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Dona do lugar de fala! Beija-Flor exalta o povo preto e a comunidade no ensaio de rua

'A escola pretende com o enredo confrontar o apagamento e o silenciamento das obras e o pensamento do povo preto. É dar voz. Infelizmente, a gente não aprende nas escolas a cultura afro-brasileira', disse Selminha Sorriso

A Beija-Flor fez no último domingo o primeiro ensaio de rua, em Nilópolis, para o Carnaval 2022. A azul e branco que levará para Avenida no ano que vem o enredo “Empretecer o pensamento é ouvir a voz da Beija-Flor” utilizou a data seguinte ao Dia da Consciência Negra para pisar novamente no chão da sua comunidade.

“O ensaio para gente não é encarado como uma festa. É trabalho mesmo. É óbvio que hoje (ontem) foi mais uma homenagem ao Dia da Consciência Negra. Porém, a gente não faz oba-oba. Celebramos fazendo um baita ensaio. A nossa festa é trabalhar para um grande carnaval. Historicamente, a Beija-Flor retrata grandes personagens da nossa cultura. Temos um caminhar histórico com grandes enredos. Buscamos sempre exaltar o negro, a nossa comunidade é preta, da inclusão”, disse Válber Frutuoso, um dos diretores de harmonia da escola.

O presidente Almir Reis falou da temática negra nos carnavais da Beija-Flor. “A gente está nessa luta contra o racismo tem muitos anos. A gente conta a história que nunca é falada. Não vamos desistir nunca disso. O enredo é para empratecer o pensamento de todos. Nossa comunidade é de pessoas pretas e que fazem parte de uma grande família. Já somos considerado o rolo compromessor no canto e evolução e queremos mais. Voltar a ensaiar na rua é muito impotante. O sentimento por essa escola não tem explicação, ele é gigantesco”.

Claudinho e Selminha Sorriso falaram do papel social da Beija-Flor no combate ao racismo. “A escola pretende com o enredo confrontar o apagamento e o silenciamento das obras e o pensamento do povo preto. É dar voz. Infelizmente, a gente não aprende nas escolas a cultura afro-brasileira. Precisamos informar e inspirar mentes. Pra mim, é muito gratificante conduzir o manto sagrado da Beija-Flor. É um sonho realizado a cada momento”, disse a porta-bandeira.

“A Beija-Flor tem a voz de empretecer o pensamento. A escola clama a igualidade entre todos. Sobre o nosso ensaio na rua começamos a matar a saudade da nossa comunidade. Chegamos aqui com o avanço da vacina”, citou o mestre-sala.

Para o diretor de carnaval, Dudu Azevedo, o primeiro ensaio revelou um avanço no trabalho. “Parece que já estamos na fase que estávamos do trabalho no ano anterior. O abraço do nosso povo com o samba deu resultado na rua. Uma evolução e canto praticamente perfeitos. Muito positivo o trabalho. O enredo é do nosso povo, do nossão chão, todo mundo transborda satisfação de cantar esse samba”.

Integrante da Velha-Guarda, Débora Rocha, enalteceu a comunidade. “Não existe cor. Nós somos filhos de um pai só. Temos que lutar por igualdade”.

Comandante da bateria ao lado de mestre Rodney, Plínio, também falou sobre o enredo. “Infelizmente, ainda existe o racismo. A Beija-Flor faz o caminho para acabar com o racismo e mostra seus integrantes como exemplos”.

Segunda porta-bandeira da escola, Fenanda Love, com 26 anos de Beija-Flor, comentou o enredo e sua importância. “A Beija-Flor mostra com muito orgulho a importância do negro. Ela transformou minha vida. Vamos mostrar na Avenida nossa cor, nossa raça e vamos matar a saudade de todos com essa volta dos ensaios. A nossa arte está de volta”.

Fotos do ensaio 

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