Por Eduardo Fróis e Isabelly Luz
Por conta das fortes chuvas que caíram no Rio de Janeira na noite de quinta-feira, o último ensaio da Unidos da Tijuca, que seria na rua, precisou acontecer dentro da quadra. A escola começou o treino por volta das 22h e aproveitou para focar o seu ensaio no canto. Um pouco antes da bateria começar a tocar, o porta voz da escola reforçou a pronúncia dos termos indígenas que estão presentes na letra do samba. Foi feita ainda a diferenciação dos trechos “E nasce Kahu’ê, o Curumim/ De olhos alegres sempre assim”, e depois “Renasce Kahu’ê, o Curumim / Seus olhos alegres não tem fim”, para que ninguém se confunda no dia do desfile.
“Se não fosse pela chuva, estaria lotado. Mas os poucos que vieram se divertiram bastante, cantaram muito e foram muito bem. O samba é 60% do desfile, e normalmente ter um bom enredo resulta num bom samba, e por isso temos os dois esse ano. A expectativa é a maior e melhor possível! Apesar do que andam falando por aí da Tijuca, aguardem nosso desfile”, disse Fernando Costa, diretor de carnaval
O samba da Tijuca é uma das grandes apostas da escola. Seu refrão principal, além de ser fácil de cantar, possui uma melodia contagiante que fica na cabeça: “Erê, essa mata é sua/ Erê, vem provar doce mel”. A dupla de intérpretes Wantuir e Wic Tavares está muito entrosada com o carrom de som e a bateria. A obra é uma composição de Eduardo Medrado, Kléber Rodrigues e Anderson Benson.
“Hoje foi dia de se divertir, já ensaiamos bastante. A chuva de hoje tirou a responsabilidade que fica de ensaiar na rua e nos trouxe um ensaio mais descontraído, mais de canto. O nosso samba incentiva muito os componentes a cantarem e se divertirem. Não adianta só técnica se falta alegria, e graças a Deus nós temos os dois. O nosso enredo é muito bem fechado e elaborado, vai ser bem descrito na avenida. Um bom samba com um bom enredo da casamento”, garantiu Wantuir.
A bateria “Pura Cadência”, de mestre Casagrande, fez uma ótima e segura exibição, mesmo sem o seu contingente total de ritmistas. As três bossas planejadas pelo mestre e seus diretores foram executadas com perfeição por diversas vezes ao longo do treino. Destaque para a convenção que é feita no final do samba, antes do refrão, no trecho “Deixa a força Mawé ressurgir/ E surgir quando o sol reluzir/ Nesse dia eles vão tremer / E o amor vai vencer…”.
“Hoje foi mais pra descontrair mesmo, pra galera ficar mais à vontade. Ensaio caseiro, que a gente fala… Hoje foi aquela, sem (muita) responsabilidade, mas o ensaio foi ontem (no setor 11 da Sapucaí), ontem eu fui dormir tranquilo, sabendo que a gente vai fazer um grande desfile, que a bateria tá pronta pra fazer um grande show. A expectativa é grande. Eu tenho falado nesses últimos 30 dias, eu tenho batido muito nessa tecla que a escola está muito bem preparada, que a escola tá muito bonita. Os carros tão legais, é uma proposta de enredo totalmente diferente. Eu tô muito esperançoso que a escola faça um grande desfile, muito mesmo. Estou na escola há muito tempo e com propriedade eu posso falar isso. Fantasias bacanas pra caramba, presidente incansável. O trabalho que ele fez esse ano de recuperação da escola do último carnaval pra esse e estamos ensaiando até demais, estamos ensaiando além da conta, então a gente está muito esperançoso em fazer um grande desfile”, comentou mestre Casagrande.
O segundo casal da Unidos da Tijuca conduziu o pavilhão amarelo ouro e azul pavão durante o ensaio. Matheus André e Lohane Lemos executaram na quadra um bailado alegre e elegante. Mais à frente do palco estavam os passistas tijucanos, mostrando no pé uma bela sincronia com as paradinhas e desenhos rítmicos da bateria.
A quadra não chegou a encher, mas as pessoas que lá estavam seguraram em coro o samba da Tijuca até o fim do ensaio. Apesar de um ou outro integrante ainda acompanhar a letra do samba no papel, a imensa maioria dos tijucanos mostrou saber de cor a obra deste carnaval.
“Ensaio com bastante energia. Devido à chuva, não conseguimos realizar nosso ensaio de rua. Mas hoje serviu para rever o canto, que com chuva ou sem chuva é muito importante já que estamos na reta final. Para a galera que conseguiu chegar aqui hoje, conseguimos passar as dúvidas que a comunidade estava errando e agora eles vão fazer esse dever de casa em busca da vitória. O samba é muito emocionante, tem uma letra muito bonita, é um samba que toca. Me sinto privilegiada, acredito que faremos um belíssimo desfile. Acredito também que tenhamos uma das melhores obras do carnaval”, afirmou Wic Tavares.
A Unidos da Tijuca leva para a avenida Marquês de Sapucaí o enredo “Waranã, a reexistência vermelha”, desenvolvido pelo carnavalesco Jack Vasconcelos. A agremiação sera a quarta a desfilar no segundo dia do Grupo Especial, sábado, dia 23 de abril.
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