Por Juliana Cardoso

São ClementeAbrindo o segundo dia de desfiles das escolas do Grupo Especial, a São Clemente levou para a Avenida a reedição do enredo “E o Samba Sambou”, de 1990. A agremiação criticou, com leveza e diversão, o fato de o carnaval ter se tornado um grande negócio. Ela reverenciou também a verdadeira festa carioca, feita pelo povo. Com o carro “Nosso Povão Ficou Fora da Jogada”, alfinetou os grandes camarotes da Sapucaí, aos quais a maioria da população não tem acesso.

Neste sentido, a segunda alegoria retratou a imagem de um camarote, cheio celebridades e petiscos caros. Colorido e irreverente, o carro simulou uma pista de dança, com direito a mesas, cadeiras e um show de cantores sertanejos. Componentes vestidos como estrangeiros e famosos, eram servidos por garçons. Grandes ovos de codorna e camarões foram distribuídos pelo carro e, no segundo andar, um DJ comandava as playlists da balada na Sapucaí. Tudo remetendo a luxuosidade destas festas, que excluem, por seu valor exorbitante, a maioria dos foliões.

São Clemente 2“Os camarotes deveriam ser mais acessíveis! O carnaval é uma festa grandiosa e todos têm o direito de poder curtir as regalias de um evento assim”, disse David Rodrigues, que estava na alegoria.

Paula Guedes, outra componente, disse que tais festas são válidas até certo ponto, pois elas atraem pessoas que geram dinheiro para o estado. No entanto, o que acontece dentro delas precisa ser dosado.

“Eu sou uma pessoa que valoriza muito o espetáculo, então acredito que deveriam existir limites para o camarote. Os participantes esquecem do desfile, que deveria ser o foco da noite. A alegoria alfineta com humor esses eventos. Ela está incrível, a cara da São Clemente. Uma crítica com carinho”, ela completou.

A escola passou irreverente e divertida pela Avenida e foi a primeira a pisar na Marquês de Sapucaí nesta segunda-feira.

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