Enredo: “O Encontro das Águias no Templo de Momo”
Sinopse
A Águia é a ave que possui maior longevidade da espécie.
Para conseguir esse feito, precisa tomar uma séria e difícil decisão. Com o passar do tempo suas garras enfraquecem e ela não consegue mais dominar as presas das quais se alimenta. O bico se curva, as penas tornam-se mais densas e pesadas. Voar já não é tão fácil.
A Natureza ensina que é hora enfrentar as adversidades. É tempo de renovar para dar início a um novo ciclo.
A Águia se recolhe no alto da montanha, até que recupere a força das garras e do bico, adquira uma nova plumagem e se encha de brios para alçar um voo triunfal, na direção do infinito!
Nossa história reúne duas Águias que se reencontram para renovar os compromissos com a Bandeira do Samba e a alegria do Carnaval.
I. BALL MASQUÉ
Hoje é um dia especial.
O Templo de Momo está em festa para celebrar o encontro de duas Águias, símbolos da dinastia do Samba.
Uma delas, fará um voo pioneiro.
É uma Águia centenária, que domina experiências acumuladas ao longo de uma vida. Vem visitar a sua afilhada e, juntas, cumprirão uma jornada inesquecível: alçarão um voo mágico para resgatar a alegria.
A alegria de brincar o Carnaval!
I. O GRANDE BAL MASQUÉ
O Tempo parou porque a festa não tem hora para acabar.
Momo abriu os portões da folia e vestiu a sua ilha de magia. É tudo tão bonito, tão intenso, tão romântico, que não dá para separar a realidade de um sonho. Engalanou os salões do palácio para um grande baile, onde casais mascarados dançam ao som de uma orquestra arlequinada.
Há uma intensa troca de energia entre seres apaixonados, que se envolvem em segredos nessa aventura momesca para celebrar o amor! O verdadeiro amor à Escola de Samba!
– Mas… Quem é você?
– Sou a União da Ilha, meu amor.
II. O BATIZADO
Ela não podia ser mais carioca. Nasceu no Carnaval de 1953, na batucada do samba, inspirando a rapaziada de um time de futebol do Cacuia.
Foi na porta de um armazém de secos e molhados, entre versos inspirados e uma palavra que virou obrigação: União… União da Ilha… Ritmando as batidas do coração. (2)
Ainda estava aprendendo a voar quando foi batizada.
Como descobridores de um Novo Mundo, portelenses traziam as glórias da Avenida. As duas bandeiras se entrelaçaram, misturando as cores da vida. Sambistas se abraçaram e abriram o caminho para ouvir o padrinho. Era o famoso Natal, emocionado, comovido. Apontou para o pavilhão tricolor, e fez um pedido: que a Águia pousasse para sempre naquele brasão! E assim foi, desde então.
III. O CORTEJO DE MOMO
Momo ordena que soem os clarins. Abrem-se as cortinas do Templo, e o povo se aglomera para ver o cortejo…
Bufões se espalham na galhofa do entrudo. Vêm o Zé Pereira, cucumbis, cordões, as grandes sociedades, o corso, blocos, foliões fantasiados, ranchos e uma intensa batucada, que desce dos morros e transforma a grande praça numa pequena África.
É de lá, do outro lado do mar, que vem toda essa magia, que se espalha pelos quatro cantos da Ilha. É o coro, a dança, o giro das baianas, o gingado dos passistas, e o pulsar da bateria, que faz o corpo vibrar: no altar do Samba, forma-se a curimba. Segura a marimba!
É o elixir da alegria… Nos versos de Didi… Na voz de Aroldo Melodia!
Ouçam o apito…
IV. A BARCA DO INFINITO
Lá vem a barca, meu bom Jesus, trazendo no agito o “Conjunto Oswaldo Cruz”, “Quem Nos Faz É o Capricho”, “Vai Como Pode”… O mar sacode, tremulam bandeiras. Abram alas para a madrinha “Portela”! Gente amiga de Oswaldo Cruz e Madureira!
As duas Águias se encontram no alto do campanário, guardam as glórias num relicário e selam um compromisso tão claro como a luz do dia: o de enfrentar qualquer sacrifício, para que o Samba – por dever de ofício – seja sempre uma realidade e não fantasia.
A Majestade abre as asas, e antes de partir, diz à afilhada:
“Você sempre foi determinada. Comece uma nova jornada. Sua história é fantástica! A legião insulana é aguerrida. Descubra a sua verdade e não tenha medo de ser feliz.
Faça como eu fiz: olhe para trás e reencontre o fio da meada. Ele está em cada componente, no sorriso inocente, no suor dessa, no suor dessa gente que não se cansa de sonhar…
Em trazer a Ilha de volta para o seu verdadeiro lugar!”
Bata do peito com orgulho! Cante como se não houvesse Amanhã.
É Hoje, o grande dia! Os portões do Templo se abrem para que a Ilha passe com o seu mar de alegria,
saudando a madrinha que abençoou o seu caminhar…
Bata do peito com orgulho! Cante como se não houvesse Amanhã.
É Hoje o grande dia!
Os portões do Templo se abrem para que a Ilha passe com o seu mar de alegria,
saudando a madrinha que abençoou o seu caminhar…
Que momento lindo!
É Como se a vida fosse o alvorecer
de um novo e colorido Domingo!
Cahe Rodrigues
Carnavalesco
Sinopse: Cahe Rodrigues e Cláudio Vieira
Desenvolvimento: Cahe Rodrigues
Pesquisa e Texto: Cahe Rodrigues e Cláudio Vieira