O Acadêmicos do Salgueiro apresentou a sinopse do enredo para o Carnaval de 2026, que será uma homenagem à carnavalesca Rosa Magalhães. A proposta pelo carnavalesco Jorge Silveira e o enredista Leonardo Antan após a leitura do texto na quadra da escola. A apresentação do texto marca o início dos preparativos para o desfile que encerrará os desfiles do Grupo Especial na Sapucaí — posição inédita para a vermelho e branco do Andaraí.

Segundo Jorge Silveira, a ideia de homenagear Rosa surgiu ainda em 2024, após o falecimento da artista. “Desde o ano passado, quando tivemos a passagem da Rosa, ficamos com uma semente da ideia. O presidente voltou do funeral e falamos sobre a importância que ela tem. Mexeu com todo mundo”, contou o carnavalesco. A decisão foi consolidada após o sorteio da ordem dos desfiles. “Quando o Salgueiro foi consagrado como a última escola a desfilar, entendemos que não podia ser qualquer enredo”, revelou.
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O desfile, afirmaram Silveira e Antan, será uma celebração da estética, do lirismo e da brasilidade característicos da obra de Rosa. O ponto de partida da narrativa será a biblioteca da Professora. Cada setor representará um “universo temático” dos carnavais criados por ela. A proposta é oferecer ao público uma “viagem delirante” pelos enredos desenvolvidos por Rosa ao longo de quase 50 anos de carreira.
“Não queríamos fazer simplesmente uma biografia. Queríamos falar daquilo que emociona. Todos nós somos tocados por ela por alguma memória”, disse Jorge Silveira. “O enredo é uma viagem pela biblioteca da professora. Vamos tratar da relação direta e das vezes em que ela tocou o Carnaval com o seu carnaval”, declarou.
Todos os carnavais assinados por Rosa estarão representados de alguma forma no desfile, segundo Leo Antan. O enredista organizou a pesquisa a partir de livros da própria artista, estudos anteriores e mais de quatro mil imagens de desfiles da Rosa, do acervo digital da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). “Listamos os desfiles, organizamos por temas e tentamos entender quais signos mais aparecem nos carnavais dela. A partir disso, construímos o enredo”, explicou o enredista.
Antan destacou também a complexidade do recorte. “Cada um espera alguma coisa. A gente foi naquilo que é mais simbólico e representativo de acordo com a narrativa que vamos traçar, que é apenas sobre a obra da Rosa no Carnaval, que já é riquíssima”, afirmou.
Com a promessa de trazer elementos marcantes da Professora — como o jegue, o guarda-chuva, o leque, os anjinhos barrocos e o polêmico bacalhau —, o desfile do Salgueiro deverá ressaltar a brasilidade dos carnavais de Rosa. “Ela é uma mestra na construção da identidade brasileira por meio dos seus carnavais”, afirmou Silveira. “Vai ser um carnaval genuinamente brasileiro”, completou.
A expectativa na escola é de que a homenagem possa também resultar na conquista do décimo título da história do Salgueiro. “É um caminho perfeito para o salgueirense sonhar com a décima estrela. Se for coroada com uma rosa, vai ser lindo demais”, concluiu o carnavalesco.
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O enredo também pretende dialogar com os torcedores das várias escolas por onde Rosa passou. “Ela ajudou a construir a nossa memória e a nossa afetividade”, destacou Silveira, citando que os torcedores da Imperatriz Leopoldinense, São Clemente, Vila Isabel, União da Ilha e Império Serrano vão se identificar com o desfile do Salgueiro em 2026.
O Salgueiro aposta na força simbólica da homenagem e na memória coletiva do Carnaval para emocionar a Sapucaí em 2026. A expectativa é alta para um desfile que, ao encerrar os trabalhos do Grupo Especial, também feche com chave de ouro o ciclo artístico de uma das maiores carnavalescas da história.