As baianas da Unidos da Ponte vieram representando “Saravá tia baiana do tabuleiro do acarajé”, evocando a tradição das baianas do acarajé, que remonta ao período em que as mulheres escravizadas saíam para vender doces e salgados nas ruas durante o século XIX, no comércio do Dendê na Feira de São Joaquim, uma feira muito famosa de Salvador, onde a escola apresentou como o ganho, o que o próprio Samba diz, o ganho do atizo e como esse ganho em cima do Dendê floresceu para esse povo que é o baiano.
Essas baianas são símbolos da cultura e da culinária afro-brasileira, carregando consigo não apenas os sabores tradicionais, mas também a história e a resistência do povo negro. Com o enredo “Tendendém – O axé do epô pupá”, a escola levou os foliões pela fascinante saga do dendê, desde sua origem nas terras africanas até sua chegada no Brasil por meio da diáspora. Algumas baianas deram entrevistas exclusivas ao site CARNAVALESCO, compartilhando sobre a representatividade da fantasia que retrata as baianas que vendem acarajé, sendo rosa, branca, detalhes dourados e um chapéu com o acarajé na cabeça das baianas.
“Eu achei linda essa fantasia porque é cultura. Essa é a minha segunda vez desfilando na Unidos da Ponte e esse enredo está maravilhoso. A escola está bem animada, cantando, evoluindo”, comentou Regina Helena da Silva, de 69 anos.
As baianas destacaram a importância dessa representação para a cultura afro-brasileira e para a celebração do Carnaval, enfatizando a relevância histórica e cultural do acarajé como um símbolo da identidade baiana e afrodescendente. Elas expressaram sua honra em participar desse momento de celebração e reconhecimento de sua herança cultural, através da arte e da expressão carnavalesca. A fantasia proporcionou uma oportunidade única para compartilhar e valorizar as tradições ancestrais, enriquecendo ainda mais o desfile da escola.
Maria Fátima Carvalho da Silva, de 62 anos, que desfila pela primeira vez como baiana da Unidos da Ponte, filha de Iansã, contou sobre a importância da fantasia e desse momento em sua vida: “Primeiro lugar Iansã que é a deusa do Acarajé, é a matriarca e minha santa. Então nós temos que pedir o quê? Muita proteção, fé, paz, saúde, alegria, isso é o que ela mais quer da gente, e que ela esteja com todas as nossas conterrâneas baianas aqui, para nos representar e Acarajé para todos. Esse desfile está muito emocionante e quando chegar lá na frente, é que a gente vai ver como é que é isso”.