O presidente da Liga das Escolas de Samba de São Paulo, Sidnei Carrioulo, assumiu o comando no ano de 2020, após o ex-presidente Sérgio Ferreira deixar o cargo. O mandatário que também comanda a escola de samba Águia de Ouro, já teve a oportunidade de presidir a entidade superior do carnaval paulistano em outras oportunidades. Presente na festa de lançamento do CD do carnaval 2023, ele conversou com o CARNAVALESCO e fez um balanço geral de sua atual gestão até o momento. Recentemente, a Liga mudou a sua sede. Anteriormente localizada em um prédio próximo ao Centro de São Paulo, agora está dentro da Fábrica do Samba. O presidente falou sobre a mudança.
“É para o melhor convívio entre as escolas de samba. Isso é importante. Agora podemos resolver um assunto em 10 minutos, sem precisar se deslocar. É uma coisa de praticidade. Por enquanto ainda não temos destino para a outra sede. É própria, patrimônio da Liga e não pretende se desfazer”, disse.
O presidente Sidnei aproveitou para falar do seu mandato. Abordou questões como pandemia e contrato na TV.
“Eu sou um cara bem perfeccionista. Pra mim nunca está bom. Até acho que algumas coisas a gente pode levar em consideração. Primeiro que eu peguei a pandemia. Uma situação delicada em que as escolas não podiam abrir. De uma forma ou de outra nós fizemos com que as escolas tivessem suporte financeiro. O carnaval não aconteceu, mas se conseguiu o mínimo para que as escolas tivessem condições de se manterem abertas. Segundo, quando teve a situação do carnaval São Paulo e Rio de Janeiro, eu fui bem incisivo defendendo o carnaval paulistano e não estava defendendo meia dúzia de gato pingado que desfila lá e cá. Eu sou paulistano e se tiver que cortar 10% para beneficiar 90%, não tenha a menor dúvida que eu não vou pensar duas vezes. Tive sim peito para adiar o carnaval porque não tinha condições de ter. Depois a gente se indispôs com a Globo para não se curvar ao que eles queriam, que era desfilar de quarta para quinta e da quinta para sexta, que era dia de trabalho. Conseguimos inaugurar o resto da Fábrica, trazer a administração pra cá e dividir a Liga. Os presidentes hoje participam de vários setores. Hoje se tiver que parabenizar alguém é o Paulo Serdan, porque foi ele que administrou”, declarou.
O mandatário revelou que o carnaval de 2023 será o último dele na presidência. “Que fique bem claro o seguinte, quando eu entrei foi para colocar algumas situações e ter um tipo de administração. Valorizar a velha-guarda, melhorar serviço de Anhembi e fora outras coisas que não deu pra fazer ainda, mas eu tenho esse carnaval. Eu mudei o estatuto da Liga. Hoje o presidente da Liga são dois anos com direito a reeleição a uma vez só. E fique bem claro que eu não vou me reeleger. Só vou fazer mais esse carnaval, porque a Liga está ficando madura o suficiente para ter uma administração um pouco diferenciada de tudo o que aconteceu. Eu sei que todo mundo tem a sua opinião. Eu tenho a minha e coloquei em prática”, contou.
Sidnei também disse das possíveis relações com o novo ciclo de Governo Estadual. “Eu posso dizer que o carnaval é uma realidade. Pode acontecer de ser radical e cortar verba pública, só que o dinheiro que se coloca não é doação, é investimento. Faz crescer o mercado. A gente retorna 10 vezes mais o preço, entretenimento para a população, é algo cultural”, comentou.
Sobre mudanças de critérios e regulamento a resposta foi breve. “Os critérios praticamente são os mesmos. A única coisa que vai mudar é que vai ter um pé de igualdade muito grande. As 14 escolas vão estar muito bem estruturadas para apresentar um grande espetáculo. Quem ganha com isso é o sambista”, disse.
Também foi abordado brevemente possíveis mudanças no Anhembi. “Agora vai ter uma reforma que não vai atingir muito a gente, mas futuramente vão ter várias mudanças que nós estamos conversando muito para ver se causa o menor prejuízo possível para o nosso desfile”, encerrou.