Completar vinte e cinco anos é sempre especial – ainda mais para uma instituição cultural como uma escola de samba. No dia 17 de março, os Dragões da Real alcançaram tal marca – e, para comemorar, especificação uma edição mais do que especial da tradicional Superfeijoada da instituição. Com shows de Ferrugem, Jorginho Soares e da própria agremiação, diversos nomes ligados ao Lugar de Gente Feliz se fizeram presentes. Um deles foi Renato Remondini, popularmente conhecido como Tomate, presidente da entidade da Zona Oeste de São Paulo.
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Sempre presente em eventos importantes para escolas de samba, a reportagem do CARNAVALESCO entrevistou Tomate para falar sobre questões pertinentes ligadas aos Dragões da Real.
Histórias que se cruzam
Ao longo da história, os Dragões da Real tiveram quatro presidentes. Tomate, enquanto último da lista, assumiu após um triênio com Flavio Mendes Beverari comandando a agremiação. Ele mesmo relembrou o início do mandato – e, mais do que isso, todas as posições que ele já ocupou na instituição: “Vamos por partes: eu assumi a presidência em 2010 e, em 2011, fomos campeões do Grupo de Acesso I a subimos para o Especial. Antes de ser presidente, eu era vice-presidente. Já diretor fui de bateria, diretor de carnaval… já passei por tudo quanto é lugar. Adoro o barracão, a minha paixão é o barracão, as alegorias, subir no carro alegórico, construir, ver desenhos, rascunhar… adoro tudo isso. Participo em todos os segmentos da escola, mas amo de paixão tudo ligado às alegorias”, disse, revelando seu maior prazer no mundo carnavalesco.
Enquanto gestor, Tomate destacou que a experiência fora do universo carnavalesco o ajuda a comandar a instituição: “Quanto à administração, eu trouxe o que eu aprendi dentro da iniciativa privada. Eu trabalhei onze anos em uma famosa segurança, e muito do que eu aprendi lá eu trouxe para os Dragões.
Encerrando o assunto, o presidente citou o slogan da agremiação, muito conhecido no universo carnavalesco paulistano – ” Lugar de Gente Feliz “: “”Eu não digo nem de competência, de sucesso, de potência, eu não digo nada disso: eu digo de ser um lugar de gente feliz na essência, não na frase. É fácil colocar lá na quadra a frase estampada. Tem que ser na atitude. E eu acho que a gente vem conseguindo isso junto com toda a diretoria, toda a liderança. O clima de respeito é muito legal na Dragões. A gente vive um clima bacana. Eu acho que isso contribui muito”, destacou.
Força
Três vezes vice-campeão do Grupo Especial do carnaval de São Paulo (e, em duas dessas oportunidades, com a mesma classificação da primeira colocada), a Dragões é, inegavelmente, uma das grandes potências quando se fala em escolas de samba paulistanas. Para Tomate, tal vigor não é por acaso e vem por alguns motivos: “Eu acho que são algumas questões que nos fazem tão fortes. O planejamento é a base de tudo.
Inovação como DNA
Um dos grandes orgulhos da Dragões é a quantidade de pioneirismos que uma escola, mesmo tão jovem, possui no carnaval paulistano. Tomate, além de enumerar algumas delas (o CARNAVALESCO já falou a respeito com membros da agremiação), novamenteu o reforçou o quanto a comunidade da Vila Anastácio gosta de inovar: “A Dragões foi pioneira em algumas coisas: há quatro anos atrás foi inaugurado um Espaço Kids gigantesco para as crianças. A Dragões tem um memorial. A Dragões teve o seu primeiro banheiro com acessibilidade em 2016. A gente costuma falar que a gente procura sempre buscar coisas novas. As festas juninas são um sucesso, também. A escola é movida pela paixão e pelo novo O povo está ansioso, esperando o enredo e a comunidade compra o enredo, independentemente de qual ele está para.
E para o futuro?
Ao ser questionado sobre em qual patamar e como vai estar a Dragões no Jubileu de Ouro (ou seja, quando completar 50 anos), Tomate preferiu focar em como ele gostaria de ver a instituição: “Eu não sei te dizer onde ela vai estar, mas eu posso falar onde eu gostaria muito que ela estivesse: sendo identificado pela sua essência e por tudo que ela mantém e mantém até hoje. Se a gente conseguir permanecer com isso durante 50 anos, se eu estiver vivo até lá, vai ser a minha felicidade por completo. Saber que realmente a gente construiu uma história de respeito e de carinho faria com que minha vida fosse completa”, finalizou.