O diretor-executivo da Unidos do Viradouro, Marcelinho Calil, afirmou estar satisfeito com o trabalho apresentado na Marquês de Sapucaí e disse não ser “refém de resultados”. As declarações foram feitas ao CARNAVALESCO durante o Desfile das Campeãs, no último sábado.
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Neste carnaval, a agremiação ficou em quarto lugar ao levar para a Avenida o enredo “Malunguinho: O mensageiro de três mundos”, desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon.
“Sem hipocrisia, é claro que quero ganhar sempre – e trabalho para isso -, mas escola de samba é muito mais que competição. São nessas horas que a gente tem que provar isso. O resultado não foi o que a gente esperava, mas não deixou de ser um ano de êxito e de vitória. Acredito que a gente teve um ano muito legal e muito positivo mesmo perdendo a competição” , avaliou Calil.
O diretor-executivo também pontuou a importância de falar sobre Malunguinho. Para ele, dar luz à história de um líder quilombola foi fundamental e está acima de qualquer resultado.
“A gente pôde trazer mais uma vez uma grande história, mais uma história negligenciada. Por dar visibilidade a Malunguinho, ao quilombo do Catucá e trazer um pouco de conhecimento da Jurema sagrada, entendo que a missão foi cumprida, mesmo com o resultado não vindo. Entendo que, às vezes, a missão é muito maior do que ganhar um campeonato”, enfatizou.
A Viradouro ficou fora do top 3 pela primeira vez após cinco carnavais. A perda de pontuação no quesito Enredo foi fundamental para tirar a escola da disputa pelo título. A ausência de setorização e a falta de clareza na defesa do tema foram as principais causas para as notas baixas, segundo os jurados. Questionado se concorda com as justificativas, Marcelinho disse ainda estar analisando.
“Posso responder essa pergunta de forma bem objetiva daqui a alguns dias. Eu não consegui analisar tudo. Eu li um pouco, algumas eu discordo muito, outras eu concordo. Para conseguir dar um panorama sobre o julgamento e sobre o resultado, preciso de mais tempo”, alegou.
Saída de Erika Januza
Já no pós-carnaval, o anúncio da saída da rainha de bateria Erika Januza pegou o mundo do samba de surpresa. A atriz e modelo estava à frente do cargo desde 2021. De acordo com Calil, as conversas já haviam acontecido há cerca de um ano. Segundo ele, não houve um motivo específico para o fim da parceria e as portas da agremiação sempre estarão abertas.
“Desde a saída da Raissa (Machado) era uma ideia que a gente tinha. A Erika está eternizada na bateria da Viradouro, é uma amiga e uma pessoa muito querida na escola – e vai continuar assim. É preciso que a gente tenha também esse discernimento de vínculos que são profissionais e que não dizem respeito a vínculos pessoais e afetivos. São escolhas e decisões que fazem parte da vida. Eu mesmo não estarei aqui eternamente, quero sempre deixar essa escola pronta para quem vier depois. Encaro isso com muita naturalidade, tranquilidade e com muito respeito a Erika. Aqui é a casa dela sempre que ela quiser”, revelou Calil.
O diretor-executivo revelou que, até o momento, não foi escolhido um nome substituto para ocupar o cargo, mas destacou os requisitos básicos para assumir o reinado da Vermelha e Branca. Os principais são acessibilidade e respeito pela instituição.
“Não quero ninguém que venha de vez em quando ou que tenha algum tipo de marra, esse não é o perfil da escola. Uma pessoa humilde, acessível, que abrace a causa da escola e a comunidade – seja famosa, musa ou da comunidade. O perfil que vamos buscar é um perfil de comportamento que seja afinado ao da Unidos do Viradouro. Na nossa gestão, não há estrela. A estrela é a escola – é (vale) para quesito e, também, para a rainha de bateria”, detalhou.