A União da Ilha do Governador apresentou, na noite dessa terça-feira, a equipe que será responsável por desenvolver o próximo carnaval da agremiação. O evento realizado na quadra da escola, o primeiro após liberação do funcionamento deste tipo de espaço pela Prefeitura do Rio, contou com a presença de representantes dos segmentos, de membros da diretoria e de presidentes de alas. Além da apresentação dos novos contratados, houve ainda o lançamento oficial da logomarca da reedição de “Fatumbi – A Ilha de Todos os Santos”. O site CARNAVALESCO esteve presente e conversou com o presidente da tricolor insulana, Djalma Falcão, acerca do time formado pela Ilha.

“É uma equipe que qualquer escola gostaria de ter. Uma equipe que às vezes até eu fico surpreendido em ter conseguido montar em tão pouco tempo. Quando saiu o resultado na quarta-feira de cinzas, na sexta-feira eu já estava jantando com Severo (Luzardo, carnavalesco), na semana seguinte já tinha falado com o Dudu (Azevedo, diretor de carnaval e harmonia) e o Wilsinho (Alves, diretor de carnaval e harmonia), dez dias depois já estava com os coreógrafos… Fizemos um time de alta qualidade, um time de estrelas, um time que tem condições de obter grandes notas na Avenida”, afirmou Djalma.

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O presidente insulano ainda falou o que espera do próximo desfile da União da Ilha, que após onze anos consecutivos na elite do carnaval carioca, terá de encarar a Série A. Na visão de Djalma Falcão, apesar das adversidades oriundas do grupo, a escola fará um grande espetáculo em 2021.

“A expectativa é a melhor possível. A gente sabe que a escola que concentra bem, desfila bem. Quando eu digo concentrar, não quer dizer só aquela concentração ali da Sapucaí. Nós hoje estamos começando nossa concentração com a apresentação da equipe. É a partir de hoje que começa o desfile a ir para o papel, com o desenho dos carros, das fantasias, até chegar na concentração presencial, que é ali antes de entrar na Avenida. Acho que nós temos elementos e condições de alcançar grandes resultados, gabaritar em várias quesitos. Vamos enfrentar as dificuldades de sempre e de todos que a parte financeira, que agora com o Coronavírus então, é ainda mais complicada. Posso dizer que o grande desafio da União da Ilha vai ser isso: como fazer um grande carnaval com pouco dinheiro”, declarou.

Noite de apresentações

A noite teve início com uma palestra motivacional ministrada por Cahê Rodrigues, um dos carnavalescos da agremiação. Intitulada de “Eu acreditei. E você?”, a palestra remonta toda a história de superação vivenciada por Cahê e equipe na reconstrução do carnaval de 2011 da Acadêmicos do Grande Rio, escola mais atingida pelo trágico incêndio em três barracões da Cidade do Samba.

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Logo depois, teve início a apresentação da equipe da União da Ilha para o próximo carnaval, justamente com os carnavalescos. Cahê Rodrigues fez um discurso emocionado acerca da parceria inédita com Severo Luzardo, que após um ano afastado da festa, retorna para folia carioca e para tricolor insulana. Na sequência, Severo subiu ao palco e, em fala breve, prometeu trazer de volta para escola uma estética requintada, ausente no último desfile.

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“Meu relacionamento com o Severa é de amizade, a gente é muito próximo. É um profissional, um artista, que eu tenho profunda admiração. É um amigo que o samba me deu. Então poder dividir um trabalho com o Severo, na União da Ilha, escola na qual ele fez grandes trabalhos, tem sido de muita alegria. E o carinho e respeito mútuo que temos são ingredientes muito saudáveis e positivos para essa parceria. Posso dizer que, da minha parte, eu estou muito feliz. E tenho certeza que o Severo também está muito feliz com essa parceria”, comemorou Cahê.

Em seguida, foi a vez de Dudu Azevedo e Wilsinho Alves subirem ao palco. Os dois irão trabalhar pela primeira vez juntos no comando da direção de harmonia e carnaval da União da Ilha.

“O grande lance da União da Ilha esse ano é trazer pessoas identificadas com a escola, que sejam profissionais vitoriosos. Tanto eu tenho meus compromissos fora do carnaval, quanto o Dudu tem agora com a Beija-Flor, e a gente conseguiu juntar nossos trabalhos da melhor maneira possível. Nossas ideias de carnaval convergem muito, elas são muito parecidas. Eu bebo muito da fonte, já até falei isso outras vezes, do Laila na Beija-Flor da década de 2000, de outros caras que me ajudaram como o seu Elmo da Mangueira, dos desfiles da própria Estação Primeira no início dos anos 2000. E o Dudu tem uma pegada que agora também vem de Beija-Flor e a gente está casando muito bem. Sempre fomos amigos, sempre admirei o trabalho dele, agora estamos tendo a oportunidade de dividir a harmonia e a direção de carnaval aqui da Ilha e não vai ter problema nenhum não. Quando você gosta de carnaval e vê que a pessoa do teu lado também entende, é tranquilo”, relatou Wilsinho Alves.

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Ainda em conversa com o site CARNAVALESCO, Wilsinho contou como é a experiência de planejar um carnaval em meio às incertezas que rodam a festa, que vão desde a ausência de uma data para acontecerem os desfiles até quais serão os parâmetros de disputa. Para o diretor, a pandemia do novo Coronavírus, mesmo controlada futuramente, já provocou profundas mudanças na folia carioca.

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“Nossa percepção de carnaval mudou muito de março, do início da pandemia, para agora. Tanto que a gente também deu uma mudada na questão do enredo, estava tendendo para ser uma outra reedição, mas foi para esta agora. E explicando a questão de ser uma reedição, as pessoas que são de fora da União da Ilha não entendem como é a disputa de samba na Ilha do Governador, que é uma disputa muito bairrista e que gera uma série de celeumas. Esse ano, como a escola teve o descenso, a gente queria unir a todos, sem ter este tipo de celeuma. Por esse motivo, a gente achou que uma reedição seria o melhor caminho neste sentido e todo mundo abraçou”, explicou.

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Dudu e Wilsinho ainda foram os responsáveis por apresentar os demais reforços da agremiação, como os novos coreógrafos da comissão de frente Rodrigo Negri e Priscila Motta, que irão fazer jornada dupla, conciliando os trabalhos na Ilha com os na Estação Primeira de Mangueira, no Grupo Especial.

Outro reforço oficialmente apresentado foi o mestre-sala Raphael, que terá a missão de dançar pela primeira vez na carreira com a porta-bandeira Dandara Ventapane, que ocupa o posto desde 2017. A dupla conversou com a reportagem do site CARNAVALESCO e comentou como está sendo o começo da parceria entre eles.

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“Está sendo muito bom esse início de parceria. A gente já começou também nossos encontros em questão de dança, então a gente vê a sintonia surgindo, a afinidade sendo criada. Um vai completar o outro, naquilo que precisava no momento. A gente está bem contente até aqui e projetando mil coisas para esse novo enredo”, pontuou Dandara.

“É aquele ditado: a gente já se encontrou em vidas passadas e está dando continuidade agora. Não posso dizer que este início de parceria foi perfeito, porque nada é perfeito. A gente está sempre em busca do melhor e assim estamos indo. O caminho é longo, porém está sendo feito em conjunto, lado a lado”, complementou Raphael.

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A noite de apresentações terminou com a divulgação da logomarca oficial do enredo para o próximo carnaval, no caso a reedição de “Fatumbi – A Ilha de Todos os Santos”, que originalmente foi desenvolvido pelo carnavalesco Milton Cunha, em 1998. Houve ainda um show da Baterilha e do intérprete Ito Melodia ao som do samba imortalizado na voz de Rixxah.

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