O Carnaval é um gigantesco acontecimento social e é claro que as autoridades precisam estar atentas ao que se passa, a bem da segurança dos cidadãos. Mas em 2020 aconteceu um situação, no mínimo, invulgar e inesperada. Os policiais surgiram na Sapucaí para acabar com… um cassino.

Conheça o caso

A história se resume com simplicidade. A 27 de fevereiro de 2020, a Polícia Federal anunciou ter “estourado” um cassino funcionando ilegalmente em um camarote na Sapucaí. Nesse mesmo artigo, a Globo deu voz ao responsável pelo espaço, Alexis de Vaulx (CEO da Incentivo Brasil), que declarou que havia comunicado a iniciativa à Superintendência da Polícia Federal fluminense, além de que, como previsto, não havia sido feitas apostas em dinheiro. Ainda assim, as autoridades policiais relataram ter apreendido seis máquinas caça-níquel – mas Vaulx alegou o contrário: que nada foi apreendido e apenas documentação foi checada. Infelizmente, não aconteceram mais desenvolvimentos públicos sobre o caso para compreendermos totalmente o que aconteceu.

Ao Globo, a Polícia Federal anunciou ter agido depois de uma denúncia anônima. Todavia, o fato de um camarote da Sapucaí ter jogos de cassino como tema não era segredo; pelo contrário, ele foi divulgado na mídia por várias vezes antes do Carnaval – já em setembro de 2019 tinha sites especializados falando sobre isso.

Ironicamente, teria sido preferível, para os responsáveis do camarote e envolvidos neste caso, se cadastrarem em um cassino online verdadeiro, depositarem dinheiro real em suas contas e ganharem prêmios de verdade. Se o tivessem feito em um cassino baseado no exterior, como é o caso do NetBet, a ação não teria problema porque a lei não impede acessar sites de cassino com sua sede fora do território nacional.

A Incentivo Brasil

De acordo com o GamesBras, a Incentivo Brasil é uma empresa dedicada à promoção de eventos e que estaria apostada em recrear, no camarote da Sapucaí, o verdadeiro ambiente de cassino. A inspiração viria dos mais renomados estabelecimentos do gênero por todo o mundo: Mônaco, Macau, Estoril, Las Vegas, etc. Certamente que não se trataria de uma atividade secreta.

A comparação com casos de ilegalidade

Por todo o Brasil é frequente o “estouro” de salas de jogo ilegais, mas as notícias desses casos apontam para situações bem diferentes. Em geral tem sempre uma ou mais pessoas detidas, pois não há como escapar; os criminosos são quase sempre pegos “no flagra”, com clientes utilizando as máquinas de caça-níquel. Quase sempre, também, esses estabelecimentos ilegais operam apenas máquinas de caça-níquel, pois essa a única forma de o criminoso conseguir dinheiro rápido.

Mudança legislativa a caminho?

De qualquer forma, é provável que uma mudança legislativa esteja no horizonte, reproduzindo a mudança social que vem se consolidando nesse tema. O governo vem fazendo força, desde o início do mandato de Bolsonaro, para a legalização dos cassinos resort. Além disso, uma enquete recente do Paraná Pesquisas mostrou que 58% dos brasileiros são favoráveis à liberação do jogo, contra apenas 35% favoráveis à manutenção da proibição atual.

No longo prazo, é provável que esteja sendo gerada uma mudança social que levará a que acontecimentos como o do camarote da Sapucaí não mais se verifiquem.

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