Abençoada pela chuva, Portela faz ensaio especial de bateria na Sapucaí e mestre Nilo diz: ‘samba está na boca do portelense’

Tabajara do Samba ensaia debaixo de chuva no Sambódromo

A Portela realizou na noite da última quinta-feira seu ensaio de bateria no Setor 11 da Sapucaí. Com a “Tabajara do Samba” alinhada, mestre Nilo Sérgio comandou os ritmistas durante o tempo do ensaio na Avenida, que contou com o intérprete Gilsinho e o carro de som, além de participações da comissão de frente, do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da escola, Marlon Lamar e Squel Jorgea, da ala de passistas comandada por Nilce Fran, além de algumas alas, com duas coreografadas participando também do treino da agremiação. A Portela vai levar à Passarela o enredo “Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol”, dos carnavalescos André Rodrigues e Antônio Gonzaga, uma homenagem ao cantor Milton Nascimento.

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Fotos: Matheus Morais/CARNAVALESCO

O mestre Nilo Sérgio, em entrevista ao CARNAVALESCO, comentou sobre como é importante levar a bateria a Sapucaí, e o quê esperar da bateria da Azul e Branca para o próximo carnaval.

“Aqui é quando a gente vai ver e ensaiar onde vai ser o jogo. Vamos poder ver como vai se comportar a bateria no espaço aberto. A gente tem o nosso site de rua, mas nada como aqui na Sapucaí. A bateria vai com as três bossas, todas que a gente já ensaiou, e está ensaiando. E vamos ver como a bateria se comporta no volume de toda a bateria, no campo onde a gente vai jogar. Eu acredito que vai dar tudo certo, mas é bom a gente vir para cá para poder ter esse momento de espaço, para poder saber o que pode dar errado e a gente poder acertar ainda dentro de casa”, pontuou o mestre da “Tabajara do Samba”.

Gilsinho, intérprete da escola, conversou com o CARNAVALESCO ressaltando que poder acertar os detalhes na pista é muito importante para uma agremiação.

“Aqui a gente tem a verdadeira dimensão do espaço da avenida, de como a bateria vai se comportar, como a bateria vai dividir todos os naipes. E é um teste bom para a gente do Carro de Som. Porque a gente ouviu o som que realmente a gente vai ouvir no dia. Para a gente é super importante, eu acho que deveria até ter mais umas duas datas para a gente poder ensaiar assim”, comentou o intérprete da escola.

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Júnior Escafura, vice-presidente da agremiação, também conversou com o site, sobre levar a bateria ao Sambódromo para o ensaio dela.

“Eu acho que a bateria treinar no campo de jogo junto com um carro de som é muito bom. Porque uma coisa é você botar na rua, aqui é o campo de jogo, é onde a gente vai jogar. E aí, o som propaga melhor, sente essa energia da Sapucaí, que é muito importante, antes de pisar no ensaio técnico aqui”, conversou Escafura.

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Júnior Schall pontuou a importância deste momento para a própria bateria, o carro de som e para as outras alas presentes no ensaio, em quesitos como evolução e harmonia.

“O importante é que a gente trouxe um contingente numeroso, várias alas, a gente entende que aqui, com todo o contingente que veio, mesmo com a questão da chuva hoje, que prejudica um pouco ao final em que ela caiu de forma intensa, porém, entendemos que foi bastante proveitoso pelo contingente e pela possibilidade de estar aqui evoluindo no palco maior. Fizemos cerca de 55 minutos de ensaio, que visa a bateria, porém, conta com os contingentes também. Nós fizemos evolução, fizemos trabalho de canto e o trabalho da escola poder balançar na venda, o que é muito importante, porque além do canto você precisa ter uma evolução individual de cada componente. É muito bom fazer isso na Sapucaí”, explicou o diretor de carnaval da Águia Altaneira.

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Gilsinho e mestre Nilo conversaram também sobre a relação com a Portela e os portelenses, destacando a recepção do trabalho de ambos na agremiação de Madureira, e o carinho que o torcedor tem para com eles.

“Só tenho que agradecer ao portelense, agradecer a minha escola, a direção, de confiar no trabalho, não só meu, mas da Tabajara, no meu comando. Só tenho que agradecer, porque se não fosse eles, eu não passaria esse tempo todo na frente da bateria, e de vez em quando as notas não vêm, e assim mesmo o Portelense sabe que é feito com carinho, feito pra eles”, agradeceu o mestre Nilo Sérgio pela confiança dos componentes e torcedores com seu comando na “Tabajara do Samba”.

“É super gratificante. Eu estou na escola desde que eu nasci, meu pai era da velha-guarda da Portela. Conheço a Portela de cabo a rabo. Vi muita gente casar, nascer, envelhecer, morrer aqui na escola. Então acho super legal, e fico muito feliz. Da mesma forma eu retribuo esse carinho também, trabalhando firme e atendendo todos, todo mundo que chega em mim, consegue falar comigo numa boa, normalmente. A gente é uma família, a Portela, somos vistos como uma família”, comentou Gilsinho ao pontuar sua história e relação com a escola.

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Júnior Escafura também comentou sobre a parceria da dupla para a Águia de Madureira. “Acho que a ‘Tabajara do Samba’ dispensa comentários, é uma das baterias mais tradicionais. O Nilo é um dos mestres que está há mais tempo no comando da Portela É um casamento perfeito, ele e o Gilsinho, que também já está há bastante tempo na escola.É uma coisa que a Portela aposta muito, é sempre um grande triunfo. Carro de som e bateria da Portela, e eu tenho certeza que em 2025 eles vão arrebentar de novo na avenida”, pontuou Escafura ao falar sobre o trabalho de ambos à frente das partes musicais da Azul e Branca.

Por fim, cada um dos entrevistados falou sobre o que esperam do rendimento do samba portelense para o próximo carnaval.

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“É o melhor possível, o samba é muito bom, bem construído, que foi muito bem feito, que tem um teor de emoção muito grande. O próprio Milton Nascimento gostou demais do samba. A gente está trabalhando cada vez mais para que o samba cresça cada vez mais. É um trabalho de formiguinha. Toda semana fazendo ensaio, trabalhando até chegar aqui, até chegar na próxima semana no nosso primeiro ensaio técnico. A gente espera que o samba cresça bastante, que a escola se desenvolva bem, cante e evolua bastante e ele vai ficar cada vez melhor”, explicou Gilsinho.

“Eu espero o rendimento ótimo, assim como já está sendo no ensaio na quadra e também na rua Eu acho que aqui vai só consolidar todo o trabalho que está sendo realizado”, comentou Júnior Escafura.

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“Muitas pessoas falaram que não ia render, o samba está na boca do povo, boca do portelense. A Portela está cantando, igual a cigarra e a bateria encaixou as bossas. Acredito que a Portela vai chegar toda na avenida e com esse canto e chão vai dar coisa boa”, pontuou Nilo Sérgio.

“A obra, ela já é do componente da Portela, respeitosamente aos nossos criadores, autores do samba, mas a Portela abraçou. Quando a Portela abraça um samba como ela abraçou esse, a Portela vem como ela veio hoje. Independente da chuva, ou com a chuva como uma bênção, ela vem poderosa, ela vem cantando firme e a evolução acontece com mais felicidade ainda”, encerrou Júnior Schall.