O Salgueiro consagrou a parceria de Moisés Santiago, Líbero, Serginho do Porto, Celino Dias, Aldir Senna, Orlando Ambrósio, Gilmar L Silva e Marquinho Bombeiro como o samba-enredo para o Carnaval 2023. Moisés Santiago assinou a obra de 2009, o “Tambor, último título salgueirense. A final começou na noite de terça-feira e acabou depois das 5h30 desta quarta-feira. A quadra, como sempre, ficou lotada. Em 2023, o Salgueiro vai levar para a Sapucaí o enredo “Delírios de um paraíso vermelho”, desenvolvido pelo estreante na Academia, o carnavalesco Edson Pereira, que busca realizar uma valorização da liberdade de expressão mostrando que o paraíso cada um é que constrói o seu. * OUÇA AQUI O SAMBA-ENREDO CAMPEÃO

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Moisés Santiago é um dos autores do samba de 2009 que deu o último título para o Salgueiro. Foto: Magaiver Fernandes/Site CARNAVALESCO

“Essa vitória é muito significante, vencer no Salgueiro é o sonho de ser campeão. Assim como o Salgueiro foi campeão em 2009 e o samba era de minha autoria, agora voltamos a vencer e eu estou muito emocionado, fica até difícil falar. Essa é a quarta vitória aqui, mas o gostinho é muito especial, é como se fosse a primeira, eu precisava disso”, disse o compositor Moisés Santiago.

“A vitória ainda não caiu na minha cabeça, eu estou pulando, chorando, mas ainda não sei a dimensão dela. Nssa parceria é todo mundo de samba há muitos e muitos anos, o Salgueiro está entre as quatro escolas que são a matriz do carnaval. Você ganhar numa escola que é a matriz é diferente, eu já venci em outras, mas aqui é outra energia. No Salgueiro é a primeira vez que escrevo e ganho, sou muito amigo do Serginho do Porto, do Moisés, já venci em outros lugares”, afirmou o compositor Aldir Senna.

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Compositor campeão Aldir Senna. Foto: Magaiver Fernandes/Site CARNAVALESCO

“É uma alegria muito grande, foram muitos dias de concurso, de apreensão, chegar nesse momento é muito bom, é hora de externar toda essa emoção, é muita felicidade. Essa é minha primeira vitória no Salgueiro, eu sou oriundo da Unidos da Tijuca, já participei de quatro finais aqui e essa é a primeira vez que ganho, na Tijuca eu sou pentacampeão, mas essa vitória aqui é muito especial. Dizem que paixão é uma vez só, mas eu posso dizer que me apaixonei primeiro pela Tijuca e depois pelo Salgueiro, completou o compositor Gilmar L Silva.

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Compositor campeão Gilmar L Silva. Foto: Magaiver Fernandes/Site CARNAVALESCO

“A vitória representa tudo. Depois de tantos anos, estou voltando a ganhar um samba no Salgueiro. A parte fundamental da letra para termos vencido foi o refrão: ‘Vermelha paixão salgueirense, que invade a alma, tá no sangue da gente’. Essa vitória é tudo pra mim”, garantiu o compositor e intéprete Serginho do Porto.

Em entrevista ao CARNAVALESCO, o presidente salgueirense, André Vaz, falou da missão no segundo mandato na Academia. “O tamanho da missão é o mesmo do primeiro mandato, colocar a escola em dia, essa sempre foi a nossa tese, a nossa partida, colocar a escola sempre brigando pelo campeonato. A gente investiu em profissionais para que juntos dos que estavam aqui levar o nome do Salgueiro o mais alto possível, tanto no desfile, quanto na administração”.

O dirigente também fez promessa sobre o desfile de 2023. “Com certeza será um desfile grandioso. O projeto é muito grande, as fantasias estão lindas, luxuosas, os carros também grandes para que a gente possa levar para a avenida uma emoção, uma empolgação. O Salgueiro é uma atração que todos esperam e nós não podemos decepcionar esse público, tanto a torcida do Salgueiro quanto o público em geral do carnaval”.

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Presidente André Vaz. Foto: Magaiver Fernandes/Site CARNAVALESCO

André Vaz também falou sobre o processo de escolha do samba-enredo e a pressão pela conquista do décimo título do Salgueiro. “Não existe pressão, existe a vontade de vencer, a saudade de vencer existe. O carnaval é muito disputado, o sarrafo está lá em cima, tem que inovar, investir, porque são detalhes. Uma escola campeã começa a se formar com as contas em dia, com pagamentos em dia, com fornecedores em dia, a partir consegue formar um grupo sólido, o título vai vir, consequentemente com esse trabalho ele virá. A disputa de samba-enredo no Salgueiro a gente tenta ser a mais parcial possível, bota a comunidade pra votar, temos uma equipe que vota, escutamos as pessoas. Fazemos uma análise de cada samba”.

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Carnavalesco Edson Pereira. Foto: Luan Costa/Site CARNAVALESCO

Responsável pelo desfile do Salgueiro no Carnaval 2023, o carnavalesco Edson Pereira mostrou entusiasmo com o projeto da escola para o desfile do ano que vem. “Eu acho que para qualquer carnavalesco, qualquer artista do carnaval e do mundo do samba é muito importante alcançar, chegar numa escola como o Salgueiro. Numa proporção astronômica, para mim hoje é a realização de um sonho. O salgueirense pode esperar muito mais no conjunto das alegorias, porque chego com essa proposta. Já é uma proposta que faz parte do meu currículo. O Salgueiro é grandioso também, vamos somar o grande ao maior. E vai dar tudo certo, pois vai ser um grande carnaval e inesquecível para o Salgueiro e para mim também”.

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Show do Salgueiro na final de samba. Foto: Magaiver Fernandes/Site CARNAVALESCO

O artista explicou o enredo salgueirense para 2023. “O enredo fala muito do que hoje é a nossa realidade de vida. A gente fala sobre o preconceito, sobre o que é o pensamento do certo e do errado. Acho que não existe certo ou errado, mas que existe respeito. O enredo fala muito sobre isso e pregando as possibilidades que nosso grande mestre João 30 já nos dizia, que era ter a liberdade de nos expressar. Acredito que é isso que a gente tem que olhar mais, para que assim possa entender mais o enredo do Salgueiro. O presidente tem o entendimento do que é o Salgueiro quanto potência no carnaval. O que eu faço nesse momento é somar com esse projeto grandioso que o Salgueiro vai apresentar no carnaval 2023. Estamos trabalhando com muita força e vontade. Acho que era a única pitadinha de tempero que faltava para o Salgueiro se mostrar cada vez maior”.

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Carlinhos durante o show do Salgueiro. Foto: Magaiver Fernandes/Site CARNAVALESCO

Recém-chegado na Academia do Samba, o diretor musical Alemão do Cavaco contou como foi o processo de escolha do samba, inclusive, com a tradição audição com a comunidade salgueirense.

“A gente fez uma audição com os três finalistas, dando o mesmo padrão com o Emerson Dias e com o carro de som, para mostrar que não tem privilégio para ninguém. Foi para sentir como ficaria o campeão na voz do nosso cantor. É muito importante para comunidade já ouvir com o carro de som, com a assinatura da escola. Fiquei 14 anos numa outra escola (Mangueira), é claro que é um trabalho muito no início, nosso trabalho começa de fato agora, a partir da escolha, eu fiz uma leitura dos timbres, de colocação de vozes, uma adaptação pra shows, alguns arranjos pra show e gravação oficial dos três sambas finalistas ficou sob minha regência. Eu amplifiquei a bateria do Salgueiro, a quadra é muito grande, fizemos essa mudança para ter essa pressão de palco e todo mundo escutar, agora o nosso trabalho começa de fato focado na avenida. O principal é ter uma melodia de identidade, o samba é música, se fosse outra coisa a gente fazia uma redação, quando tem o DNA da escola, a pegada da escola, bateria, carro de som eu acho que isso favorece a escolha de samba”.

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Alemão do Cavaco, diretor musical do Salgueiro. Foto: Luan Costa/Site CARNAVALESCO

O novo comandante da harmonia do Salgueiro é Fagney Lins. Ele conversou com o site CARNAVALESCO sobre o trabalho que pretende desenvolver para o desfile do ano que vem. “Os aprendizados que tive ao longo desses anos com o mestre Jô dá uma facilidade e tranquilidade de exercer o trabalho com perfeição. É uma escola muito boa de harmonia, onde pude aprender melhor a essência de ser um verdadeiro diretor de harmonia. Eu estou muito tranquilo com isso. A comunidade é muito preparada. Qualquer samba que eu colocar pra ela, ela canta, empolga e evolui muito bem. É adaptar a comunidade com as ideias do nosso carnavalesco. Tenho certeza que vai ser um carnaval maravilhoso. O entrosamento entre eu e o Alemão do Cavaco está muito bom. Ele é um profissional incrível e muito bem gabaritado. Tudo que vem pra somar e ajudar vale muito a pena. A gente se dá bem, nos falamos pelo olhar”.

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Fagney Lins, diretor de harmonia do Salgueiro. Foto: Ingrid Marins/Site CARNAVALESCO

Quem também chegou esse ano na Academia foi o diretor de carnaval, Julinho Fonsca. Ele contou o que representa estar no Salgueiro. “Representa muito fazer parte dessa família, uma escola maravilhosa, eu já fui do Salgueiro, fiquei muitos anos como ritmista e agora volto como diretor de carnaval, pra mim está sendo maravilhoso, um mega desafio na minha vida”.

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Julinho Fonseca, diretor de carnaval do Salgueiro. Foto: Magaiver Fernandes/Site CARNAVALESCO

O diretor contou como está o trabalho no barracão e revelou mudanças. “O barracão desde que nós chegamos passou por uma mudança radical, em nível de estrutura, de organização. Ele já era organizado, mas estamos colocando a nossa cara, a minha, a do Edson Pereira, estamos vindo com um carnaval muito diferente, um carnaval que o salgueirense nunca viu. Muito dinâmico e muito grande, podem esperar um mega Salgueiro na avenida, se Deus quiser. Acabamos nossos protótipos na semana retrasada, já estamos na reprodução das fantasias, estão maravilhosas, super arquitetadas pelo Edson. Os carros já estão se encaminhando, nosso cronograma está todo certinho. Dia 20 de outubro voltam nossos ensaios de quinta e no dia 10 de novembro já começam os ensaios de rua. O primordial é o canto da escola, vamos trabalhar muita coisa que aconteceu ao longo dos anos. Vamos procurar os erros e acertos, tanto em evolução quanto em harmonia, que é tudo que o jurado pede hoje. Vão ser entre 2.600 e 2.700 componentes, vamos trabalhar pesado”.

Desde 2014 juntos dançando na Academia do Samba, o casal de mestre-sala e porta-bandeira Sidclei Santos e Marcella Alves, já estão se preparando visando o próximo ano. Sidclei conta que a dupla trabalha em cima das justificativas dos jurados.

“A gente procura observar as justificativas dos jurados, não só as nossas, mas de todos os casais para que a gente possa ter uma base. Até para a gente saber o que eles entenderam da dança, a gente tem que avaliar a justificativa do julgador e a análise dele final. Eu e a Marcella, minha porta-bandeira, já fizemos essa reunião alguns meses atrás, para elaborar o trabalho para o carnaval 2023”.

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Primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira do Salgueiro. Foto: Magaiver Fernandes/Site CARNAVALESCO

Marcella explicou também que a dupla procura não ficar muito tempo sem dançar e realizar uma rotina de treinamento. “Na verdade, a gente não para 100%. A gente separa treinamento. E precisa coloca esse treinamento em ciclos para o corpo poder responder da forma que a gente deseja. De fato, a gente vem tendo acompanhamento desde que acabou o carnaval. Tivemos apenas um mês de férias e depois voltou o acompanhamento, tanto do personal, quanto da coreografa, a nossa nutrição, equilibrando para a gente vir no sapatinho e agora com o samba cair em cima. A gente já começou um ritmo mais intenso há um mês e meio, dois meses dos nossos ensaios particulares”.

Sobre a fantasia que foi projetada pelo estreante na Academia do Samba, o carnavalesco Edson Pereira, a dupla já teve contato e ficou apaixonada pela roupa.

“Aqui no Salgueiro a gente sempre tem uma liberdade, o presidente nos dá essa liberdade para que a gente em conjunto com o carnavalesco possa elaborar a fantasia. A fantasia está linda. Eu acho que o Edson acertou também nos carros, estou muito feliz com a minha fantasia e tenho certeza que será uma fantasia apta para a gente evoluir”, conta Sidclei.

“Já vi o desenho, estou apaixonada, o Edson e a equipe mandaram muito bem. É uma fantasia legítima de Salgueiro, nem melhor , nem pior, apenas diferente. E respeitando a tradicionalidade do quesito”, revela Marcella.

Festa salgueirense

Se o Salgueiro já é conhecido pelos sábados especiais na Rua Silva de Teles com grandes apresentações de seus segmentos, em uma final de samba-enredo não poderia deixar por menos. O que se pode dizer? Foi um grande espetáculo. Passeando pelos grandes sambas antológicos. Com a apresentação da velha-guarda, baianas, e, principalmente, os passistas comandados por Carlinhos, que fizeram grandes performances, cada uma muito bem pensada e elaborada para cada temática do samba.

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Carlinhos e André Vaz. Foto: Magaiver Fernandes/Site CARNAVALESCO

A elegância dos casais de porta-bandeira da Academia também chamou a atenção. Outro destaque ficou para a rainha das rainhas e nova mamãe. Viviane Arauújo mostrou que continua com muito carisma e samba no pé, sem abandonar o talento ao tocar tamborim.

Outro destaque ficou para o carro de som do Salgueiro comandado por Emerson Dias, e dirigido musicalmente por Alemão do Cavaco. Muito bem afinado, e entrosado com a Furiosa comandada pelos mestres Guilherme e Gustavo. Uma grande noite de alegria e festa em uma quadra do Salgueiro abarrotada de gente como nós velhos tempos.

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Salgueiro caprichou no show da final. Foto: Magaiver Fernandes/Site CARNAVALESCO

O momento mais emocionante da noite foi a homenagem do Salgueiro para o intérprete Quinho, que esteve novamente na quadra, ainda no processo de recuperação da saúde. Ele cantou com Emerson Dias, foi ovacionado pelos presentes que gritaram o nome do cantor.

“Eu estou me sentindo maravilhosamente bem, hoje voltando a adentrar na quadra do Acadêmicos do Salgueiro, minha escola que eu amo de paixão, revendo pessoas que eu amo, pessoas que ao longo da minha vida sempre estiverem torcendo por mim, e continuam torcendo. Tenho que estar muito feliz”, disse Quinho ao CARNAVALESCO.

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Emerson e Quinho na final do Salgueiro. Foto: Magaiver Fernandes/Site CARNAVALESCO

Voo solo de Emerson Dias na escola do coração

Agora, Emerson Dias comandará sozinho o carro de som do Salgueiro. Salgueirense de coração, o cantor falou sobre o momento que vive na escola. “É uma honra. Um sonho realizado meu e da minha família. Hoje estar aqui na frente da Academia do Samba, é uma consagração e responsabilidade. O Quinho é minha inspiração. Foi daí que veio minha identidade de cantar, transmitir alegria e passar isso através do meu canto. Tem um ditado que fala que ninguém é substituível, eu sou fã desse ditado. Ninguém substitui o Ayrton Senna, o Leonardo da Vinci, o Einstein. O Quinho também será insubstituível, ele é do Salgueiro para sempre. Meu grande desafio é conseguir criar essa mesma identificação de voz que ele teve com o Salgueiro. Estou indo para o meu quinto ano aqui dentro e agora vou caminhando sozinho”.

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Intérprete Emerson Dias. Foto: Magaiver Fernandes/Site CARNAVALESCO

O intérprete também comentou sobre a ideia de fazer algo para lembrar de Quinho durante o desfile e a gravação do samba no álbum oficial da Liesa. “Com certeza, vou homenageá-lo. O presidente André já estipulou que o nome do carro de som é Quinho do Salgueiro. Sempre faço o grito de guerra dele, o “arrepia, pimba, pimba”. O Quinho é uma marca do Salgueiro hoje, e eu não tenho o porquê de querer apagar essa história. Muito pelo contrário, para mim ele tem a história dele, já está no hall da eternidade e se eu conseguir chegar 5% de onde ele chegou, fico feliz para caramba”.

Irmãos dominam a ‘Furiosa’

Mais um ano a frente da “Furiosa”, os irmãos Guilherme e Gustavo seguem mostrando que o entrosamento que vem de berço tem sido levado para dentro do trabalho com os ritmistas. “A minha relação com o Guilherme, apesar de nós sermos irmãos, a gente trabalha junto há muitos anos, apesar de ele ser seis anos mais velho do que eu, mas acabou que a gente começou na mesma época, e a gente viveu muito junto. Quando a gente está na bateria, ele está fazendo alguma coisa, eu já seguro para olhar, as vezes eu estou enxergando uma coisa que ele não está e vice versa. O nosso entrosamento vem de ventre da mãe mesmo”.

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Furiosa, como sempre, deu show na final. Foto: Magaiver Fernandes/Site CARNAVALESCO

Mestre Guilherme também pensa da mesma maneira e conta que os dois sempre fizeram muitas coisas juntos. “A gente passou muito tempo dividindo o mesmo quarto, eu só saí de casa quando eu tinha 20 anos e fui morar sozinho. A gente passou esse tempo todo, dormindo praticamente na mesma cama e a gente toca junto desde muito novo. Essa parceria é natural, mas a gente briga a toda hora, eu penso de uma maneira e ele pensa de outra, toda hora um tem que ceder para que o trabalho saía natural”.

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Viviane Araujo com os mestres de bateria do Salgueiro. Foto: Magaiver Fernandes/Site CARNAVALESCO

Sobre a pressão pela nota máxima que uma escola como o Salgueiro impõe, Guilherme acredita que essa pressão vem mais da própria dupla do que da diretoria ou componentes. “A pressão é nossa, vem da gente primeiro, antes da própria diretoria. Como a gente nasceu aqui dentro praticamente, então para gente é muito natural, a gente passou nossa infância aqui. A gente sabe da responsabilidade”.

Análise das apresentações das parcerias na final

Parceria de Pedrinho da Flor: A primeira parceria a se apresentar na grande final do Salgueiro trouxe como intérpretes principais Igor Vianna e Marquinhos Art’Samba. No aspecto visual, a torcida trouxe um bonito conjunto de balões no vermelho característico do Salgueiro, com dourado. O time de voz da parceria mostrou bastante empolgação e energia do início ao fim da apresentação. Em relação a quadra o samba teve alguns momentos de maior interação, mais para o início do canto, e outros de menor interação com o público. Destaque para o refrão principal para o forte “meu paraíso é vermelho” e para a entrada do refrão do meio “Nem vem! Sei que é de vidro esse seu telhado”.

Parceria de Moisés Santiago: A segunda parceria a se apresentar na final da Academia, tinha como vozes principais Serginho do Porto e Wantuir. No aspecto visual, a torcida trouxe bandeiras brancas, algumas com os dizeres Samba 1 , o número da parceria e Basta, fazendo referência ao trecho do samba que pede o fim da opressão, intolerância e violência. O início do samba gerou uma grande empolgação maior na quadra. Destaque para o refrão do meio “No meu sonho de rei…” com uma melodia bastante interessante e bonita, retomando os sambas antigos. A parceria sustentou bem a vibração e manteve o interesse do público.

Parceria de Marcelo Motta: A última parceria a se apresentar tinha como intérpretes Tinga e Evandro Malandro. No visual, a torcida também apostou nos balões nas cores da escola vermelho e branco com um pouco de dourado. Com a obra sendo entoada já as quatro da manhã, a quadra ainda estava cheia e mostrou uma boa interação com o samba. Na apresentação no palco, muita energia de intérpretes e compositores. Destaque para o refrão principal que fazia alusão ao personagem mitológico “Caronte”. A parte que vinha logo anterior “quem vendeu a eternidade”, que não repetia a letra totalmente, mas a estrutura, também mexeu bastante com o público.

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