A 2ª Festa Junina do Carnaval de São Paulo, organizada pela Liga-SP na Fábrica do Samba, já entrou na programação tão especial e agitada do sexto mês do ano na maior cidade da América do Sul. Mais do que isso: com apenas duas edições, a idealizadora do evento já conseguiu impedir uma série de reclamações que muitos faziam em festividades realizadas no local em outras temporadas. Presente na primeira noite do evento (na noite do último sábado, sendo que este domingo também será de festejo), o CARNAVALESCO conversou com parte do público para saber qual foi a experiência de cada um deles.
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Comparações positivas
Nos primeiros eventos realizados na Fábrica do Samba (parcialmente inaugurada em 2016 e concluída em 2022), havia, ao menos, um grande ponto de atenção: o estacionamento. Primeiro, ele inexistia – o que forçava o público a estacionar nas imediações do espaço, localizado na Barra Funda. Pouco a pouco, parar o carro deixou de ser um problema para quem vai a algum evento no local.
Rinaldo Reis, arquiteto de 59 anos e componente da Dragões da Real, destacou a evolução em tal aspecto: “Eu e minha família viemos na festa junina do ano passado e, em 2025, parece que está mais organizado. Talvez por ser o segundo ano eles solucionaram algumas coisas que eu não tinha gostado no ano passado. O estacionamento, por exemplo, nesse ano achei bem mais fácil e mais tranquilo de colocar o carro. A gente comprou tudo antecipado, também. Achei que está mais organizado”, comentou, destacando a possibilidade de se programar para estacionar o carro – em um local dentro da própria Fábrica do Samba, diga-se.

Desde a entrada para a 2ª Festa Junina do Carnaval de São Paulo era possível notar a organização citada por Rinaldo. Enquanto o público entrava pelo lado direito da principal rampa de acesso, os carros eram estacionados na Alameda Juarez da Cruz – à esquerda do local.
Quem também recuperou a festividade do ano passado foi Roselene Celoto, aposentada de 67 anos e integrante da Dragões da Real e do Rosas de Ouro: “Eu estava aqui na Festa Junina do ano passado e gostei bastante de tudo. A comida estava boa, as atrações me animaram. Estava aqui quando premiaram a Dragões como melhor quadrilha da segunda noite! Na comparação entre os dois anos, acho que a festa junina de 2025 tem mais pessoas, pelo que eu estou percebendo”, rememorou.

Em 2025, dez escolas tiveram apresentações marcadas – mas, ao contrário do que aconteceu em 2024, não haverá premiação alguma. Já sobre as apresentações, o sábado teve show do cantor Jonas Medeiros; um pocket show do Rosas de Ouro (atual campeão do Grupo Especial do carnaval de São Paulo); quadrilhas de Torcida Jovem, Império de Casa Verde, Vai-Vai, Rosas de Ouro e Dragões da Real; e show do cantor Tiee.
Atrações elogiadas
Além de Tiee, quem também se apresentará no evento será a banda Turma do Pagode – mas no domingo, 15 de junho. Os shows foram elogiados por Rodrigo Lemke, comerciante de 44 anos e torcedor da Mancha Verde: “Gostamos da programação da Liga-SP, gostamos de Tiee e da Turma do Pagode. Hoje já estamos aqui, vamos tentar vir amanhã também para curtir o show gratuito de uma banda que a gente gosta”, prometeu.
A decoração do espaço, inteiramente típica, também chamou atenção – e virou cenário para muitas fotos. O detalhe é que diversas esculturas de desfiles realizados em 2025 foram cedidas pelas escolas de samba. O boi-bumbá da Torcida Jovem e o Luiz Gonzaga do Águia de Ouro, por exemplo, estavam presentes. Até mesmo os personagens do desenho “A Turma do Charlie Brown”, também do Águia, estavam vestidos com detalhes juninos.
Todas as idades representadas
Na frente da quadra da Dragões da Real, na alameda Alberto Alves da Silva (seo Nenê), haviam brinquedos infláveis para que as crianças se divertissem. Pouco antes, também havia barracas com jogos para os pequenos. Roselene fez questão de destacar o acerto da Liga-SP em olhar para os sambistas do amanhã: “Eu vim aqui para assistir às quadrilhas, amo demais as apresentações. Senti que tudo está ótimo, espero que continue assim amanhã (hoje) e para o ano que vem. Acho que os brinquedos também foram uma ótima sacada”, comemorou.
Além dos espaços, havia também um touro mecânico e uma cadeia para quem quisesse se divertir. As velhas-guardas das agremiações também organizaram um bingo no Espaço Cultural Octavio da Silva (Talismã). De trinta em trinta minutos, novas rodadas aconteciam no local.
Preço adequado
Nada é mais natural para um brasileiro que reclamar dos preços. Mas, na visão de quem esteve presente na festa junina em questão, os valores cobrados passavam longe de ser exorbitantes.
Karina Lemke, que estava comemorando os 40 anos exatamente no sábado ao lado de Rodrigo (e que, tal qual ele, é torcedora da Mancha e comerciante), chegou a destacar que os preços estão melhores que em outros arraiás da cidade: “Nós não viemos no ano passado, então não podemos comparar. Mas, até agora, estou gostando de tudo. Não tenho nada que posso reclamar. Acho que o preço está acessível, a gente já foi em outras festas juninas de bairros e as coisas como um todo estão caras. Achei que o preço está bom, até mais barato que em outros lugares”, comentou.
Rinaldo foi pela mesma linha: “Eu gostei bastante da programação e também gostei bastante das quadrilhas. Sobre o preço de tudo aqui, sei que é o normal da Liga-SP, toda festa é mais ou menos nessa faixa de preço. Na quadra da Dragões o preço é semelhante também, então não acho que isso seja esse um problema”, destacou.
Sem citações
Outros gargalos de grandes eventos paulistanos (e no planeta como um todo) sequer foram citados pelos entrevistados. Os banheiros, que por vezes eram citados por visitantes da Fábrica do Samba em festividades, não foram lembrados. Vale destacar que, para a festa junina, todos os toilletes do local estavam abertos.
Apesar da reportagem presenciar algumas filas em barraquinhas de comes e bebes, elas também não foram citadas por entrevistado algum. E, aqui, vale destacar dois fatos: o primeiro deles, a presença maciça de vendedores de tickets (todos eles bem identificados, carregando um cifrão preto em um luminoso verde) nas alamedas e até nas proximidades do palco; depois, a presença de totens de autoatendimento, economizando tempo. Quando o sistema eletrônico teve uma queda, a própria Liga-SP avisou a situação – tal qual o restabelecimento de tais aparelhos.
Comes e bebes
João Roberto Celoto, aposentado de 66 anos que é marido de Roselene e não participa de escola alguma (“apenas leva e busca a esposa”, de acordo com o próprio), fez uma observação sobre o que era consumido na festa junina: “A única coisa que eu acho que poderia ser melhor é a diversidade de opções para comer. Aqui não tem lanche de carne louca, por exemplo – algo que é tipicamente junino. Também acho que as escolas poderiam interagir mais com o público na hora das quadrilhas. Já estive em uma festa na quadra da Dragões que fizeram isso e achei muito bacana. Achei o preço das comidas ok e não tenho reclamações quanto ao banheiro”, afirmou.
Após a fala do entrevistado, a reportagem fez o levantamento das barraquinhas de alimentação. Era possível se alimentar com bolos, maçã do amor e doces típicos; brigadeiros e doces gourmet; espeto de chocolate; milho verde; vinho quente e quentão; hamburguer; batata frita; hot dog; caldos; acarajé; pizza; baião de dois; lanches de pernil e de calabresa; macarrão; pastel e churrasco – isso além dos três espaços com bebidas dispostos em duas alamedas e um estande apenas para drinks.