A primeira noite de desfiles do Grupo Especial foi marcada por falhas das escolas, inclusive da Grande Rio, que desfilou defendendo pela primeira vez um título do principal grupo do carnaval carioca. A Tricolor de Caxias fez um desfile com alto rendimento estético mas teve problemas de iluminação das alegorias e de evolução. Já a Mangueira se colocou como grande desfile da noite pelo avassalador rendimento do samba, realizando o tão esperado reencontro entre a Verde e Rosa e a Bahia, ainda que tenha pecado justamente na parte plástica.

O Salgueiro também apresentou nível alto em conjunto estético mas errou muito em evolução devido ao gigantismo das alegorias. Já Mocidade e Tijuca preocupam por apresentarem problemas sérios em evolução e na plástica. O Império Serrano retornou ao Grupo Especial em seu melhor desfile neste século, se colocando firme para permanecer na elite do carnaval carioca. Veja como foram os desfiles.

Império Serrano

Coube ao Império Serrano a missão de dar o pontapé inicial aos desfiles do Grupo Especial na Marquês de Sapucaí em 2023. Atual campeão da Série Ouro, o Reizinho de Madureira mostrou credenciais que fazem com que o torcedor sonhe com a permanência na elite do carnaval carioca. Com um conjunto visual imponente, o Menino de 47 pisou na avenida disposto a realizar seu maior carnaval neste século, ao final do desfile a sensação é de que a escola cumpriu o objetivo. Como esperado, o enredo em homenagem a Arlindo Cruz emocionou não só os imperianos, mas também a grande maioria do público presente na avenida. A presença do homenageado no último carro coroou a bela exibição da escola. LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA DO DESFILE // VEJA AQUI FOTOS DO DESFILE

Grande Rio

Pela primeira vez na história a Grande Rio entrou na Sapucaí para defender um título. Mais uma vez a plástica da dupla Leonardo Bora e Gabriel Haddad impressionou com acabamentos primorosos e soluções fora do lugar comum, além da fácil leitura. Porém, a escola teve muitas falhas em evolução, abriu buracos, além de problemas com a iluminação do segundo carro e do segundo tripé. O samba, em noite inspirada do intérprete Evandro Malandro, foi um ponto alto da noite com bom canto da comunidade e do público. Com o enredo “ Ô Zeca, o pagode onde é que é? Andei descalço, carroça e trem, procurando por Xerém, para te ver, para te abraçar, para beber e batucar!”, a Grande Rio foi a segunda agremiação a desfilar na primeira noite do Grupo Especial, encerrando seu desfile com 1h09. LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA DO DESFILE // VEJA AQUI FOTOS DO DESFILE

Mocidade

Terceira agremiação a cruzar o Sambódromo no primeiro dia de desfiles do Grupo Especial, a Mocidade Independente de Padre Miguel realizou uma apresentação irregular. Enquanto o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diogo Jesus e Bruna Santos, e o intérprete Nino do Milênio sobressaíram positivamente; a evolução problemática e a falta de acabamento nas alegorias prejudicaram o desempenho da verde e branco de Padre Miguel, que encerrou sua passagem com 68 minutos. LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA DO DESFILE // VEJA AQUI FOTOS DO DESFILE

Unidos da Tijuca

Quarta escola a entrar na avenida na primeira noite de desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro, a Unidos da Tijuca apresentou o enredo “É onda que vai, é onda que vem… Serei a Baía de Todos os Santos a se mirar no samba da minha terra”, desenvolvido pelo carnavalesco Jack Vasconcelos. Em 1 hora e 10 minutos, o desfile da escola do Borel foi prejudicado pelos erros apresentados em evolução e os problemas de acabamento nas alegorias. A exuberante Comissão de Frente de Sérgio Lobato e a bateria “Pura Cadência” de Mestre Casagrande foram os destaques da escola. O valente desempenho do carro de som da escola, apesar dos problemas no som da pista, foi notório e o enredo da Amarela e Azul teve fácil leitura. LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA DO DESFILE // VEJA AQUI FOTOS DO DESFILE

Salgueiro

Na estreia do carnavalesco Edson Pereira, a Academia do Samba trouxe carros enormes, com ótimo apuro visual, fantasias com a mesma excelência estética e com grande acabamento e volume, mas o gigantismo das alegorias causando problemas de evolução como a constituição de clarões na pista e uma escola por muito tempo parada. A comissão de frente coreografada por Patrick Carvalho foi um ponto alto da noite, assim como o casal de mestre-sala e porta-bandeira Sidclei Santos e Marcella Alves. A leitura do enredo nas fantasias e alegorias e seu desenvolvimento lógico gerou dificuldades para o público. Quinta escola da primeira noite do Grupo Especial, o Salgueiro apresentou o enredo” Delírios de um paraíso vermelho”, encerrando seus desfile com 1 hora e 10 minutos. LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA DO DESFILE // VEJA AQUI FOTOS DO DESFILE

Mangueira

Desde que os primeiros versos do samba-enredo da Estação Primeira de Mangueira ecoaram na Marquês de Sapucaí, sem nem mesmo a escola ter saído da armação, se tornou nítida a força da obra. Nas arquibancadas e frisas, o público presente no Sambódromo cantava junto do carro de som a composição escrita por Lequinho, Junior Fionda, Gabriel Machado, Guilherme Sá e Paulinho Bandolim. Era um início de um desfile arrebatador. Com o enredo “As Áfricas Que a Bahia Canta”, a verde e rosa fez uma apresentação sem grandes erros, baseada também no desempenho inspirado da bateria e na harmonia impecável, despontando na briga pelas primeiras posições. A escola foi a última agremiação do primeiro dia do Grupo Especial e deixou a pista de desfiles já com dia claro, aos 70 minutos. LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA DO DESFILE // VEJA AQUI FOTOS DO DESFILE