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Show de Verão da Mangueira em homenagem a Alcione dá prévia da emoção que a escola irá apresentar na Sapucaí

Com artistas torcedores de diversas coirmãs, a Verde e Rosa fez seu tradicional Show de Verão e comprovou, em mais um ano, que o samba é lá em Mangueira

Criado há 26 anos, o Show de Verão da Mangueira chegou a sua 19ª edição. Foi em 1998 que a primeira edição foi realizada para angariar fundos para o carnaval que seria campeão daquele ano, cujo enredo era “Chico Buarque da Mangueira”, homenageando o cantor Chico Buarque. Este ano, a homenageada escola na Avenida, também foi a homenageada do show, Alcione, que cantou seus sucessos e os sucessos da Estação Primeira.

Fotos: Guibsom Romão/CARNAVALESCO

De 1998 para cá, outras edições foram realizadas com a participação de diversos cantores, como o próprio Chico, Maria Bethânia, Gal Costa, Rosemary, Fafá de Belém e outros artistas, mas uma figura cativa do evento e uma das maiores mangueirenses do Brasil, cuja história se confunde com a da escola, sempre esteve presente no line up do show e esse ano, além de ser o tema do enredo do carnaval de 2024 da Mangueira, Alcione foi a grande homenageada do Show de Verão da Mangueira. O evento intitulado “Show De Verão Da Mangueira Celebra Alcione, Enredo Da Escola No Carnaval De 2024”, faz parte das inúmeras celebrações acerca dos 50 anos de carreira da Marrom.

A carnavalesca da Mangueira e a única mulher a ocupar esse cargo no Grupo Especial este ano, Annik Salmon, que divide a concepção do desfile em homenagem a Marrom com o carnavalesco Guilherme Estevão, esteve presente no show e disse em entrevista ao site CARNAVALESCO, os seus sentimentos em estar a frente de uma grande homenagem a uma grande mulher mangueirense.

“É uma felicidade imensa. É um presente que eu só tenho que agradecer a Mangueira, agradecer a tudo, agradecer por estar na Mangueira neste momento. Em um momento que, 50 anos da Alcione, 50 anos da Alcione na Mangueira, e é um presente poder estar aqui agora fazendo esse enredo dessa mulher que tive o prazer, a felicidade de conhecer, conversar, entrar dentro da casa dela, conhecer a família e saber mais íntimo da vida dela. Não é saber só de pesquisas, a gente ver vídeos, é saber ouvindo mesmo dela. Então isso é incrível, foi ótimo, toda a pesquisa do enredo. E mais ainda, eu ser uma mulher, hoje a única, no carnaval do Grupo Especial, e poder estar falando dessa mulher tão importante para a gente, para a nossa cultura, para a nossa música, e principalmente para os crias ali da Mangueira, para essas crianças que hoje brilham”, conta Annik.

Neste ano, além da grande homenageada, que foi o fio condutor do set list do show, o evento teve a presença de outros artistas sambistas e, também, torcedores de escolas de samba, como afirmou o vice-presidente da Mangueira, teve portelense, salgueirense, imperiano e independente no palco para cantar a Mangueira. O vice-presidente da Mangueira, Moacyr Barreto, contou ao site CARNAVALESCO a emoção de estar na diretoria da escola em um enredo histórico e na realização de um show histórico.

“É muito bom a gente estar fazendo um enredo que é uma das mais justas homenagens, eu diria a mais justa homenagem que a Mangueira fez, a Mangueira já fez grandes enredos homenageando personalidades, personalidades vivas. A gente não está só homenageando a Alcione, a gente está homenageando a própria Mangueira, porque a gente está falando da gente também, a negra voz do amanhã é de todos esses meninos que foram da Mangueira do Amanhã e estão aqui, a Evelyn, Douglas, Digão, o Vitor Art, todos eles que vieram da Mangueira do Amanhã e são fruto desse trabalho que ela fez com a gente nesses 50 anos que ela está lá. Aliás, a gente fica muito feliz por ser mangueirense, por defender a cultura nacional, é muito importante porque a cultura é isso, é o nosso povo feliz, vocês viram aqui, tinha no palco salgueirense, Mocidade, tinha portelense e todo mundo cantando a Mangueira, cantando em homenagem a Alcione e em homenagem à Mangueira, é muito bom, porque o carnaval também nesse momento deixou de aquela coisa da briga, onde cada um estava querendo derrubar o outro, hoje a briga é naquela reta da avenida, antes e depois é todo mundo amigo, está todo mundo junto e isso fortaleceu muito nos 40 anos que a Liesa foi criada”, comenta Moacyr.

A velha-guarda da Verde e Rosa iniciou os trabalhos no Vivo Rio, cantando clássicos mangueirenses como “Jequitibá do Samba”. Em seguida, foi a vez de Dudu Nobre comandar o microfone do Show de Verão, iniciando sua participação com uma das suas composições mais conhecidas, “Água da minha sede”, Dudu recebeu o cantor Xande de Pilares no palco para prestarem uma homenagem ao puxador Quinho, falecido no dia 3 de janeiro deste ano. Os dois levantaram o público presente cantando o samba-enredo “Peguei um Ita no Norte”, imortalizado na voz de Quinho, no campeonato do Salgueiro, em 1993.

Xande de Pilares, salgueirense, homenageou a Marrom cantando “Gostoso Veneno”, canção da cantora. Em um momento de emoção, o cantor confidenciou ao público que quando era mais novo, quase reprovou de ano na escola e, enquanto passava esse sufoco, entrou em uma loja de discos e viu um álbum recém lançado de Gonzaguinha que continha a música “O que é, O que é?”, que segundo ele o ajudou a passar de ano e foi inspiração desde a infância para que ele compusesse a canção “Tá escrito”, que levantou o Vivo Rio na voz de seu criador.

Pretinho da Serrinha, que além de diretor musical do show, foi outro artista a se apresentar ao grande cortejo a Alcione. Pretinho, que é literalmente da Serrinha, comunidade da Zona Norte carioca, é conhecido por ser um fiel e grande torcedor do Império Serrano e revelou no palco que teve o aval da homenageada para ser o diretor musical do show, homenageada essa que, assim como ele, é uma fiel e grande torcedora, mas da Mangueira.
Pretinho cantou composições suas como “Reza” e “Felicidade” em homenagem ao povo de Mangueira, e homenageou Alcione cantando a clássica “Garoto Maroto”.

Logo após isso, foi a vez de Fernanda Abreu, que cantou sua música “Tambor” e saudou os mangueirenses presentes cantando “Lendas do Abaeté”, samba-enredo do desfile campeão da Verde e Rosa no carnaval de 1973.

Se tratando de desfiles campeões da Mangueira, Chico Buarque também esteve no palco. Abrindo a sua participação com “Autonomia”, de Cartola, Chico homenageou outro mangueirense cantando “Folhas Secas”, de Nelson Cavaquinho, o filho fiel do enredo de 2012 da Verde e Rosa. Além de cantar a sua clássica “O meu guri”, Chico saiu do palco e foi até a coxia buscar a grande homenageada da noite, trazendo Alcione ‘como um gentleman’, assim como disse a cantora. Os dois causaram um frisson no público presente no Vivo Rio com um dueto da canção “Sob Medida”, de Chico Buarque.

Trazida ao palco, a homenageada da noite e do carnaval da Mangueira, trajada de verde e rosa da cabeça aos pés, se sentou no centro do palco e começou a embalar a noite dos presentes ao cantar seus clássicos. “A Loba” foi a primeira canção a ser cantada por Alcione, para mostrar a força da mulher mangueirense. Em seguida, Fernanda Abreu retorna ao palco e divide os microfones com a Marrom cantando “Surdo”.

O público vai à loucura no refrão da clássica “Você me vira a cabeça”. A seguir, Alcione, relembrando a sua ancestralidade e sua raiz maranhense, recebe Xande de Pilares no palco e cantam “Cajueiro Velho”, lançada por ela em 1976.

Com a bateria da Mangueira ao fundo e o casal de mestre-sala e porta-bandeira da Mangueira do Amanhã, escola de samba mirim, Alcione cantou o clássico que lhe lançou no mundo da música, “Não deixe o samba morrer”. A presença das crianças no palco era a personificação da mensagem desta canção e a certeza de que, assim como o samba-enredo da Mangueira deste ano diz, “aqui o samba não morrerá jamais”.

Bateria no palco, ok? Os outros segmentos vieram atrás. Na presença do 1º casal de mestre-sala e porta-bandeira, Matheus Olivério e Cintya Santos, os intérpretes Marquinhos Art’Samba e Dowglas Diniz e a rainha da bateria, Evelyn Bastos, “Exaltação à Mangueira” foi canção da vez, a euforia foi tanta, que o público presente ficou em pé, a constatação nítida de que, tal como a exaltação canta, a Mangueira chegou!

O primeiro samba-enredo puxado pela participação da escola no show foi o de 2024, “A negra voz do amanhã” foi entoado pelo Vivo Rio com a negra voz, Alcione, no centro do palco festejando com a escola e os outros artistas presentes.

Alcione encerrou a sua participação e o show ficou por conta da Verde e Rosa. Os segmentos cantaram e encantaram os presentes com os bem sucedidos sambas-enredos mais recentes da agremiação, como “As Áfricas que a Bahia canta”, de 2023, “A menina dos olhos de Oyá”, do título de 2016 e encerrando o Show de Verão da Mangueira de 2024 com “Histórias para ninar gente grande”, do também campeonato da Verde e Rosa em 2019.

Após as cortinas se fecharem, a bateria desceu do palco e puxou um cortejo até o hall de entrada do Vivo Rio tocando sambas-enredos antigos da agremiação, apenas tocando, os intérpretes era o próprio público que cantava em plenos pulmões os clássicos “Caymmi mostra ao mundo o que a Bahia e a Mangueira têm”, samba- enredo do carnaval campeão de 1986 e “Atrás da verde e rosa só não vai quem já morreu”, de 1994.

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