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Disciplinada, Grande Rio faz último ensaio de rua do ano perfeita na parte técnica e sobrando na garra dos componentes

Apenas a comissão de frente não participou deste último teste em 2023

A Grande Rio deu um até logo aos ensaios na Avenida Brigadeiro Lima e Silva, a agremiação fará uma pausa para o Natal e Ano Novo nas próximas duas semanas. E fechou com chave de ouro este ciclo, tendo muita correção e eficiência em todos os seus quesitos, disciplinada, organizada mas com a garra do componente para evoluir e cantar bastante o samba de 2024. Apenas a comissão de frente não participou deste último teste em 2023. Evandro Malandro e mestre Fafá mostraram o entrosamento de sempre, e o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Daniel Werneck e Taciana Couto foram muito bem mais uma vez, tendo eficiência nos movimentos e mostrando um algo a mais nas coreografias. Agora o desafio para janeiro é manter o foco e não deixar o nível cair, voltar com o astral e a técnica lá em cima para se preparar para o ensaio técnico na Sapucaí que para a Tricolor de Caxias acontece em 28 de janeiro.

O diretor de carnaval Thiago Monteiro, ao fim do ensaio, avaliou junto a reportagem do CARNAVALESCO como foi o rendimento desta finalização de um primeiro ciclo de preparação para o carnaval 2024.

“A minha avaliação é muito positiva. Esse foi o último ensaio de rua do ano e a gente completa esse ciclo de 2023 de forma muito feliz. Acho que a escola está cantando, está atingindo um nível de canto muito bom. Lógico, é cada vez mais dentro desse nosso processo de sempre, sempre exigindo cada vez mais. Hoje, seguramente, é o ensaio que nós tivemos a comunidade mais presente, mais cheio. E isso é normal, agora em janeiro, além de ter uma escola lotada, a gente vai ter o povo de Caxias ainda mais cheio, embora hoje a presença já tenha sido muito boa”, avalia Thiago.

O diretor de carnaval da Grande Rio também revelou que a escola busca usar os ensaios na Avenida Brigadeiro Lima e Silva, no centro de Duque de Caxias, para testar diversas situações que possam acontecer no desfile oficial na Sapucaí.

“Hoje nós temos umas questões técnicas que a gente ensaia na Brigadeiro e tem conseguido ensaiar isso. A gente tem feito algumas simulações, e até são coisas internas, as pessoas nem percebem, e simulados algumas coisas para que na hora do desfile se precisar, a gente possa lançar mão de uma coisa ou outra. Treino é treino , jogo é jogo, mas a gente tem que tentar no máximo reproduzir o que pode vir acontecer conosco na hora do jogo. Saio muito satisfeito e feliz, parabéns para a comunidade, parabéns para os segmentos, vamos entrar agora em 2024, que é tão curto esse início de ano, mas botando essa onça para rugir forte”, projeta o profissional.

Em 2024, a tricolor de Caxias levará para a Marquês de Sapucaí o enredo “Nosso destino é ser onça”, dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora, e será a quarta escola a desfilar no domingo de carnaval.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Com o desafio de abrir o desfile já que neste treino não havia comissão de frente, Daniel Werneck e Taciana Couto apresentaram uma coreografia, como característica do casal, mesclando passos mais clássicos do quesito, mas investindo também em movimentos mais coreografados, pontuando bastante o samba. E esses movimentos deram todo um charme e um destaque para a dança, como por exemplo no trecho do samba ” Kiô! Kiô, Kiô, Kiô, Kiera” em que apontavam os braços e os movimentavam como flechas, apontando um para o outro. Vestidos de branco, logo na cabeça do samba, no ” trovejou” , erguiam um braço para o alto e iniciavam movimentos mais intensos. Na segunda vez do refrão do meio, no ” É preta, parda, é pintada feita a mão…” a dupla fazia um movimento muito de muita beleza com os braços e o tronco indo e voltando, na métrica do samba, bem sincronizado, que produziam um belíssimo efeito. Apresentação sem defeitos.

Harmonia

O canto da escola tem sido um destaque e mesmo que muitas vezes o samba seja avaliado ou taxado como uma obra com palavras difíceis, encontros de fonemas que possam dificultar a desenvoltura no canto, a comunidade esteve bem à vontade com a letra e com a melodia da obra, se mostrando bem treinada com as partes que podem dificultar um pouco mais como a entrada da segunda do samba. E importante, o público que acompanhava o ensaio também cantou junto, inclusive as partes consideradas mais “trava-linguas”. Membros da direção de harmonia da escola, que também é formada por Cacá Santos e Andrezinho, Clayton Bola e Jefferson Guimarães falaram sobre o trabalho realizado pela escola para ter êxito no canto da comunidade, com ou sem palavras difíceis.

“O nosso trabalho na quadra tem sido muito intenso para que o canto possa chegar forte na rua, o chão da Grande Rio é tão forte que não tem samba que eles falaram que seria um trava língua. E o chão da Grande Rio está provando que não tem trava língua, a comunidade caiu pra dentro, e cada treino está sendo melhor que o anterior”, acredita Clayton.

“Muitas escolas já vieram com sambas até mais difíceis que o nosso. Na verdade, a gente tem mostrado que não existia dificuldade com o samba, era uma questão de treinamento, ensaio exaustivo e o resultado é esse aí que a gente está vendo no ensaio de rua. Tem coisa para melhorar? Sempre tem. Todo o ensaio é diferente porque a gente sempre tenta melhorar uma coisinha ou outra, para a gente tentar chegar no dia 100%”, entende Jefferson.

Evolução

A escola terminou o seu desfile pela Avenida Brigadeiro Lima e Silva com cerca de pouco mais de 1h10, fruto de uma evolução bem cadenciada, dando oportunidade do componente brincar bastante o samba, no ritmo também de como o departamento musical tem planejado o samba para escola. Mas também com muita garra, e principalmente nas primeiras alas apostando em alguns movimentos coreográficos, algumas alas em si mais voltadas para esse aspecto no seu desfile predominante, e outras mais restritas a alguns pequenos trechos do samba. Pode-se ver no ensaio muita gente carregando algum apetrecho, desde bolas, bastões iluminados ou bastões enfeitados na temática do Natal. Evolução próximo da perfeição, sem buracos ou alas se embolando.

Samba-enredo

A obra escolhida para 2024 da Grande Rio tem características bastante peculiares e se molda ao que Evandro Malandro e Fafá, responsáveis pelo departamento musical da escola, têm pensado para a agremiação em termos de samba e que tem sido chancelado pela diretoria da Grande Rio. Além disso, a obra se apoia muito no enredo, e apresenta muito da encantaria e do misticismo. O andamento também se molda às características da bateria da Grande Rio, e, como tem sido em outras apresentações, neste treino, o samba valorizou muito o trabalho das cordas e permitiu que a parte harmônica dos instrumentos como violão de sete e cavaquinho casasse inclusive com as bossas de Fafá. No trecho ” Sussuarana no sertão que vem e vai” era possível ouvir clareamento e de forma limpa o grave do violão de sete cordas se relacionando com o ritmo mais puxado para uma batida de baião da bateria. Se o samba com suas características mais melódicas será bem visto pelos jurados, apenas na apuração na quarta-feira de cinzas vai se descobrir, mas o que não se pode negar é o ótimo trabalho musical que a escola, principalmente nas figuras de Fafá e Evandro, tem feito com a obra.

Outros destaques

Antes do ensaio, a emissora detentora dos direitos de transmissão dos desfiles da Liesa fez uma ação e gravou alguns vídeos. O processo contou com a participação de Milton Cunha que foi bastante tietado pelo público que compareceu ao ensaio. Antes do treino começar, o presidente Milton Perácio desejou feliz natal e agradeceu a comunidade pela dedicação neste final de ano e único de preparação para o carnaval de 2024. Emocionado, o mandatário convocou de forma bastante inflamada o componente não só no ensaio de hoje a mostrar sua garra, mas para a reta final de preparação a partir de janeiro. Algumas beldades chamaram a atenção do público, como a musa da escola Mulher Melão que vinha logo no início e a musa Luciene Santinha, a frente dos passistas que deram um show de samba no pé. No final, uma grande ala de crianças mexia muito com o público pela fofura e vontade com que cantavam o samba. Assim como foi bonito ver a ala de casais mirins defendendo o pavilhão.

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