Helinho 107 está no hall dos mais vencedores compositores da história da são Clemente. O poeta é um dos autores da obra reeditada que embalará o desfile de 2019 da preta e amarela da Zona Sul. Em entrevista ao site CARNAVALESCO, ele traçou um paralelo entre os contextos do carnaval em 1990 e 2019, além de emitir sua opinião sobre as disputas de samba.
Qual a sensação de poder rever esse samba na avenida em 2019?
“Eu comentava na época da gravação do samba, a emoção que eu senti ao ver tantos componentes. O nosso samba retrata a verdadeira situação do carnaval hoje em dia. Fizemos um alerta em 1990 e não adiantou e agora voltamos a abordar essa questão, dos rumos de nossa festa. Pareço uma criança curtindo o samba”.
Como você o processo atual de disputas?
“Ganhei 10 sambas na escola. Eu vejo grandes firmas disputando em várias escolas. Como clementiano não me sinto à vontade em fazer samba em várias agremiações. Ficou tudo muito pasteurizado, melodias muito parecidas. A São Clemente me deu berço e me sinto à vontade disputando apenas aqui”.
Qual o diferencial do enredo da São Clemente?
“Esse enredo era cobrado a muito tempo. Eu mesmo falei diversas vezes para o nosso presidente, que se ele não reeditasse alguém iria fazer com outro nome. Ninguém tem mais propriedade que a São Clemente para falar desse assunto, pois a escola tem a crítica no seu DNA. O diferencial é ser super atual. Você passa na avenida e os camarotes estão de costas para os sambistas. É um novo grito de alerta”.
Qual o diferencial desse samba?
“Esse samba foi 10 em todos os jurados em 1990. Acho a melodia maravilhosa, variando entre o maior e o menor. A letra tem 28 anos e se encaixa perfeitamente na atualidade”.
O que você vai fazer com o dinheiro dos direitos autorais?
“O que eu mais escuto é que fiquei rico. Não é nada disso, vou investir na minha família. Uma das minhas filhas vai casar. Esse samba é um prêmio para minhas filhas que não eram nascidas em 1990. Vai ajudar um pouco no orçamento familiar”.