Yanguí”.

A parte de cima da roupa era branco, e a parte de baixo, marrom. Conforme olhava de cima pra baixo, o marrom aumentava intensidade (degradê).

Ao finalizar a apresentação ao jurado da segunda torre, ambos deram dois passos pra trás ainda com o olhar fixado. O casal cumpriu com todos os requisitos exigidos no regulamento. João trouxe um leque na mão e cravou os passos com firmeza. Já a Ana esbanjou simpatia e demonstrou leveza.

Harmonia

O canto da escola se destacou, assim como é em todas as atividades da agremiação. A intensidade do canto aumentou conforme a bateria realizava os apagões, no trecho: “Senhor em tua honra tudo se faz lento”.

Enredo

Através do enredo “Afoxé de Oxalá – No Cortejo de Babá, Um Canto de Luz em Tempos de Trevas”, o Águia de ouro faz uma grande homenagem à cultura afro-brasileira, um verdadeiro cortejo de exaltação à diversidade étnica.

O primeiro setor, “Águas de Oxalá… O Ritual Sagrado na Busca de Clemência e Paz”, detalha o ritual das Águas de Oxalá. Seguido pelo segundo setor, “Das Trevas ao Esplendor da Natureza… Sagração à Oxalufã e à Oxaguiã”, um início todo em branco. Porém, ao ver de perto, notou-se elementos que representava a terra na parte debaixo (abre-alas, baianas e casal).

O terceiro, “A Adoração à Oxalá – Awurê, Ao Dono do Saber… Derrame Sobre Nós o Seu Amor, Glorioso Protetor”, mostra como o respeito é um pilar importante as tradições africanas.

“Regozijo em Oxalá… Em Busca de Harmonia, Pompéia Pede Paz!”, é o título do quarto, e último, setor da agremiação. O Águia de Ouro fechou o seu carnaval com um grande pedido de paz.

Fantasias

Num contexto geral, as fantasias da escola apresentaram uma boa diferença nos elementos que continham. Em algumas alas, notou-se adereços de mãos, em outras, fantasias mais leves, sem muitos detalhes como costeiro. A divisão fez sentido com a representação da ala.

O início da escola foi um grande destaque pela presença do branco, que predominou e contrastou com a mensagem. A ala das baianas chamou a atenção pela divisão de cores. Em cima era branco, combinando com a proposta do setor inicial, porém ao ver de perto, o saiote continha um degradê marrom.

A ala 12, “Etnias… Oxalá Criou a Vida, a Humanidade Dividiu as Raças”, chamou atenção pela forma criativa de falar sobre assunto, fugindo de elementos clichês, como: Mãos de diferentes etnias apertando. Outro destaque ficou no quarto setor e a sequência de fantasias que representavam religiões diferentes.

Alegorias

O abre-alas representou “O Ritual das Águas de Oxalá, o Horizonte Veste Branco Para Amenizar a Dor”. A segunda alegoria, “No Esplendor da Natureza, a Grandeza do Pai da Criação”, trouxe componentes nas laterais seguravam um guarda-chuva em formato de flor. Ao abrir e girar, dava um efeito visual que contribuiu pro contexto.

O terceiro, “No Novo Mundo, o Altar dos Deuses Africanos… Louvar e Acreditar”, trouxe várias crianças na composição. E o último, “Regozijo em Oxalá… No Panteão dos Orixás, Pompéia, Pede Paz!”.

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