A Unidos de Bangu gravou oficialmente o samba-enredo para o álbum da Liga-RJ, no estúdio, em Marechal Hermes. Com o enredo “Maraka’Anandê – Resistência ancestral”, desenvolvido pelos artistas Raphael Torres e Alexandre Rangel, sobre a história e a resistência da Universidade Indígena Aldeia Maracanã, a equipe de reportagem do CARNAVALESCO esteve presente na gravação.
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Igor Vianna encabeça o carro de som da escola pelo segundo ano consecutivo. Ele revelou qual é o sentimento de gravar o samba-enredo, devido a sua história com a vermelho e branco.
“Cada ano são novas emoções e grandes expectativos. É uma felicidade imensa estar representando o pavilhão mais antigo da Zona Oeste. A Unidos de Bangu possui um lugar cativo no meu coração, pois ajudei a compor o samba de quando a escola voltou a desfilar em 2013. E depois realizei uma breve passada para voltar em 2020, mas fui passear e voltei, de novo, em 2024 para me manter no próximo ano”.
O enredo exalta a cultura e a luta da Aldeia Maracanã em um cenário urbano. Desse modo, Leandro Augusto, presidente da Unidos de Bangu, compareceu ao estúdio e falou sobre a importância de levar essa narrativa para a Avenida.
“É um enredo que precisava ser feito. É a primeira aldeia urbana do Rio de Janeiro e sofre uma covardia com o poder público. A Bangu está brigando pelo povo indígena e pela cultura do nosso país. Eu estou apaixonado pelo samba-enredo”.
Reforço da luta pelo território
O mestre de bateria, Laion, comanda a “Caldeirão da Zona Oeste” pela terceira vez consecutiva. No carnaval passado, ele gabaritou o quesito, para manter a continuidade no trabalho, Laion comentou como foi a gravação.
“É uma sensação imemorável e de muita felicidade. É uma temática que já trabalhei, ou seja, o tema indígena. A Bangu, neste carnaval, vem em defesa dos povos originários em sentirem ameaçados, principalmente, com a questão da perda do lar. O nosso samba vem reforçando isso. Eu me sinto muito orgulhoso, pois acredito que a comunidade irá gostar”.
O samba-enredo é composto por Junior Fionda, Romeu d’Malandro, Jonas Marques, Junior Falcão, Fábio Bueno, Juca, JV Albuquerque, Gulle, Edu Casa Leme, Jorginho Via 13 e Marcelinho Santos. A letra pontua a luta da Aldeia pelo direito à terra e ao não despejo das forças públicas. Desse modo, Laion nos conta qual foi a construção da melodia para acompanhar a parte lírica.
“Não utilizamos nenhum instrumento específico na gravação, mas na Avenida teremos. A parte da bossa, musicalmente falando, joga em uma temática indígena”, contou Laion.
Em 2025, a Unidos de Bangu irá se apresentar no sábado de Carnaval, segundo dia de desfiles da Série Ouro, sendo a quarta escola a cruzar a Marquês de Sapucaí.