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Quero ver segurar! Samba da Mangueira é destaque em ensaio técnico com forte canto da comunidade

Primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, que teve Cintya Santos em sua estreia ao lado de Matheus Olivério, além da bateria dos mestres Rodrigo Explosão e Taranta Neto, foram outros pontos fortes

A Estação Primeira de Mangueira trouxe uma amostra do que vai levar da Bahia para o desfile oficial, no ensaio técnico do último domingo. O aclamado samba-enredo funcionou muito bem no treino, sendo cantado até pelo público que lotou as frisas e arquibancadas. A comunidade mangueirense cantou muito e no final da apresentação, a Verde e Rosa deixou um gostinho do arrastão que pretende fazer encerrando a primeira noite de desfiles do Grupo Especial em fevereiro. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, que teve Cintya Santos em sua estreia ao lado de Matheus Olivério, além da bateria dos mestres Rodrigo Explosão e Taranta Neto, foram outros pontos fortes do treino que teve duração de 1h10. Em 2023, a Mangueira vai apresentar o enredo “As Áfricas que a Bahia canta”, que está sendo desenvolvido pelos carnavalescos Annik Salmon e Guilherme Estevão. * VEJA AQUI GALERIA DE FOTOS DO ENSAIO

Fotos de Allan Duffes/Site CARNAVALESCO

“Foi um ensaio bom, acho que a escola, atingiu 70% do desfile, até porque os 100% a escola tem que ter no desfile dia 19. Gostei muito do andamento da escola, gostei muito do canto, da bateria. Fizemos um bom desfile. A gente está sempre buscando melhorar. Os ensaios são pra isso, pra buscar a perfeição”, explicou Amauri Wanzeler, diretor de carnaval, que terá 3500 componentes no desfile.

Harmonia

O samba de 2023 da Mangueira foi bastante aceito pela comunidade desde as eliminatórias, e neste ensaio técnico o que se viu foi um canto dos componentes muito forte, a comunidade chegava a berrar. A escola cantou durante todo o ensaio, e em toda a sua extensão. A arquibancada também não deixou por menos e se envolveu com o samba. O desafio era achar alguém que não estivesse cantando nas alas. Até mesmo no início escola, em que se observou algumas coreografias, os componentes destas alas também cantavam o samba com muita vontade. Um dos destaque foi uma ala em que os componentes pareciam fazer referência ao maculelê com dois pequenos bastões.

Em seguida, já para o meios pode-se lembrar de uma ala logo depois do segundo carro em que os integrantes traziam pequenas imitações de tambores em verde e rosa. Mas há outras tantas alas que poderíamos citar que estavam cantando muito, isso desde os primeiros versos do samba entoados pela dupla Marquinho Art’Samba e Dowglas Diniz, que aliás mostraram que o entrosamento que tem apresentado em outros eventos pode funcionar na Sapucaí. Conduziram muito bem a excelente obra da Mangueira com correção, intensidade e simplicidade, sem inventar muito a troco de atrapalhar um samba que já se destaca por si só.

Samba-Enredo

O samba da parceria de Lequinho e companhia é um dos mais elogiados neste pré-carnaval e se destaca por possuir alguns pontos altos como os dois refrões e o bis após a segunda do samba com o “Eparrey Oyá”. O segundo refrão tem uma leve mudança de melodia na repetição o que dá ainda mais força na segunda vez que é cantado, fato bastante notado na empolgação dos componentes ao proferir estes versos. A obra funcionou muito bem no treino, sendo bastante cantado não só pelos componentes, como já falado, mas inclusive pelo público.

Em termos de desfile permitiu que a escola tivesse uma fluência satisfatória e indicou para a “Tem Que Respeitar Meu Tamborim” caminhos muito interessantes para colocar um pouco da Bahia na Sapucaí, tanto em bossas que lembravam dos blocos de Axé Música, tanto em toque mais voltado para a religiosidade das crenças de matriz africana. Outra vez destacar o trabalho da dupla de intérpretes que soube compartilhar bastante a obra colocando o toque de cada um no cantar, respeitando a tradição mangueirense de sambas.

“Para mim, por tudo que eu passei no último ano, é uma grande vitória. Todos sabem disso. Não foi fácil. Chegar aqui hoje foi só o primeiro tempo, porque o que conta é o carnaval, mas cantar com o meu filho mais novo de coração significa o mundo. Sentaremos juntos para avaliar e decidir o que mais precisa ser feito para entregarmos o nosso melhor no dia do desfile”, afirmou Marquinho Art Samba.

“Esse ensaio técnico é um momento muito importante para nós. Conseguimos colocar em prática tudo que viemos construindo durante nossos ensaios de rua. Estamos ensaiando exaustivamente para buscar a perfeição, ainda que ela não exista. Buscamos a melhor forma de mostrar a escola na Avenida. Nosso time está muito satisfeito com o nosso trabalho. Se precisarmos ajustar algo, faremos até o dia do desfile, mas estou muito feliz com o que fizemos hoje. Quando estamos cantando, não conseguimos distinguir bem o que pode ser feito, mas eu vou assistir a gravação e procurar o que for necessário. Pelo que passamos na Avenida, não tenho que reclamar do nosso time do carro de som”, garantiu Dowglas Diniz.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Cyntia Santos fez sua estreia em ensaios técnicos pela Verde e Rosa. A porta-bandeira bastante aclamada pelos últimos carnavais na Porto da Pedra não decepcionou o público que em diversos pontos da pista gritava o seu nome e demonstrava palavras de carinho e incentivo. A dupla, em sua fantasia, fez referência a Oxalá com uma vestimenta em que predominava o branco bem ajustado com alguns detalhes em prata. A coreografia que o casal apostou favoreceu Cintya e seus rodopios com força e intensidade. Desde o início do bailado já entravam no módulo com um pequeno giro. Mesmo com a parceria relativamente recente, pois foi formada para este carnaval, os dois já demonstraram muita sincronia e entrosamento, principalmente, nos passos onde havia alguma distância entre o casal.

Matheus fez seus já conhecidos passos intensos, velozes e que terminam com um pequeno salto, meio malandreado. E Cintya arrancava aplausos nos rodopios. Já no final da coreografia, a porta-bandeira girou em alta velocidade com a bandeira segurando com as duas mãos. A dupla arriscou alguns movimentos de corpo com um pouco mais do swing e ginga que o enredo pede. Uma grande apresentação no geral.

“O ensaio foi maravilhoso, fantástico, foi a estreia do casal furacão na avenida. Sai de casa falando que ia botar meu furacão para desfilar, viemos e funcionou. Eu falo que encontrei o amor da minha vida, a dança está maravilhosa, estamos em sintonia, com um trabalho muito árduo dia e noite, chuva e sol”, disse o mestre-sala.

“Podemos melhorar muita coisa, pois não existe perfeição na dança, existe trabalho e dedicação. A gente procura sempre a perfeição, vamos ensaiar. É muito importante estar aqui, ver a comunidade, a emoção para preparar o emocional, pois em muitos momentos eu me emocionei, chorei, mas bola pra frente e fazer a coreografia direitinho e fica ainda mais fácil tendo o Matheus do lado”, completou a porta-bandeira.

Evolução

A Verde e Rosa apresentou nesta apresentação uma evolução que começou de forma muito satisfatória, com intensidade, fluência, mas sem correria, brincando o carnaval e impulsionada por um samba já bem trabalhado e com um início de apresentação bastante agudo por conta da comissão, do casal e das primeiras alas com passos mais marcados. Ainda assim, a evolução deve ser o ponto que a escola precisa mais de atentar neste caminho de preparação até o desfile.

Nas apresentações do casal, a comissão andava demais em seu deslocamento pelo fim de apresentação própria, deixando um pequeno buraco algumas vezes, que depois era preenchido por Matheus e Cintya no início da dança. Outro ponto que a escola também pecou no ensaio, é ter acelerado demais o passo depois da saída de casal e comissão da pista. Talvez, pelo número expressivo de contingente da agremiação que fez um desfile com muitos componentes, algo bem parecido do que deve levar para o desfile, ressaltando um ponto que não se deve esquecer de elogiar, a participação da comunidade. Mas no geral não foi uma evolução comprometida por estes dois detalhes, inspira confiança de que possa ser perfeita no dia.

Comissão de Frente

Agora à frente do quesito na Mangueira, Cláudia Motta levou para este treino oficial uma comissão reverenciando o enredo que homenageia os cortejos afros da Bahia, com um toque feminino. Esta marca feminina estava presente na apresentação deste domingo nas mulheres de vestes douradas que representavam a divindade Oyá. A comissão de frente tinha em sua maioria e em maior destaque mulheres, ainda que houvesse alguns poucos homens que interagiam com as bailarinas.

A coreografia foi bastante pautada na dança, o que também dialogou bastante com um enredo que tem a música como uma de suas peças centrais. O deslocamento do grupo até os módulos julgadores também trazia bastante intensidade e a ginga baiana por parte dos componentes. Em um momento de grande destaque, uma das bailarinas dançava em uma roda enquanto o restante do grupo agachados fazia movimentos no chão como tocando tambores. Já no final da coreografia, no trecho “O samba foi morar onde o Rio é mais baiano”, os integrantes da comissão sambando para os jurados antes de partir para o deslocamento.

Outros Destaques

A “Tem Que Respeitar Meu Tamborim”, agora reunindo no comando a dupla de mestres Rodrigo Explosão e Taranta Neto, veio com seus componentes todos pintados com marcações tribais e levantaram um público ao se agachar e realizar bossas. Em alguns momentos pararam junto com o carro de som para fazer o samba se destacar na voz dos componentes, principalmente no refrão principal.

“Estou extremamente emocionado. A gente fica até sem graça de falar do nosso trabalho, sou crítico dele, mas hoje foi sensacional. A rotina do ensaio foi puxada para os ritmistas – terça, quinta-feira, sábado e domingo. Esse ano o carnaval está muito nivelado. Sabemos como é difícil organizar uma bateria, mas, Graças a Deus, deu tudo certo. Sempre tem alguns ajustes para corrigir, mas são mínimos detalhes. Vamos desfilar com 270 ritmistas. Estamos com três paradinhas para o desfile e o paradão da bateria e escola no refrão para ecoar o samba na avenida”, comentou mestre Rodrigo Explosão.

“O balanço do ensaio é o melhor possível. O ensaio foi bastante produtivo e conseguimos executar tudo que a gente vem ensaiando ao decorrer do ano. Agora são os mínimos detalhes, como o andamento, para a gente vir perfeitos para o desfile. Por hoje, acho que se melhorar, estraga. Agora vamos analisar os vídeos para ver se houve algum erro. Acho que deu tudo certo”, comemorou mestre Taranta Neto.

A rainha Evelyn Bastos estava fantasiada de Oyá Tope, senhora do Eco e do fogo, uma das denominações de Oya-Yánsà, e mais uma vez brindou o público com muito samba no pé e com a sua presença majestosa que impressiona, sambando inclusive no ritmo das bossas e convenções.

A presidente Guanayra Firmino em seu primeiro ensaio como mandatária da Verde e Rosa acompanhou o treino à frente da comissão de frente e do tripé em verde e rosa com os dizeres”Oyá por nós”. Antes do esquenta, o carro de som da Mangueira, acompanhado da bateria, cantou algumas músicas de ícones do carnaval baiano. A ex-bbb Thelma Assis, vencedora de uma das edições do programa, mostrou muito samba no pé completamente à vontade na agremiação.

Colaboraram Gabriel Gomes, Luisa Alves, Raphael Lacerda, Rhyan de Meira

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