Comunidade canta forte e Tijuca avança em ensaio marcado por evolução coesa e muito samba no pé à frente da ‘Pura Cadência’

Refrão potente ecoa nas ruas, enquanto evolução compacta geram expectativa para o Carnaval 2025

Por Marcos Marinho e Gabriel Radicetti

Em um ensaio de rua marcado por chuva e muita energia, a Unidos da Tijuca mostrou que está com o canto em dia para o Carnaval 2025. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Matheus André e Lucinha Nobre, abriu a noite com uma coreografia inspirada nos Orixás, enquanto a ala dos Folcloristas e a bateria “Pura Cadência” garantiram um samba forte e envolvente. A evolução compacta e a performance da ala da Juventude do Borel, com danças periféricas como o passinho e o charme, foram destaques, além da expectativa em torno da escolha da nova rainha de bateria.

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O diretor de carnaval, Fernando Costa, falou ao CARNAVALESCO sobre sua avaliação do ensaio da última quinta-feira.

“O ensaio foi muito bom, apesar da chuva e dos componentes não terem vindo todos. Acabou que enganou, enganou e choveu um pouquinho. Gostei muito de hoje, a bateria, o casal está maravilhoso, estou gostando muito do casal. O canto maravilhoso da comunidade. A gente está no caminho. Ainda temos mais alguns ensaios e vamos tentar evoluir um pouquinho em cada ensaio. A gente tem sempre que estar buscando o melhor. É a gente ter mais canto, mais evolução, carro de som ter mais pegada e estar todo mundo ligado, olhando um para o outro. Hoje eu gostei do vi”, avaliou.

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Fotos: Marcos Marinho e Gabriel Radicetti/CARNAVALESCO

Mestre-sala e Porta-bandeira

O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Matheus André e Lucinha Nobre, abriu o ensaio de rua na ausência da comissão de frente, que estava ensaiando no barracão da escola, na Cidade do Samba. O bailado da dupla foi marcado por uma coreografia que incorpora elementos da dança dos Orixás, com movimentos de Oxum e Odé, pais do homenageado Logun-Edé, e da dança do cavalo-marinho. Embora a chuva tenha apertado em alguns momentos do ensaio e a pista tenha permanecido molhada durante todo o trajeto, o casal defendeu com vigor o pavilhão da amarelo ouro e azul pavão. Destaque para Matheus André, cujos giros precisos e marotos conduziram a escola do Morro do Borel a se conectar com diferentes forças ancestrais, assim como Logun-Edé, o Orixá-menino que traz consigo a tradição e a renovação.

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Harmonia e Samba

O canto foi forte e muito motivado pelos harmonias da escola de ponta a ponta, até mesmo nas alas mais próximas da bateria e do carro de som, o samba foi entoado com muito vigor. Destaque para os componentes da ala dos Folcloristas, a ala número 1, que desde os momentos iniciais do ensaio ajudou com muito canto o casal de mestre-sala e porta-bandeira a apresentar a escola. O refrão “Lógun Edé, Lógun arô / Lógun Edé, loci loci Lógun arô / A juventude do Borel / Desce o morro pra cantar em seu louvor” é o momento que o canto foi mais forte. O carro de som, liderado por Ito Melodia, e a bateria “Pura Cadência” deram sustentação para que os componentes soltassem a voz.

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“A gente tem um grande samba, já provamos que temos um grande samba eleito pela crítica especializada, pelas grandes pessoas que julgam samba-enredo. A gente tem um grande enredo. A gente tá com um grande barracão, com todas as fantasias ensacadas. A gente só depende da gente. Agora é muito foco, pé no chão e cantar o samba. A gente precisa melhorar o canto até o último dia. Estamos com 80%. O objetivo é bater 100% na avenida. A escola esse ano tem que fazer um esforço muito grande. O nosso presidente, Fernando Horta, está fazendo um esforço muito grande. Eu sei, eu estou no barracão, estou no dia a dia. A Tijuca está fazendo um carnaval grandiosíssimo. As pessoas têm que colaborar, tem que chegar. Porque o esforço que ele está fazendo é gigante para botar a Unidos da Tijuca no lugar dela, que é no desfile das campeãs”, revelou o mestre Casagrande.

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Evolução

A evolução da Tijuca foi bastante compacta ao longo do ensaio, mantendo-se unida e coesa. No entanto, essa compactação limitou o espaço dos componentes, que não puderam aproveitar plenamente o samba, tão bem cantado, para curtir e se expressar com mais liberdade. Apesar do canto forte, a falta de espaço pode ter restringido a energia e a entrega dos participantes. Para os próximos ensaios, um equilíbrio entre a compactação e a distribuição dos componentes pode garantir que o samba seja não apenas bem cantado, mas também vivido com toda a intensidade que ele merece.

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Outros Destaques

A ala da Juventude do Borel apresentou uma performance vibrante, mesclando danças periféricas e faveladas como o passinho do funk e o charme. A sincronia e a energia do grupo chamaram a atenção, reforçando a identidade cultural do Morro do Borel no desfile oficial da amarelo e azul no carnaval 2025.

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No final do ensaio, uma cena curiosa ocorreu quando musas e passistas se adiantaram à bateria para exibir seus passos, em um momento de exibição de samba no pé. Sem Rainha de bateria, cargo que ficou vago após a saída da cantora Lexa por motivos de saúde, a comunidade está com uma expectativa alta para saber quem assumirá o posto.

Veja mais imagens do ensaio

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