No ano de 1995, Simone Sant’ana, tinha 19 anos, era apenas uma estudante da antiga escola Anacleto de Queiroz, localizada à rua Pracinha Wallace Paes Leme, onde no mesmo endereço está localizada a quadra da Beija-Flor de Nilópolis. Sem contato nenhum com a agremiação azul e branca da Baixada Fluminense do Rio, ela foi convidada por suas amigas do período colegial para visitar um ensaio de quadra. Ali, a jovem encontrou o amor verdadeiro. O site CARNAVALESCO conversou com ela e descobriu uma sambista de corpo alma, tendo a sua vida profissional, pessoal, afetiva e social moldada na agremiação nilopolitana.
Simone foi aluna de Laíla, aprendeu tudo do quesito Harmonia, e hoje comanda o grupo ao lado de Válber Frutuoso, sob a direção de carnaval de Dudu Azevedo, esbanjando simpatia e com uma voz cheia de gratidão ao falar da escola que tem como referência sua comunidade. Ela se diz completa em pertencer à família Beija-Flor e nunca ter sofrido algum tipo de resistência ou boicote por parte dos homens em relação ao cargo que ocupa atualmente.
INÍCIO NA ESCOLA
“Eu tinha 19 anos e as minhas amigas da escola me chamaram para ir assistir um ensaio, fiquei impactada com tudo o que eu vi e fiz minha inscrição para a ala da comunidade. Dois anos depois o Laila me chamou para ser líder de comunidade (hoje chefe de ala), e três anos depois ele me convidou para trabalhar com ele. Fui responsável por fazer a montagem da escola na avenida, banco de dados de toda a comunidade, entrega de todas as fantasias, medidas e volantes nas ações de harmonia. Tudo isso até a saída dele após o título de 2018”.
DIREÇÃO GERAL DE HARMONIA
“Após o desfile de 2019, fui convidada pela direção da escola para assumir a harmonia junto com Válber. Eu tinha bastante bagagem para a função, decorrente todos os esse anos de trabalho na escola, a Beija-Flor presa por profissionais feitos dentro da comunidade, e, eu como muitos somos exemplos disso”.
PRECONCEITO QUANTO AO CARGO NA ESCOLA
“Quando eu assumi, foi um desafio muito grande. Todos me abraçaram, não fizeram barreiras para a minha integração. Os homens que se encontravam na harmonia me abraçaram de uma forma nunca vista, fazemos todos os trabalhos juntos. Nunca sofri nenhum tipo de preconceito”.
NOVA BEIJA-FLOR
“As escolas possuem sempre o desafio de inovar. O carnaval passa por um momento de inovação, não dá para fazer carnaval como antigamente. Em 2017 começamos a tentar modernizar, foram alguns desfiles e entendemos que os torcedores e a comunidade queriam aquela Beija-Flor de luxo. Resolvemos voltar com característica nossa, junto ao moderno e acertamos. No último carnaval voltamos às cabeças e o campeonato em 2018”.
MARCAS QUE A ESCOLA DEIXOU
“Tenho muitas coisas boas marcadas na minha vida e todas elas foram a Beija-Flor quem me fez, minha vida é construída dentro dela. Viajei para diversos estados e países que nunca imaginaria como a África. Mas a maior marca que a escola fez foi a minha família, construí ela com a minha vivência nas atividades da Beija-Flor”.
SITUAÇÃO INUSITADA NA ESCOLA
“No ano do desfile de Iracema, em 2017, a proposta foi a comunidade ser a harmonia do desfile, todos nós quase, oitenta 80diretores, viemos fantasiados dentro das alas como componentes. Eu vim na primeira e foi uma apreensão do início ao fim. Estou acostumada a vir na lateral fazendo a escola evoluir e ali eu tinha que ir evoluindo como todos e era um nervosismo só”.
GABRIEL DAVID
“A gestão dele foi muito positiva à frente da escola e vai continuar fazendo esse trabalho ainda. Ele é novo e tem ótimas ideias para o carnaval em geral. Hoje, ele com toda essa experiência está fazendo parte da Liga e com certeza será um bem para todas as escolas”.
LAÍLA
“É uma pessoa que eu respeito muito, admiro muito como pessoa e profissional. Tudo o que eu sei e aonde eu cheguei dentro do carnaval, tenho gratidão… ele me ensinou tudo”.
ANÍSIO
“Ele é uma referência para todos da escola. Tem um papel muito forte na vida de muitas pessoas da comunidade, ele sempre teve um olhar de dar acesso e oportunidade para todos, desde estudo até trabalhos, eu sou uma prova disso. Ele tem essa filosofia que todos os presidentes e patronos deveriam ter e o Gabriel comprou essa ideia e não parou de exercer a verdadeira função da Beija-Flor, formar profissionais dentro da escola”.
SER BEIJA-FLOR
“É uma família muito grande e que zela pelo futuro do país, as crianças. Desenvolvemos diversas atividades sociais e educacionais para que elas sejam os futuros profissionais, como hoje eu e meus colegas somos. A Beija-Flor é essa união entre profissionais e comunidade”.