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Águia de Ouro traz Evolução bastante leve para o Anhembi em ensaio técnico

Azul e branca da Pompeia costuma ser criticada por conta do quesito, mas ótima atuação do segmento deve calar detratores durante o ciclo carnavalesco

Por Will Ferreira (Colaboraram Gustavo Lima, Lucas Sampaio, Nabor Salvagnini e Naomi Prado)

Nos últimos tempos, o Águia de Ouro costuma ser uma escola que desperta sensações extremas no universo do carnaval paulistano. Os torcedores e defensores da agremiação da Pompeia a defendem com unhas e dentes, enquanto os detratores fazem críticas bastante ácidas. Uma dessas observações está na maneira da comunidade curtir o desfile – de acordo com muitos, seguindo de maneira literal as orientações do staff da instituição. No último sábado, no primeiro ensaio técnico da azul e branca, quem destila opiniões jocosas sobre a Evolução do referido grêmio, que apresentará o enredo “Em Retalhos de Cetim, a Águia de Ouro do jeito que a vida quer” e será a primeira a desfilar no sábado de carnaval (01 de março) teve que se calar. Assim como acontece em todos os ensaios técnicos, o CARNAVALESCO esteve presente no Anhembi para conferir a primeira passagem do Águia de Ouro no Anhembi no ano de 2025.

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Comissão de Frente

Nos ensaios técnicos do ciclo carnavalesco passado, a escola trouxe um tripé de comissão de frente bastante alto e amplo – e a estratégia parece ter agradado, já que o expediente foi repetido ao menos na primeira apresentação no Anhembi em 2025. Se, no ano passado, diversos componentes ficavam na passarela e pouco subiam para o elemento alegórico, nesta temporada há mais uniformidade: pelo que foi acompanhado pela reportagem, boa parte da ação acontece em cima do tripé – sempre com coordenação e coreografia de Ruy Oliveira.

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Fotos: Will Ferreira/CARNAVALESCO

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Se, no ano passado, o quesito foi sofrendo uma série de alterações, a dupla formada por João Carlos e Monalisa Bueno, mais do que se consolidar, demonstrou estar em pleno entrosamento. Com figurinos inteiramente amarelos, ambos apresentaram sorrisos estonteantes – marca de cada um deles individualmente e permanece como personalidade enquanto segmento. A graça, por sinal, não impediu que eles bailassem – algo que, ao menos na apresentação deste sábado, aparentou ser priorizado. Com a chuva que estava indo e voltando desde a escola anterior a desfilar, ambos se precaveram: Monalisa colocou uma sapatilha, enquanto João optou por usar um tênis.

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A reportagem do CARNAVALESCO buscou fazer uma entrevista com a dupla, tal qual sempre faz com casais de mestre-sala e porta-bandeira ao final de cada ensaio técnico. Monalisa, entretanto, pediu para que nada fosse gravado por conta de uma questão com um familiar da profissional – algo que foi respeitado.

Harmonia

Reconhecidamente como uma das escolas que mais cantam em toda a cidade de São Paulo, havia expectativa sobre o quesito no ensaio técnico por conta da canção apresentada. Das mais criticadas da atual safra, o samba-enredo não prejudicou o reconhecidamente forte segmento da escola da Pompeia. Por sinal, as alas que compunham os segundo e terceiro setores tiveram canto ainda mais forte que o normal, se destacando. Com menos cacos do que se espera de uma dupla de intérpretes, Douglinhas Aguiar e Serginho do Porto optaram pela correção não apenas na execução do samba, mas também para não banalizarr os gritos de empolgação.

Na visão de Jacqueline Meira, diretora de carnaval da agremiação, a margem para melhora é alta. “Para um primeiro ensaio, a escola veio bem, veio com tranquilidade. Estamos trabalhando há bastante tempo em uma escola que canta demais. Estamos muito tranquilos. Foi um bom ensaio, mas é claro que tem muita coisa para melhorar. Mas, para o próximo ensaio, essa animação e a força do canto devem ser mantidas”, destacou.

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Sobre o carro de som, Douglinhas Aguiar, um dos intérpretes do Águia, se derreteu: “Eu gostei demais. Sou suspeito para falar porque eu sou fã de toda essa rapaziada aí, mas eu gostei. Acho que, de um a dez, está 9,5, para não ser muito paternalista. Mas gostei dos meninos hoje”, comentou.

Pouco depois, ele mesmo foi mais sereno em relação à apresentação como um todo: “Está bom, vamos seguir em frente com isso. Sempre sabemos que dá para melhorar um pouco, eu preciso chegar em casa e assistir porque de onde estamos não temos a noção de toda a escola. Vamos assistir e depois faremos um balanço legal”, prometeu.

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Evolução

Curiosamente, o quesito que mais chamou atenção positivamente no ensaio técnico foi, também, o que trouxe o maior ponto de atenção. Por partes: muitos que criticam o Águia afirmam, com as devidas variações, que a Evolução do Águia é muito mecânica, sem espaço para tanta criatividade. Tal situação foi completamente mitigada no primeiro ensaio técnico da azul e branca: com muitos componentes sorrindo, interagindo, brincando e se movimentando, a agremiação teve ótimo desempenho em tal quesito na avenida. Complementando o ótimo desempenho do segmento, vale destacar a presença de alas com adornos (sobretudo bexigas), alguns componentes coreografados e a movimentação dos braços nos versos do refrão do meio.

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Logo no começo do desfile, enquanto a bateria entrava no recuo, a ala das ciganas (que vinha logo à frente), segui evoluindo. Pior: a ala que vinha logo depois demorou para ocupar o espaço na passarela – Renata Spallicci, rainha de bateria da agremiação, tentou conter o clarão, mas não foi suficiente. Tal ponto, certamente, será observado pelos profissionais do Águia já para o próximo ensaio técnico.

Samba

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Como dito anteriormente, a obra é uma das mais criticadas pelo universo do samba paulistano – e isso em nada prejudica a agremiação, que segue cantando fortemente a canção. Vale destacar, entretanto, a já famosa bossa em ritmo de Baião realizada pela Batucada da Pompeia, comandada por mestre Juca.

Ele, por sinal, enxergou muitas qualidades no ensaio: “O andamento veio no mesmo beat desde o começo até o final, e fizemos aquilo que nos propomos a fazer. É lógico que algumas coisas que têm que acertar, mas tem mais um ensaio aqui ainda. Foi muito válido, foi muito bom”, disse.

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Jacqueline, entretanto, fez uma autocrítica forte: “Nunca está bom! Tem que melhorar sempre e tem que buscar sempre o melhor pelo nosso pavilhão, pela nossa estrela maior”, derreteu-se.

Ela não foi a única a fazer uma autocrítica: “Sempre tem alguma coisa para melhorar com relação a ataque de tamborim e chocalhos, por exemplo. Temos que fazer algumas paradas para não deixar nada sobrando, é só limpar o que foi proposto para outros ensaios. Tem muitas pessoas novas na bateria que subiram da escolinha, então é natural o nervosismo da primeira vez. O restante nós temos que manter”, pontuou.

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Já Serginho do Porto preferiu exaltar a obra: “O desempenho foi maravilhoso. É um samba leve, fácil de ser cantado. Isso ajudou bastante a harmonia, a bateria e o ritmo da escola. graças a Deus está muito bom. Falta pouco, temos mais ensaios aqui. É como diz o samba: ‘Em minha vida, olha aí o desengano. Só peço a Deus que me faça chorar’. Está muito bom, tudo que nós queríamos e estamos fazendo na quadra refletiu aqui nesse ensaio. Sabemos que é o primeiro, ainda tem mais um e depois tem um oficial, mas foi maravilhoso. Tudo o que queríamos, tudo o que imaginamos, tudo o que pensávamos, nós fizemos aqui ao comando do nosso querido Pelé”, animou-se, citando o diretor musical da azul e branca.

Outros destaques

Reinando à frente da bateria, Renata Spillaci, nova rainha de bateria da agremiação, estava extremamente sorridente e buscava sempre interagir com a arquibancada, tentando trazer mais vozes para o coro do Águia.

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