Única agremiação do Grupo Especial a ensaiar no domingo, a Acadêmicos do Tatuapé realizou o seu primeiro ensaio técnico com alto número de contingente. A madrinha da escola, Leci Brandão, deu o pontapé com discurso em agradecimento à Liga-SP, segundo a cantora, a realização dos ensaios técnicos é um ato em respeito ao sambista. A agremiação se mostrou preparada, aguerrida e ainda com detalhes a melhorar no quesito de evolução.
“Acho que foi muito bom. Na verdade, eu tenho muita pouca questão para analisar porque a gente que está na pista não vê o desfile acontecer. A gente vê o público se manifestando, e eu acho que a gente conseguiu fazer o que a gente se propôs. Nós tivemos uma falha nos rádios que estavam programados para fazer a parada. Mas já conversamos aqui e nos acertamos (problema do buraco na pista), no próximo não terá problema nenhum”, garantiu o presidente Eduardo Santos.
Comissão de frente
Com cara de coreografia oficial, a comissão de frente demonstrou bom sincronismo e passos seguros. O quesito da escola preenche uma grande parte da avenida, algo que já é presente na ala do Tatuapé.
Bateria
Comandada por Mestre Higor, a bateria Qualidade Especial ousou nas paradinhas. A batucada segue uma linha de bossas onde abrem espaço para a comunidade cantar, valorizando a força do canto de seus componentes. Breques de explosão também são presentes.
“A gente sai daqui satisfeito, mesmo sabendo que algumas coisas precisam ser corrigidas. O trabalho é esse, estamos trabalhando pra vir na avenida dessa maneira. A questão dos apagões é uma coisa que a gente usa muito na nossa escola, é um conjunto de canto, dança e com a bateria. Estamos muito seguros de fazer porque a comunidade corresponde”, explicou o mestre.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
O casal oficial, Diego e Jussara, transpareceu segurança e transmitiu simpatia ao realizar o bailado. Ambos optaram por uma roupa mais leve: terno e vestido para o primeiro técnico. É importante ressaltar o clima quente no final de semana em São Paulo, integrantes de outras agremiações de grupos inferiores tiveram que ser socorridos por ambulância. A dupla foi cercada por bailarinas como guardiões.
Samba-Enredo
O desempenho do samba e a ala musical se destacaram na noite. A obra tem partes de tom alto, que faz o componente cantar de uma forma mais alta, como no refrão principal. O carro de som, liderado pelo intérprete Celsinho Mody, passou confiança e segurança, principalmente, quando deixavam trechos só com a voz da comunidade. O time de cordas realizou arranjos precisos em partes do samba, no final da segunda estrofe e durante os apagões da bateria.
Harmonia
O desempenho da agremiação no quesito foi satisfatório, os estratégicos apagões do mestre Higor tiveram efeitos na animação do componente e uniformidade do cantar. As “deixas” do intérprete tiveram respostas da comunidade. Houve poucas oscilações, porém algumas alas sentiram o cansaço ocasionado pelo clima quente no final do Sambódromo.
“De onde eu estava achei que foi maravilhoso. A bateria manteve a cadência, um andamento 148 BPM (batidas por minuto) maravilhoso. O samba teve um ótimo desenvolvimento, tava na boca da galera. Nós deixamos pra fazer os ensaios mais pro final pra ter a escola completa, e eu estou muito confiante para um ótimo resultado. A gente tem que ter humildade pra trabalhar, a escola teve pontos para se consertar e a gente vai analisar e ir em busca do melhor resultado”, afirmou o cantor Celsinho Mody.
Evolução
A Tatuapé mantém boa organização de suas alas e padronização no andar. A presença de várias alas coreografadas não é um estilo da agremiação, que procura evoluir sem fazer o desfilante sair muito do seu espaço. Praticamente toda parte do samba tem algum movimento, que varia de ala para a outra.
Muitos movimentos de braços foram notados. A entrada no recuo é um ponto a ser analisado para os próximos ensaios, enquanto a bateria fazia a movimentação sentido o box, a ala da frente não aguardou e ocasionou um grande buraco.
Outros Destaques
A marcação das alegorias na avenida chamou a atenção pelo cumprimento, praticamente as cinco prometem grandiosidade.
Outro destaque também será a ala coreografada representando os “garis” como guerreiros. Os componentes dançam com uma vassoura e, em determinada parte, se torna um pavilhão nas mãos de um dos bailarinos.